Contributo para o estudo da Proxémica



Podia ser o meu comentário sobre a situação do país mas não é esse o caso. É apenas a Ostrich Pillow, uma almofada-avestruz para momentos de descanso, ideal para ambientes particularmente ruidosos. Via iGNANT.

Balancear



21 Baloiços, exercício de cooperação musical em Montréal. Porque balancear resulta sempre melhor em conjunto. Via Fubiz.

Quero um destes na minha rua



Streetpong, uma experiência de interacção urbana em Hildesheim, Alemanha. O perigo é ficar depois parado no meio da rua à conversa com a outra pessoa enquanto cai o vermelho… Via Hello You Creatives.

Regular a reabilitação urbana

O preço do solo na reabilitação urbana, artigo de opinião do Professor Sidónio Pardal publicado no Jornal Arquitecturas.

Podemos constatar que o elevado preço do solo é o principal factor que está a impedir e inviabilizar as operações de reabilitação urbana de prédios degradados e em estado de ruína e abandono nas áreas mais centrais das cidades, onde existe uma forte procura interessada em investir na compra e recuperação desses edifícios. Não são negligenciáveis outros factores de impedimento e custos de contexto associados ao peso burocrático do licenciamento, mas a falta de fluidez do mercado deve-se seguramente aos valores exorbitantes que os proprietários pedem, num quadro de desinformação e de falta de referências demonstradoras da lógica que assiste à composição dos preços do imobiliário.

Ler artigo completo aqui.

Arquitectos a mais

Não há arquitectos a mais; há arquitectura a menos. – A frase vem a terreiro, de tempos a tempos, para aliviar consciências. Serve de pouco. O mercado de trabalho de arquitectura encontra-se numa condição indisfarçável de dumping.
Se agora se fazem ouvir algumas vozes de preocupação poucos foram os que no passado se manifestaram. A actividade viveu encostada às iniciativas de promoção pública e privada, alimentando-se de cumplicidades políticas e da economia do endividamento que marcou as últimas décadas.

Enquanto rolava o dinheiro do Estado ninguém se queixou. O discurso dominante da profissão sempre fez por ocultar a nudez da realidade sobre um manto diáfano de excelência – Expo98, Capitais da Cultura, Euro 2004, Polis, Parque Escolar… O saldo deste “modelo” aí está à vista de todos. Se o colapso do sector imobiliário é trágico, no caso da obra pública a situação é mais grave pela dimensão ética dos erros e o custo financeiro que deles pende sobre o presente e o futuro.

As Universidades aproveitaram a conjuntura para abraçar sem escrúpulos a massificação académica. Se há procura – não de emprego mas de curso – logo há oferta. O ensino universitário, público e privado, tornou-se num negócio puro e duro sem qualquer correlação com o mercado de trabalho ou sentido de auto-regulação.
Ano após ano largas centenas de jovens preenchem as vagas do curso de arquitectura e este não foi excepção. Curiosamente, enquanto nos cursos de engenharia a retracção de candidatos é já expressiva, o mesmo não sucede com a arquitectura. De pouco importa às Universidades estarem a formar profissionais, de forma mercenária, para trabalhar em call-centers. O título de “arquitecto” continua a vender ainda que, em boa verdade, já só lhe reste o panache. No mundo real é sinónimo de mão-de-obra barata e assim ficará durante esta década.

O contexto da profissão é por isso, hoje, um contra-senso. A arquitectura tornou-se numa actividade sobre a qual impendem pesadas responsabilidades jurídicas, no mesmo momento em que sofre um processo de desvalorização sem precedentes. O próprio Estado acaba por actuar como agente dessa desvalorização forçando de forma pouco responsável as condições de prestação de serviço, custos de projecto e de obra a níveis incompatíveis com uma exigência mínima aceitável de qualidade.
É um caminho perigoso que terá consequências a prazo; antes fazer mais devagar mas fazer bem do que projectar rápido, barato e mal. Mas se quisermos assacar responsabilidades sobre tudo isto, na conjuntura em que estamos a viver, temos de olhar para os erros passados de muitos: políticos, sim, mas também academias, ordem, empresas, arquitectos. Poucos ficam bem nesta fotografia.