Casa da Música na Archinect



BackStory: Casa Da Musica é um artigo da Archinect sobre algumas das experiências de apropriação pública do edifício. Álvaro Campo conta como a grande praça ondulada se tornou um ponto de atracção de patinadores e skaters. Apesar da actividade destes jovens ser inicialmente mal aceite pela polícia, a sua presença acabou por tornar-se uma parte importante da vivência do espaço e da identidade do novo centro de cultura da cidade.

Casa da Música on Archinect
BackStory: Casa Da Musica is an Archinect feature reporting the appropriation of the building by the public. Álvaro Campo tells how the big wavy plaza immediately became a point of attraction for skaters and roller bladders. Although the activity of these youngsters was at first deemed with suspicion by the local police, their presence is now accepted as an important part of the life and identity of this new cultural centrepiece of the city.

12 comentários:

  1. Eu esperava um relato mais consistente e imparcial, no entanto, o texto indicado apenas traduz o gosto do autor por um tipo de populismo que tem se esforçado para esconder o fato de que a arquitetura é uma arte sofisticada. Isto não quer dizer que ela seja elitista e que não consiga comunicar-se com o público. Entretanto, considerar o reconhecimento que alguns skatistas e patinadores fizeram, como signo de um espaço público bem concebido, é um exagero que precisaria ser confirmado por outros modos de apropriação, por grupos diferentes: afinal, um espaço público deveria ser, em princípio, democrático.
    Vou procurar meaiores informações, para tentar eliminar a estranha impressão que eu tenho, de que a Casa de Música é um objeto pretencioso e desajeitado, que fragmenta o tecido urbano.

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  2. Procurando pistas para entender melhor a CM, e encontro esta pérola: "O reverso destas encomendas de dimensão pública é produzir objectos em que a sua singularidade é inversamente proporcional à sua consequência no restante tecido urbano." O texto é seu, Daniel, e embora referindo-se à tecnologia, as suas fotos, de um espaço pouco acolhedor, quase desumano ou, que faz poucas concessões ao ser humano são instigantes.

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  3. No mesmo post, Bruno Alves minimiza as responsabilidades do edifício para com a cidade: "Podemos criticar a relação com a envolvente, a forma como o monolito assenta na sua base monumental procurando roubar a atenção da rotunda da boavista, mas nunca a noção de espaço interior, os supostos espaços perdidos."
    Sigo à procura de movas pistas...

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  4. Caro Sérgio, a frase que retira do texto que escrevi aquando da minha visita ao local refere-se, como percebeu, a um aspecto que nada tem que ver com a caracterização da plataforma envolvente do edifício. Não quero questionar sequer a opinião que possa ter sobre este projecto de Koolhaas ou qualquer outro. Mas desagrada-me este exercício tão empenhado em construir uma tese com base em tão pouca substância, extraíndo esta ou aquela frase ou extrapolando conclusões de um pequeno conjunto de imagens. Mais me desagrada a extrapolação simplista do pensamento que os outros alegadamente subscrevem – “o reconhecimento que alguns skatistas e patinadores fizeram, como signo de um espaço público bem concebido”. Álvaro Campo, o autor do texto na Archinect, identifica-se como admirador do projecto mas não o vejo a afirmar que A+B seja necessariamente igual C. O artigo faz apenas o relato de uma parte da experiência de apropriação do edifício.
    Para concluir reconheço que deixei de ter, por desalento adquirido de experiências passadas, apetência por argumentações baseadas em adjectivos: que um arquitecto é “populista”, que um edifício seja “pretensioso” ou “desajeitado”, que um espaço seja “pouco acolhedor” ou “quase desumano”. Não sei o que isso significa. A mim revela-me muito pouco da substância das coisas.

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  5. Daniel: acabei de postar um comentário a respeito das suas observações, mas não tenho certeza de que foi postado corretamente. Caso não tenha recebido, peço me avisar.
    Grato

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  6. oi Daniel, voltei a escrever sobre cidades. quando puder, dê uma passadinha lá no blog. Abraços, Cris.
    www.egoconfession.zip.net

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  7. Daniel: não se trata apenas da inescapável tentativa de se construir teses, mas de compreender um projeto emblemático. A distância das obras que fazem parte do nosso referencial acaba por gerar distorções entre as publicações e as realidades. Tal problema sempre vai acontecer, em qualquer narrativa. Entretanto, as possibilidades abertas pela web permitem que não fiquemos à mercê do exclusivo discurso dos autores e de descrições que não se aprofundam criticamente ou que são comprometidas a priori.
    Como não conheço a Casa de Música, preciso de pistas para entendê-la melhor. Você e os seus colaboradores me forneceram algumas.
    Álvaro Campo ressalta no seu texto o sucesso do espaço externo da Casa. Critiquei o “populismo” do seu discurso porque ele exalta o charme da contemporaneidade na apropriação do espaço público, atestando, de certo modo, a coesão entre a obra, o seu lugar e o seu tempo. A minha pergunta é: como reagem os demais cidadãos da Cidade do Porto? O que representa aquele espaço para o seu contexto?
    A minha curiosidade em desvendar tal realidade se relaciona ao texto do Lebbeus Woods, Taking a Position, no qual ele incensa a postura de arquitetos como o Koolhaas, que possuem um discurso sofisticado sobre a própria obra, em detrimento de “formalistas” como o Gehry. Esse discurso, muitas vezes, nos afasta da obra, mais do que revela. Não vejo, conforme afirmei no meu texto anterior, o menor problema em explorar a forma. Mais: considero que isto é inerente ao fazer do arquiteto. Entretanto penso que alguns querem colocar a sua atividade num patamar mais elevado do que os demais, arrogando para si, o privilégio da teorização, o monopólio do pensamento. Todo projeto é uma teoria, mesmo os piores.
    Koolhaas pode descrever poeticamente a sua obra como “uma espécie de ensaio acerca de autonomia e fluidez, separação e ligação”, mas isto não é a obra.
    Por fim, concordo com você a respeito dos adjetivos. São sim, uma espécie de bengala que utilizamos e que pode muito bem nos afastar da substância das coisas, como você diz. Entretanto, é por meio deles que mais nos expomos, é na sua escolha que mais dizemos sobre nós mesmos. Penso ser mais útil à troca de idéias, uma abertura que revele até mesmo a fragilidade dos argumentos, a nossa humanidade, do que a manutenção do discurso pseudo- científico, artificialmente intelectualizado e falsamente rigoroso que predomina na crítica de arquitetura, pois que é frequentemente ambíguo, deixando portas de fuga que evitam o confronto sadio das diferenças.
    Novamente agradeço a sua Barriga acolhedora e reconheço que extrapolei na minha condição de visitante.
    Um forte abraço.

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  8. "a sua presença acabou por tornar-se uma parte importante da vivência do espaço e da identidade do novo centro de cultura"
    :) adorei saber. deixar a vida fluir. em vez de controlar os pormenores. parabéns pelo blog. para os leigos os post são viagens. gosto de viajar por aqui :)

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  9. Olá Daniel!
    Ainda em fase de construção, fiz umas filmagens na casa da música.

    Consegui entrar, acompanhado pela equipa de engenharia acústica que ia fazer uns testes e, afortunadamente se encontrava à entrada quando nós (eu e duas colegas de arquitectura) nos lamentávamos por não conseguir entrar para dar uma olhadela.

    já editei isso há muito tempo. Logo depois de ter ido lá. (atenção que não sou editor de cinema, nem nada que se pareça, é uma coisa amadora)
    não sei, (nem imagino como lhe enviar isso, para que me dissesse se lhe interessa publicar esse filme, mas, ou muito me falha a memória não costumo ver videos aqui pelo Barriga.

    De qualquer forma, obrigado pelo seu tempo, principalmente pelo que dedica a este espaço que tantas vezes me alimenta o espírito.

    Obviamente, pode omitir-se de publicar este comentário.
    Mas, torna-se para mim mais simples que escrever um e-mail.

    Abraços,

    Bruno Ebo Amorim

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  10. Bruno, venha de lá esse vídeo. O blogger agora suporta uploads até 100 megas. Nunca testei, mas podíamos fazer uma estreia...
    Abraço

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  11. Boa tarde.

    sou de São Paulo e moro na cidade do Porto onde trabalho e freguento o sexto ano de arquitectura.
    venho por este meio dar os parabens pelo site, e pelas conversas sobre arquitectura.
    sou um utilizador activo e não penso em deixar de ser.

    um abraço a todos

    kiko

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  12. A casa da música gerou polémica, confrontos e desacordos.
    Mais uma coisa eu tenho certeza, com o passar do tempo, o preconceito e as opiniões foram mudando, eu posso dizer que estou incluído nesse grupo de pessoas.
    Hoje acho a casa da música um espaço cultural de grande valor para a cidade do Porto.
    Após ter assistido alguns concertos e outros eventos acentuo mais a minha opinião, a casa da música é um novo marco da cidade, que as pessoas gostem ou não.

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