Esta segunda conversa, partindo da expressão própria de uma obra de construção, em função dos seus intervenientes, das preocupações, movimentos, tensões e tipo de ligações próprios desta actividade económica, abre-se ao conceito de obra mais vasto; como processo evolutivo resultante de um conjunto de ideias, decisões e acções que produz um resultado que tanto pode ser um edifício, um cenário, uma coreografia ou uma peça de teatro, só para referir aquelas em que o paralelo é mais óbvio.
Da mesma forma que os performers de um espectáculo, ao ensaiarem repetidamente movimentos e expressões, pausas e mudanças de velocidade, intensidades e intenções, geram uma determinada atmosfera capaz de revelar ao espectador o significado e o sentido das acções a que assiste, também numa obra de edificação, e em cada obra em particular, os seus diversos intervenientes, de acordo com a experiência própria de cada um, posição na hierarquia da obra e contexto em que esta se desenvolve, geram uma coreografia de comportamentos plena de significado e distintos planos de leitura – cultural, social, político e económico.
Pode o movimento gerado pelo trabalho numa obra ser visto como uma coreografia e uma coreografia ser vista como uma arquitectura do movimento?
Quarta-feira, 3 de Novembro, pelas 18h30 no auditório da Ordem dos Arquitectos (Banhos de São Paulo), em Lisboa.
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