O fabuloso destino
Os meus leitores mais fiéis devem lembrar-se da Amélie. Encontrámos a pequena caniche anã abandonada a viver escondida numas obras. Estava tão suja que parecia literalmente um trapo velho, o pêlo crescido e espesso de tanta sujidade. Pior, uma pata dianteira partida abanava de um lado para o outro e fazia indiciar um futuro sombrio. Latiu poucas vezes quando nos aproximámos mas deixou-se pegar envolvida num pequeno cobertor.
A ida ao veterinário correu bem. Umas análises mostraram que por detrás daquele aspecto desanimador estava uma cadelinha cheia de vontade de viver, apenas um pouco subnutrida. Mais boas notícias vieram da observação da pata dianteira; a recuperação estava à distância de uma cirurgia bastante simples.
Chamámos-lhe Amélie e acabou por viver connosco durante longos meses. Um penteado, umas vacinas em dia e uma cirurgia depois, e a pequena miniatura começou o seu longo processo de recuperação. Durante mais de um mês viveu praticamente fechada numa gaiola de um metro quadrado: ordens do médico. Não podia andar muito nem saltar porque poderia danificar ainda mais a pata, segura por um reforço metálico. Aos serões passava as horas ao nosso colo no sofá, onde se aninhava muito cuidadosamente. Tentávamos mimá-la o mais possível para compensar os seus dias difíceis.
Passado aquele período mais crítico começou a poder andar em espaços maiores e a aventurar-se para descobrir o novo território que lhe estava disponível. A Amélie estava cada vez melhor.
Durante este tempo fomos abençoados com o aparecimento de uma família fantástica que adoptou a nossa menina e a acompanhou durante os meses de recuperação em que esteve connosco. Agora, há poucas semanas apenas, a pequena caniche partiu para a sua nova casa onde tem uma vida feliz e é o centro de todas as atenções. E nós, cheios de saudades, também estamos felizes pela nossa menina e pelo seu fabuloso destino.
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Muito tocante este seu texto. Quem convive com animais pode entender bem os laços que criamos com eles e eles connosco.
ResponderEliminarLembro-me tão bem da pequena Amélie!...
ResponderEliminarE é mesmo bom saber que, apesar dos imensos abandonos (sobretudo nesta época de Verão), ainda há assim finais felizes!
Bjs
Que me desculpe o Daniel, mas não resisto a comentar o Anônimo:
ResponderEliminarCom um template daqueles, às bolinhas? Ou o MEC se deixou converter por uma espécie de "optical art" de trazer por casa, traçada de "pop art" de subúrbio, ou é um embuste. Inclino-me para a segunda hipótese.