A barriga com novo look

Ao fim de algumas sessões de afinação debaixo do capô do template, no meio de grande confusão por entre css’s e html’s, aqui está a nova versão do blog. Espero que a coisa seja do agrado geral. E já agora, fica o apelo aos meus leitores mais puppy-lovers para que ajudem a divulgar o caso do Gropius… Era isso, ou Renzo… Gropius pareceu-me melhor. Seja como for, toda a ajuda é preciosa. Cliquem na imagem ou sigam o link para mais informações.
Obrigado a todos… :)

The belly gets a new look
After a few sessions of template tweaking, amidst great confusion with css’s and html’s, here’s the new version of the blog. I hope everyone likes it.

FAR Architects: Wall House

Imagens gentilmente cedidas por Cristobal Palma.











Localizada na periferia de Santiago de Chile, a Wall House foi projectada pela jovem equipa de arquitectos de origem alemã Marc Frohn e Mário Rojas Toledo. Numa altura em que a divulgação de arquitectura está dominada por projectos de grande escala é interessante descobrir uma residência uni-familiar concebida de forma tão inovadora. A Wall House é uma investigação sobre a pele composta de um objecto de arquitectura. A casa é constituída por quatro diferentes níveis de materialidade: uma base de betão armado, uma estrutura interna de vigamento e laminado de madeira, uma estrutura exterior de placas de policarbonato e uma tela final, tensionada, em forma de diamante.
O resultado é não apenas minimalista mas de uma crueza surpreendente. Os espaços interiores são concentrados e despojados ao nível de acabamento, em contraste com a sua fachada difusa e ensombrada. O espaço de transição resulta como ambiente habitável e abrigado. A Wall House reinventa um sentido de tipologia, definindo um novo objecto residencial que explora soluções climáticas inconvencionais e relações sociais não estabelecidas. Uma casa para viver por dentro, por fora, e no espaço que os separa.





FAR Architects: Wall House
Images kindly provided by Cristobal Palma.

Located in the outskirts of Santiago de Chile, the Wall House was designed by germain architects Marc Frohn and Mario Rojas Toledo. In a time when architectural media is somewhat overcome by large-scale projects it’s interesting to discover a single-family residence conceived with such a strong sense of innovation. The Wall House is a design investigation on a multi-layered object. The house is composed by four different levels of materiality: a concrete base, a wood and laminate internal structure, an acrylic/polycarbonate external structure, and a final soft skin – a tensile diamond-shaped energy screen.
The result is not only minimalist but satisfyingly raw. Internal spaces are concentrated and unobtrusive, in contrast with its diffused, shaded façade. The transitional space results as a livable, sheltered environment by itself.
The Wall House reinvents a sense of typology, defining a new residential object that explores unconventional climatic solutions and social relations. A house to experience inside, outside, and in the space between.


Architecture: FAR Frohn&Rojas Architects.
Photography: Cristobal Palma.
References: Wall House by FAR Frohn&Rojas Architects, via Dezeen.

Oh my God, it's full of stars



O Google Earth apresenta agora uma nova ferramenta que permite explorar o céu. Adivinhem, está cheio de estrelas. E se isso vos entusiasmar, então vão adorar isto.

Oh my God, it's full of stars
Google Earth now supports a new feature that allows you to explore the sky. Guess what, it’s full of stars. And if you like that, you’re going to love this.

BIG: The Clover Block



Antes de regressar ao seu país de origem, a Dinamarca, Bjarke Ingels trabalhou na OMA onde participou na concepção da Biblioteca Pública de Seattle. O projecto determinaria o rumo do seu principal mentor, o ex-membro da OMA Joshua Prince-Ramus, que iniciou a sua própria firma, REX, em Nova Iorque.
Ingels abandonou a OMA em 2001, fundando a PLOT Architects em colaboração com Julien de Smedt. Em Janeiro de 2006, e após uma intensa ligação profissional de cinco anos, decidiu começar uma actividade própria com o estúdio BIG.
Com apenas 33 anos de idade, Bjarke Ingels estabeleceu-se como um nome sólido e uma das figuras mais marcantes de uma nova geração de arquitectos. Recebendo reconhecimento internacional e recolhendo vários prémios de prestígio, sobressai como defensor de uma prática inovadora, combinando conceitos arrojados de design com uma abordagem analítica profunda às complexidades programáticas da arquitectura.

Bjarke Ingels esteve presente na conferência da Trienal de Arquitectura de Lisboa onde avançou alguns dos processos criativos que suportam o seu trabalho – “uma arquitectura ao mesmo tempo experimental e evolutiva, em oposição à mera procura de originalidade ou ruptura”. O Clover Block esteve no centro da sua apresentação, como exemplar desse sentido progressivo que conduz a ideia à forma, numa série de passos elaborados que incrementam complexidade à medida que o projecto é desenvolvido.

Localizado no centro de Copenhaga, o Klovermarken é um extenso relvado utilizado ocasionalmente por jogadores de futebol e pessoas passeando os seus cães. Este território desocupado e contínuo está rodeado de pequenas indústrias e é hoje o maior parque público – e um dos últimos espaços vazios remanescentes – da cidade.
Tentando responder à necessidade crescente por habitação acessível, Bjarke Ingels avançou a proposta de um extenso bloco perimetral com 3km, rodeando toda a área do Clover Park. O projecto introduz mais de 3000 novas residências e unidades de uso misto, sem sacrificar a qualidade do seu território interno como um espaço público vital. Ingels enfatizou a necessidade de intensificar a sua já existente, mas desestruturada, vida pública. O edifício é extenso, por vezes curvado, a sua altura é variada, de acordo com a natureza da estrutura urbana circundante, estabelecendo novos pontos de vista e ligações à cidade.
Este dinâmico edifício-muralha despertou um intenso debate público sobre a política urbana local. É um projecto particularmente interessante por desafiar noções estabelecidas do papel da arquitectura e da sua dimensão urbana. O Clover Block vai além das tipologias estandardizadas de vivência e lazer para questionar o modo como os cidadãos fazem uso do espaço da cidade. Na sua base está um processo de design imaginativo e desafiador; não um exercício de utopianismo mas um modelo de complexidade pragmática. Muito mais que a prática de uma experimentação aleatória, é antes um discurso sólido sobre os vários níveis da urbanidade – o económico, ambiental, social, como as forças impulsionadoras da arquitectura.








BIG: The Clover Block
Prior to returning to his home country Denmark, Bjarke Ingels worked at OMA where he participated in the making of the Seattle Public Library. The project would determine the course of ex-OMA partner Joshua Prince-Ramus who started his own office, REX.
Ingels left OMA in 2001 and co-founded PLOT Architects in the same year with Julien de Smedt. In January 2006, and after five years of intense collaboration, he decided to open his own firm, BIG.
Though only 33 years old, Bjarke Ingels has made a name for himself as one of the strongest figures of a new generation of architects. He stands out as an advocate for an innovative form of practice, combining cutting edge design concepts with a deep analytical approach to the technical complexities of architectural programs.

Bjarke Ingels was present at the Lisbon Architecture Triennale’s main conference where he advanced some of the creative processes that support his design philosophy – “an architecture that is both experimental and evolutionary, in opposition to a mere search for originality or rupture”. The Clover Block was central to his presentation, as it exemplifies this sense of evolution from ideas to form in a series of elaborate steps that increment complexity as the project is developed.

Located in the center of Copenhagen, Klovermarken is a wide green lawn used by occasional football players and dog walkers. This continuous empty space is surrounded by small industries and stands as the biggest public park of the city - and one of its few remaining vacant plots.
Addressing the pressing need for accessible housing, Bjarke Ingels advanced the proposal of a 3km long perimeter block enveloping the entire Clover Park area. It introduces over 3000 new residences and mixed use units without sacrificing the quality of its internal territory as a vital public space. Ingels emphasizes the need to intensify its already existing, but destructured, public life.
The building is bent and curved, its height is varied, accordingly to the nature of the nearby urban structures, establishing new viewpoints and connections.
This dynamic wall-building triggered a public debate concerning local urban politics. It is a particularly interesting project that challenges established notions on the role of architecture and its urban dimension. The Clover Block goes beyond standard typologies of living and leisure to question the way people use the space of the city. Its daring, imaginative design process stands not as an exercise on utopianism but as a model of pragmatic complexity. Architecture, not as a random experimentation practice, but a solid discourse on the many levels of urbanity - economical, environmental, social, as the concerning driving forces of architectural design.


Architecture: Bjarke Ingels.

Offline

Foram dois meses atribulados com a trienal e tantas outras coisas pelo meio que acho que vou fazer algo que nunca fiz enquanto blogger. Vou ficar offline. Não sei se estou a precisar de férias, mas o meu cérebro começa a denunciar excesso de cafeína. Por isso, esperem por mim enquanto parto para a costa durante umas breves semanas. Vou bronzear a barriga.
Entretanto, que podem vocês fazer? Bem, há uma entrevista interessante ao Oscar Niemeyer no Guardian, e outra com Álvaro Siza no New York Times. Ou aproveitem para ver todos os vídeos no TED. Ou vejam um filme, leiam um livro, qualquer coisa para persistir a estas longas noites de verão. A Barriga de um Arquitecto regressa em breve. Há muita coisa interessante em preparação, por isso fiquem atentos. Até já.

So it’s been two hectic months with the triennale and so many other things going on in the sidelines that I’m actually going to do something that I don’t think I ever did as a blogger. I’m going offline. I don’t know if I need a break, but my brain sure feels a bit over-caffeinated. So bear with me as I split to the coast for a couple of weeks. Get this belly tanned.
In the meantime, what can you do? Well, there’s this interesting interview with Oscar Niemeyer on Guardian, and another with Álvaro Siza on the New York Times. Or go check all the videos on TED. Or go grab a movie, read a book, anything to endure these long summer nights. The Belly of an Architect will be back soon. There’s a lot of cool stuff in the works, so stay tuned. See’ya.

You can all take a lesson from Rem Koolhaas



Dear Architects, I am sick of your shit é um texto de Annie Choi que é o melhor acto de stand-up-comedy arquitectónica hardcore de sempre. Considerem-se avisados...

Dear Architects, I am sick of your shit is a text by Annie Choi that’s probably the best architectural hardcore stand-up comedy act ever. You have been warned...

(via Architecture.mnp)

Geografia viva: o Estoril-Sol de Gonçalo Byrne











O recente projecto em curso de Gonçalo Byrne para o Estoril-Sol é possivelmente a obra mais [im]pertinente realizada em território nacional nos últimos vinte anos - ou desde que o mais odiado arquitecto português teve a ousadia de trazer o pós-modernismo americano até ao skyline da cidade de Lisboa.
Num país arquitectonicamente conservador não deixa de ser irónico que tal proposta provenha das mãos de um mestre com mais de sessenta anos e um historial de obras de reconhecido discernimento urbanístico. Um edifício que é antes de mais um gesto de coragem arquitectónica – e a que estranhamente nem mesmo alguns arquitectos têm demonstrado a superficialidade de confundir o discurso de arquitectura da elaboração promocional do Estoril-Sol Residence; cujo filme mereceria uma tese de sociologia mas que, no que à arquitectura diz respeito, é irrelevante.
O projecto de arquitectura do novo Estoril-Sol é um trabalho de interpretação de um problema territorial complexo. Da resolução da cicatriz topográfica deixada pelo anterior edifício, de presença bloqueadora na boca do vale, e da tensão de relações entre os impactes negativos da via-rápida e o potencial de vivência da frente de mar. Os pressupostos de larga escala reflectem-se numa intervenção que assume o contexto geográfico, fazendo prioridade dos aspectos de comunicação visual e interfaces de transição, plataformas paisagísticas que desenham uma nova topografia, vivida e habitada. O edifício em blocos múltiplos rompe os constrangimentos físicos para assumir essa dimensão de “geografia viva”, resultando no que o próprio Byrne não resistiu chamar provocatoriamente de escultura urbana.

Living geography: Estoril-Sol by Gonçalo Byrne
The recent project for the Estoril-Sol by Gonçalo Byrne is undeniably the most pertinent project being built in Portugal in the last two decades; or since the most hated portuguese architect (Tomás Taveira) had the quirk to bring american post-modernism to the Lisbon skyline.
In such architecturally conservative country it’s at least ironic that this particular project should be authored by an architect over sixty years of age and an extensive work of recognized urbanistic discernment. A building that stands as a gesture of architectural courage – and to which, oddly enough, not even architects seem to recognize the difference between project discourse and the promotional babble of the Estoril-Sol Residence.
The new project for the Estoril-Sol is an interpretation of a complex territorial problem. Resolving the scar left in the terrain by the previous building, whose presence blocked the edge of the valley, and the underlying tensions between negative impacts of the fast-lane and the potentials of the coastline. The intervention assumes its geographic context, prioritizing visual communications and landscape platforms that construct a new topography and become transitional interfaces. The multiple block building shatters its physical constraints to become an urban sculpture and a “living geography”.