BIG: The Clover Block
Antes de regressar ao seu país de origem, a Dinamarca, Bjarke Ingels trabalhou na OMA onde participou na concepção da Biblioteca Pública de Seattle. O projecto determinaria o rumo do seu principal mentor, o ex-membro da OMA Joshua Prince-Ramus, que iniciou a sua própria firma, REX, em Nova Iorque.
Ingels abandonou a OMA em 2001, fundando a PLOT Architects em colaboração com Julien de Smedt. Em Janeiro de 2006, e após uma intensa ligação profissional de cinco anos, decidiu começar uma actividade própria com o estúdio BIG.
Com apenas 33 anos de idade, Bjarke Ingels estabeleceu-se como um nome sólido e uma das figuras mais marcantes de uma nova geração de arquitectos. Recebendo reconhecimento internacional e recolhendo vários prémios de prestígio, sobressai como defensor de uma prática inovadora, combinando conceitos arrojados de design com uma abordagem analítica profunda às complexidades programáticas da arquitectura.
Bjarke Ingels esteve presente na conferência da Trienal de Arquitectura de Lisboa onde avançou alguns dos processos criativos que suportam o seu trabalho – “uma arquitectura ao mesmo tempo experimental e evolutiva, em oposição à mera procura de originalidade ou ruptura”. O Clover Block esteve no centro da sua apresentação, como exemplar desse sentido progressivo que conduz a ideia à forma, numa série de passos elaborados que incrementam complexidade à medida que o projecto é desenvolvido.
Localizado no centro de Copenhaga, o Klovermarken é um extenso relvado utilizado ocasionalmente por jogadores de futebol e pessoas passeando os seus cães. Este território desocupado e contínuo está rodeado de pequenas indústrias e é hoje o maior parque público – e um dos últimos espaços vazios remanescentes – da cidade.
Tentando responder à necessidade crescente por habitação acessível, Bjarke Ingels avançou a proposta de um extenso bloco perimetral com 3km, rodeando toda a área do Clover Park. O projecto introduz mais de 3000 novas residências e unidades de uso misto, sem sacrificar a qualidade do seu território interno como um espaço público vital. Ingels enfatizou a necessidade de intensificar a sua já existente, mas desestruturada, vida pública. O edifício é extenso, por vezes curvado, a sua altura é variada, de acordo com a natureza da estrutura urbana circundante, estabelecendo novos pontos de vista e ligações à cidade.
Este dinâmico edifício-muralha despertou um intenso debate público sobre a política urbana local. É um projecto particularmente interessante por desafiar noções estabelecidas do papel da arquitectura e da sua dimensão urbana. O Clover Block vai além das tipologias estandardizadas de vivência e lazer para questionar o modo como os cidadãos fazem uso do espaço da cidade. Na sua base está um processo de design imaginativo e desafiador; não um exercício de utopianismo mas um modelo de complexidade pragmática. Muito mais que a prática de uma experimentação aleatória, é antes um discurso sólido sobre os vários níveis da urbanidade – o económico, ambiental, social, como as forças impulsionadoras da arquitectura.
BIG: The Clover Block
Prior to returning to his home country Denmark, Bjarke Ingels worked at OMA where he participated in the making of the Seattle Public Library. The project would determine the course of ex-OMA partner Joshua Prince-Ramus who started his own office, REX.
Ingels left OMA in 2001 and co-founded PLOT Architects in the same year with Julien de Smedt. In January 2006, and after five years of intense collaboration, he decided to open his own firm, BIG.
Though only 33 years old, Bjarke Ingels has made a name for himself as one of the strongest figures of a new generation of architects. He stands out as an advocate for an innovative form of practice, combining cutting edge design concepts with a deep analytical approach to the technical complexities of architectural programs.
Bjarke Ingels was present at the Lisbon Architecture Triennale’s main conference where he advanced some of the creative processes that support his design philosophy – “an architecture that is both experimental and evolutionary, in opposition to a mere search for originality or rupture”. The Clover Block was central to his presentation, as it exemplifies this sense of evolution from ideas to form in a series of elaborate steps that increment complexity as the project is developed.
Located in the center of Copenhagen, Klovermarken is a wide green lawn used by occasional football players and dog walkers. This continuous empty space is surrounded by small industries and stands as the biggest public park of the city - and one of its few remaining vacant plots.
Addressing the pressing need for accessible housing, Bjarke Ingels advanced the proposal of a 3km long perimeter block enveloping the entire Clover Park area. It introduces over 3000 new residences and mixed use units without sacrificing the quality of its internal territory as a vital public space. Ingels emphasizes the need to intensify its already existing, but destructured, public life.
The building is bent and curved, its height is varied, accordingly to the nature of the nearby urban structures, establishing new viewpoints and connections.
This dynamic wall-building triggered a public debate concerning local urban politics. It is a particularly interesting project that challenges established notions on the role of architecture and its urban dimension. The Clover Block goes beyond standard typologies of living and leisure to question the way people use the space of the city. Its daring, imaginative design process stands not as an exercise on utopianism but as a model of pragmatic complexity. Architecture, not as a random experimentation practice, but a solid discourse on the many levels of urbanity - economical, environmental, social, as the concerning driving forces of architectural design.
Architecture: Bjarke Ingels.
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Bem vindo sejas Daniel...
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