Arquitectos por milhar de habitantes



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13 comentários:

  1. Nada de especial. Apenas um link para uma base de dados do COAC onde se pode analisar QUAIS os melhores países para abrir um atelier / escritório - para o pessoal do norte. Países como o Zimbabwe têm apenas 100 arquitectos num total de 13 M de habitantes (0.007‰). Sem ironias, o Japão tem cerca de 2.404 arquitectos por 1000 habitantes. Não sendo este o último critério para uma escolha acertada do país para abrir a oficina, parece que a Irlanda é , teoricamente, o que tem o maior volume anual de projectos / arquitecto.

    fontes:
    http://www.coac.net/internacional/praprof_w.htm
    wonderland via
    key figures: constrution in europe, activities 2004, edition fiec 2005

    + http://psbf.blogspot.com

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  2. Se estamos tão bem colocados em número de arquitectos, como explicar a desgraça arquitectónica que abunda por quase todo o país?

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  3. Porque, à semelhança dos médicos, enfermeiros, advogados, políticos e ratazanas, os arquitectos concentram-se nas grandes cidades.

    Na minha terrinha, há 7 arquitectos para 30 mil habitantes.

    Sendo que 3 deles estão 'atrás do balcão', temos 4 por 30.000.
    Mesmo que consideremos os 7, temos um índice de 0.23 arquitectos por 1000 habitantes.
    Nada mau, hem?

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  4. A escassez de arquitectos, em certos casos, pode até ser um problema..., mas a concentração de ateliers parece-lhe um obstáculo a que se faça boa arquitectura fora das grandes cidades?

    Também conheço terrinhas com mais arquitectos do que aqueles que refere e, no entanto, o que por lá se constrói é difícil ser pior (desenho, volumetrias, materiais, cor, integração na paisagem, tudo!). E tantas vezes assinado por "distintos" arquitectos locais.

    Os ateliers dos "pato bravo" que projectam em "estilo Lapa com toque rural", também proliferam e engordam. E então o resultado disso nas localidades do litoral, é de partir o coração...

    Bem sei que os princípios corporativos e a necessidade de clientela tornam difícil desenvolver atitudes críticas, mas caramba!, passa-se a fronteira e parece que se muda de planeta. Há até hábitos curiosos quando vêm arquitectos de fora fazer obra, toca a denegrir a qualidade e a ousadia. O que não se põe em causa (como se tal não incomodasse) são os mamarrachos ao lado.

    E a gente interroga-se:
    Porque é que não se encontram soluções por cá?
    Porque é que não se põe cobro à degradação urbanística do país?

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  5. metade já eram demais, não passam duma classe inutil, inconsequente e incompetente, que nem o associativismo consegue salvar.

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  6. Que exagero Alziro, não vale a pena generalizar dessa maneira. Também contam as estratégias, ou melhor dizendo, a ausência de estratégias das autarquias. E é claro que há sempre profissionais que estão por tudo.
    Em Portugal o debate neste campo ainda está por fazer.

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  7. é curioso ver o número de arquitectos em Itália, um país onde a generalidade da arquitectura realizada é de péssima qualidade e onde as interdições de construir nos corações de quase todas (para não dizer todas) as principais cidades são imensas. O que faz um arquitecto em Roma? ou em Florença? ou em Veneza? ou mesmo em Milão? restrutura interiores de edificios do século XVI? projecta residências na periferia? enfim, penso que existem realidades bem piores do que a nossa, de quem toda a gente se parece queixar! Seria interessante também observarmos o ensino nas universidades, a minha experiência italiana revela-me um ensino vergonhoso...

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  8. Reentro nos comentários, por considerar, como disse atrás, que o debate sobre a arquitectura em Portugal é escasso.
    O comentário de Miss Spring surpreendeu-me. Conheço mal a realidade italiana dos últimos anos, mas quando lá estive, uma das coisas que me agradou foi justamente a arquitectura que então se fazia fora de alguns centros históricos. Será que a arquitectura italiana se degradou nos últimos anos? Se sim, isso terá alguma a coisa a ver com a era Berlusconi?

    Aproveito para dizer que se considerarmos que as cidades não são apenas os seus centros mas também as periferias, não é desprimoroso construir fora dos centros históricos. Aliás, talvez isto seja um dos grandes desafios dos arquitectos e dos urbanistas contemporâneos: impedir que os subúrbios continuem a ser locais de exclusão ou terríveis dormitórios da fealdade mais abjecta.
    Ontem mesmo, percorrendo por curiosidade alguns bairros do subúrbio de Évora (excluindo alguns casos pontuais como, por outros motivos, o polémico Malagueira), me interrogava, como é possível ter-se chegado a níveis tão pindéricos a rodear uma das nossas principais cidades históricas. Mas Évora está muito longe de ser um dos piores casos. Se pensarmos em localidades do litoral, potencialmente paradisíacas, a coisa chega a ser patética. Em que é que tudo isto se parece com a Itália? E com a Espanha, que fica mesmo aqui ao lado?

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  9. Todas as opiniões são bem vindas, MAS, ainda não vi (li) ninguém que apontasse as razões reais da má arquitectura que se faz em Portugal, sentidas e mais que confirmadas por quem anda no terreno à bastante tempo e não tem outra alternativa que "conviver" com isso. VEJAM BEM...
    As Câmaras Municipais, entidades que apreciam e licenciam os projectos de arquitectura nos seus concelhos, cumprem, regra geral, a lei, verificando apenas a conformidade dos projectos com a lei e regulamentos em vigor.E estes estão, regra geral, em conformidade com a lei e regulamentos, MAS, muitas vezes (demasiadas até) o técnico que assina os projectos não foi colaborou na sua concepção e desenvolvimento. Alguns até, dizem, assinam no fim sem olhar, com uma mão, e estendem a outra... É toda esta gente sem qualificações e, pior, sem moral ou princípios éticos, que são os autores de 80% dos projectos licenciados nas câmaras municipais. Agora dizei-me vós, onde é que os arquitectos erraram? ou erram?...

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  10. Voltei só para deixar uma reflexão àcerca do exercício da profissão de arquitecto...

    Se um médico "faz" medicina;
    Se um engenheiro "faz" engenharia;
    Se um Advogado "faz" advogacia;
    Se ... cada um ... "faz" no seu galho...

    PORQUÊ O GOVERNO E AS AUTORIDADES DESTE PAÌS AUTORIZAM QUE:

    Engenheiros (até de minas) façam projectos de arquitectura????

    Mestres de Obras e Desenhadores de Construção Civil façam projectos de Arquitectura?????

    E porquê os Arquitectos não podem "fazer" engenharias também????

    Pois é... depois temos a arquitectura que temos (já lá vão pelo menos 33 anos) completamente descaracterizada, e a culpa meus amigos ( excluindo o Sr. Alziro Manuel) não é concerteza dos arquitectos.

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  11. Já que me refere na sua reflexão, JR, sinto-me legitimado para lhe dar sequência.
    Um médico faz medicina, mas as pessoas, se preferirem vão a um curandeiro ou massagista, um advogado faz advocacia, mas se achar mais vantajoso, pode recorrer a um solicitador, entre tantos outros exemplos, eis que chegamos ao arquitecto, que ao contrario do que dá a entender, faz arquitectura, mas então porque é que as pessoas não preferem os arquitectos?
    já ouviu médicos a queixarem-se dos curandeiros?
    A questão é simples, enquanto os engenheiros de minas, ou os individuos com a quarta classe fizerem melhor arquitectura que os arquitectos serão naturalmente escolhidos.
    A vós, resta-vos tentarem ser competentes (podem tomar os engenheiros de minas e os mestres de obra como exemplo), e não tentarem ser escolhidos por obrigação.

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  12. É tudo uma questão de formação em particular e de cultura em geral... muitas vezes tudo se reduz ao tamanho da bolsa... as queixas e o arrependimento vem no fim.

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  13. como o meu professor arqt. jose manuel fernandes diz «construção há muita... arquitectura há muito pouca!» esta frase diz tudo! arquitectura não é só saber construir uma parede, um telhado, mas perceber como é que o individuo pode habitar num espaço, como é que pode fazer a união entre estar e espaço!?

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