I heard he sang a good song, I heard he had a style.
And so I came to see him to listen for a while.
And there he was this young boy, a stranger to my eyes.
Strumming my pain with his fingers,
Singing my life with his words,
Killing me softly with his song,
Killing me softly...
Quando se é novo o mundo gira à nossa volta, somos o centro do nosso pequeno mundo e toda a atenção revolve em volta dos nossos interesses e objectivos. Will é um miúdo de 38 anos, a derradeira fantasia masculina, totalmente conformista e sem objectivos que não sejam o seu bem estar e o seu sucesso com as mulheres. A entrada do estranho Marcus na sua vida é, assim, algo que ele tenta impedir a todo o custo. Aquela figura não se encaixa com o quadro perfeito e sedutor que ele criou à sua volta, mas Marcus é um jovem marcado por um desespero subterrâneo e Will é a única figura estável em que ele vai encontrar um porto de abrigo. A magia do filme está na forma sensível como vai desconstruindo as barreiras emocionais que todos os personagens têm à sua volta.
Aquilo que mais surpreende é a doce tridimensionalidade das personagens. A forma como Will e Marcus interferem um com o outro e se transformam por dentro. Mas acima de tudo, e fazendo o justo elogio à dupla Paul e Chris Weitz, é a forma sensível e despojada de retórica moral com que a história é apresentada. Está lá tudo mas o filme não faz sermões acerca de nada. Era Uma Vez Um Rapaz é um rio emocional que corre abaixo da superfície, um filme inteligente e uma sólida incursão no melodrama que foi, também, uma das melhores comédias de 2002.
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