Hoje estou vivo

What is it exactly that makes up a satisfying and meaningful life? Is it still possible to reach the end of my life and say, “Yes, I lived my life fully and as best I could.” and to die with a full heart? Is the modern template for what constitutes a “successful” life the only option? For so much of what I see seems completely insane to me. So much of what so many people think of as important seems dull and without imagination, apathetic and blind to the world around.
Laughing Knees

O blog vai avançando, lento e desfocado, e assim bem mais próximo do meu estado de espírito do que gostaria. Por vezes, parar para pensar pode ser a pior coisa. Mas “a vida tem de parecer certa”, afinal. Por estes dias sigo atravessado por uma nova e estranha sensação, de que ou reinvento tudo ou acabo com ele.
Parece-me tão distante a “blogosfera” e os temas que a alimentam. Poucos são os blogs que visito e desses ainda mais raros os portugueses. Assim abismo nas páginas mais pessoais, escritas por pessoas a sério que falam das coisas que vivem e de como as sentem. Distantes ou próximas, nelas se descobre a razão de ser de tudo isto, desinteressada e sem agenda.
Há um mundo maior lá fora. Descobre-se nas coisas pequenas, no germinar das plantas do terraço, no fucinhar do Moby quando quer festas, no esperguiçar dos gatos. No azular saturado do céu ao fim da tarde quando tudo parece mais lento e as luzes começam a acender pela cidade. Coisas pequenas e ridículas aos olhos dos falsos adultos que tantas vezes nos rodeiam, esses que olham para nós incrédulos quando lhes revelamos os mais fundos segredos. Que não compreendem porque estas coisas são tão especiais e importantes que as lágrimas nos vêm aos olhos ao falarmos delas.
Porquê escrever, então, se não para falar destas coisas, afinal? A vida é isto e sempre, tantas coisas por fazer e outras tantas ainda por dizer. Sempre. Por isso sei...

5 comentários:

  1. Daniel,

    respeito os seus sentimentos, mas não os partilho. :-)

    Não é que não possa ficar fascinada com o espreguiçar de um gato ou uma nuvem dourada.

    É somente que no mundo da blogosfera eu não estou interessada na poesia individual de um bloguista fascinado pelo seu gato. Este é um tipo de fascínio que eu penso nosso, individual. Ou uma espécie de ioga que não me imagino a exercitar na blogosfera e que não pretendo assistir na blogosfera.

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  2. é boa a perspectiva de blogs sem agenda que, tal como os dias, passam devagar.

    cumprimentos.

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  3. ñ poderia discordar mais do abrunho...
    penso q as experiencias e os sentimentos dos outros nos fazem sentir mais humanos, mais humildes
    ajudam-nos a evoluir e a sermos fieis a nós próprios e honestos para com os outros
    levam-nos a não pensar q o mundo é só feito de 'grandes' feitos,q mtas vezes são tão inconsistentes e incoerentes q até dá dó,e de pseudo-intelectualidades de trazer por casa,pa botar figura,tão futeis e vazias de conteudo...
    ñ há nada de mais genuino do q um 'bicho' a solicitar um carinho e é fantastico nós ainda termos a capacidade e a sanidade de apreciar estes 'pequenos' momentos e termos a coragem de ñ parecermos ridiculos por falarmos,genuinamente e ingenuamente,deles
    coragem daniel e nunca desista de ser coerente consigo próprio...nós estaremos cá para o ler

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  4. Existem blogs de todo o tipo e para quem quer intlectualidades ou experiencias pessoais, eles existem às catadupas! Eu não tenho um blog, mas tenho alguns amigos que têm e sinceramente o que eles dizem nos seus posts vem sempre de relatos pessoais, quer se tratem de relatos do mundo quer das suas vidas. Claro que uns não resistem a ser mais "intlectualoides" que outros mas até a visão desses é muito pessoal.

    Acho que um blog deve ser aquilo que uma pessoa quiser afinal de contas ninguem é obrigado a lê-los!

    Pessoalmente gosto de blogs que falem da "poesia individual de um bloguista fascinado pelo seu gato" pois são eles que nos dão a visão real da pessoa por detrás do blog. Afinal de contas os blogs e os comentários aos posts, quando não se conhece o "blogador ou o comentador", não são mais do que mensagens de desconhecidos que jogam ou não uma personagem com os seus "dizeres"!

    Apoio todos os blogs que nos mostram o mundo pelos olhos reais de alguém. Curiosamente são dos mais interessantes já que tanto são intlectuais como poeticos, tanto mostram indignação ou apoio aos temas do mundo como nos mostram novos mundos individuais!

    Vale a pena ler estes blogs e acho que o Daniel deve permanecer na luta por esses blogs de pessoas que podem dizer tanto sem dizer nada!

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  5. Quando penso num blogue muito, muito bom, muito bonito, bem feito, bem escrito, penso invariavelmente nesta sua "Barriga".

    Não aprecio especialmente o tom confessional de certos blogues, o excesso de umbigo, tantas vezes sem talento e sem ideias. Pretendo não perder tempo com a frivolidade alheia.

    Então o que é que dá sentido e justifica tantas horas de dedicação, tantas energias gastas?
    Não me faz sentido uma blogosfera sem causas. Ou estamos por aqui para ajudar a salvar o mundo (ainda que seja ao pé da porta), ou então, para nos perdermos nele.

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