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Este centro empresarial de construção recente situa-se na localidade de Soutelo, em Vila Verde, tendo sido programado para vir a fazer parte de um mais vasto parque tecnológico a edificar na sua proximidade. Para Manuel Graça Dias e Egas José Vieira, esta circunstância representou uma oportunidade para desenvolver um edifício identificável, capaz de gerar um sentido de lugar num território actualmente omisso em referências.
Manuel Graça Dias + Egas José Vieira: Office Complex in Vila Verde
This recently built office complex is located in the town of Soutelo, in Vila Verde, and is expected to become part of an expanding business park to be raised in the surrounding site. For Manuel Graça Dias and Egas José Vieira, this circumstance presented both the need and the opportunity to develop a signature building, a thoughtful architecture that could set a new sense of place in a territory currently lacking identifiable references.
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Early sketches
Main level floor plan
Architectural model
A prática colaborativa de Manuel Graça Dias e Egas José Vieira estende-se por mais de duas décadas. Muitas vezes catalogados de irreverentes e polémicos, os seus projectos sempre acarretaram um olhar crítico sobre a arquitectura portuguesa contemporânea, com as suas especificidades culturais e contingências próprias. Neste caso particular, a necessidade de ultrapassar as limitações de um orçamento reduzido motivou uma estratégia de design orientada para a definição de uma linguagem mais marcante. A construção disposta em “L” está revestida por uma textura em mosaicos azuis e brancos, reforçando o sentido de escala e a aparência inesperada do edifício. A entrada principal, localizada no perímetro exterior da intersecção dos dois módulos, é reforçada pela decomposição dos seus volumes próximos. Esta imprevisibilidade está presente em vários momentos da arquitectura, nas múltiplas janelas com direcções distintas olhando diferentes vistas da paisagem, bem como na elevação do edifício num dos topos revelando o suporte estrutural como parte integrante do desenho arquitectónico.
The collaborative practice of Manuel Graça Dias and Egas José Vieira extends for over two decades. Often labelled as provocative and irreverent, their projects have always retained a critical outlook on Portuguese architectural history, with its cultural specificities and economic contingencies. In this particular case, the need to overcome a constricted budget prompted a design strategy aimed at defining an impressive architectural expression. The “L” shaped structure is patterned with a chequered texture of white and blue tiles, maximising the building’s sense of scale and joyful appearance. The main entrance, located in proximity to the joint of the two built masses, is reinforced through the close deconstruction of the intersecting volumes. This quality of unpredictability is present throughout the building, in the multiple windows with different directions facing different views of the surrounding landscape, as well as in the construction’s elevation across the site, overtly revealing its structural walls and columns as elements of architectural design.
Architecture: Manuel Graça Dias + Egas José Vieira.
Photography: Fernando Guerra / FG+SG.
Que o Fernando Guerra é um excelente fotógrafo já o sabíamos, mas desta vez, ultrapassou todos os limites.
ResponderEliminarPor questões geográficas acompanhamos o crescimento desta obra desde a primeira pedra, desconhecendo quem era o seu autor. E desde a primeira pedra ela nos pareceu assustadora, descontextualizada e infeliz.
Uma espécie de boca foleira dos urbanos cultos aos emigrantes minhotos.
É pena
100 planos Arquitectura L.da
Sinto-me algo forçado a retorquir, ainda que sublinhando à partida não querer alimentar polémica.
ResponderEliminarPara lá dos adjectivos não registo esse sentimento de paternalismo lisboeta sobre os locais. Parece-me até, como em grande parte da arquitectura da dupla MGD+EJV, um bom exemplo da subversão de um vernáculo construtivo quase banal - subvertido exactamente na medida em que o desenho de arquitectura transforma a expressão formal de elementos construtivos de base corrente; diria até pouco elaborada.
O que é interessante nesta incubadora é ser ao mesmo tempo muito reconhecível - estranhamente português, se quisermos - e simultaneamente invulgar, na textura, na implantação, no desenho daquela rótula de acesso vertical, etc.
Bom, para aligeirar, não sei se é arte mas eu gosto.
Caros,
ResponderEliminarPelos comentários, isto parece um site para arquitectos ou críticos de aruqitectura ou arte. Mas mesmo assim vou arriscar.
Sempre estive muito atento à construção deste edifício. Confesso que qd vi as primeiras imagens (divulgadas pela comunicação social e pela aiminho) fiquei um pouco confuso, devido à imponência do edífício pelo material proposto para o seu exterior. Mas depois comecei a pensar que uma incubadora de novas empresas tecnológicas, criativas e inovadoras só podia causa impacto. E tb visual. Porque não? pensei eu. Porque só Lisboa ou Porto é que podem ousar ter o direito de possuir inovação ou um recorte de modernidade apesar de tudo simples e funcional? Porque é que a arquitectura tem de ser inacessível aos burro da província? enfim, poderia colocar muitas questões, muitas mesmo.
Por outro lado, quem opina a desfavor conhece realmente o projecto? Sabe o que é para que é este edifício? Sabe quem o vai utilizar? Sabe qual é a estratégia que está na sua origem? Conhece o edifício por dentro? Não me parece. Não partilho da opiniãode que a arquitectura - como todas as coisas - é uma coisa que cai do céu num determinado local e que só importa ver por fora. É mt mais do que isso. E depois Vila Verde, o Minho, merece ter um projecto destes, até porque acho mesm o que vai ser um marco, tal como o é o Estádio de Braga.
Enfim. Não só acho adequado à filosofia do negócio do IEMinho e da sua incubadora, bem como dos seu inquilinos - as empresas recém-criadas e cheias de garra e necessidadce de afirmação - como acho que é um edifício que marca, quye faz a diferença. Talvez por isso chatei tanta gente.
E depois outra coisa. Sabem porque utiliza este tipo de materiais? Sabem quais foram as limitações orçamentais, etc? Pois bem, arquitectura é isso mesmo, desenhar tendo em conta todas as variáveis, não só o impacto visual. Mas pronto, eu tb sou um ignorante nestas matérias. Mas isso não me impede de estar informado, de ter opinião e de a dar não é?
Filipe Vale
Esqueci-me no anterior post de dar os parabéns à dupla de arquitectos. Devem estar já habituados a que lhes deem os parabéns, mas é mais um elogio. E obviamente também dou os parabéns ao fantástico fotógrafo. As imagens estão ao nível do projecto. Ainda bem.
ResponderEliminarFVale
Eu acho o projecto uma porcaria. Mais um daqueles projectos "Baixa da Banheira" que o Graça Dias tanto gosta e pelos vistos apenas o que consegue fazer.
ResponderEliminarNão consegue ver que o tempo disso já passou?
E este blog continua a alimentar e divulgar estas bostas????? Haja paciência…
Bem...
ResponderEliminarNão era nossa intenção provocar ou mesmo questionar o trabalho de ninguém.
Não achamos que este projecto seja uma porcaria, até porque acreditamos que a arquitectura nunca poderá ser avaliada por fotografias e como nunca entramos no edifício, dificilmente poderemos tecer grandes considerações.
Contudo o facto de ter-mos acompanhado o crescimento da obra leva-nos agora a concluir que o azulejo resulta brilhantemente nas fotos aqui apresentadas e terrivelmente no local. E que provavelmente assim como o anterior comentador afirma, quando o conceito é mais bonito e interessante que a obra...
Há algo que não está bem.
100 planos Arquitectura L.da
Carlos,
ResponderEliminarDando-se o caso de eu te conhecer pessoalmente, mais me surpreende este pendor para a celeuma.
De ti que tanto te arrogas como defensor/promotor de novas expressões da arquitectura – tantas vezes dissertando sobre a debilitada cultura nacional que restringe a diversidade e impede a novidade – vires tecer o que não pode ser considerado mais que um insulto é no mínimo de estranhar. Se não vejamos…
Quantos projectos não vimos nós catalogados de mamarracho e escandaleira, só para virem a ser mais tarde reconhecidos como obras de grande qualidade e referência – algumas até de autores premiados décadas depois, em mão, pelo senhor presidente da república?
Talvez melhor fizesse Graça Dias em revestir-se no manto diáfano de umas paredes brancas, “contemporâneas”. Designer dresses… Para evitar alvitres d’aqui d’el rei.
[E poupar-me, já agora, a uns quantos comentários anónimos que seguem para o recycle bin sem dó – que há liberdade de expressão na blogosfera sim senhor e estão todos à vontade para a exercer lá nos vossos blogs.]
De resto Carlos, por aqui, sou todo a favor da biodiversidade. Agora se catalogas de bostas as coisas que publico, então desculpa a maldade mas devias usar a mesma bitola nas iniciativas que administras na web – onde tu mais quatro colaboradores não produzem nada de novo há 3 meses. Posso ter as minhas perplexidades mas não me vês por aqui com pedras na mão. E assim não te sintas obrigado em aumentar-me as estatísticas. O que não falta por aí são blogs onde se fala a tua linguagem.
Bom. Vamos por parte, pois as virgens estão ofendidas com a minha opinião.
ResponderEliminarApesar de não ser Critico, tenho opinião critica sobre as coisas, e como tenho o "mau hábito" de assinar os comentários com o meu nome e não com pseudónimos, deixo a porta aberta para me responderem de modo pessoal.
Primeiro alguns esclarecimentos. Eu não me arrogo defensor promotor das Novas Arquitecturas. Tenho feito um trabalho de divulgação de ateliês e fotógrafos jovens, tanto em Portugal como no estrangeiro e não assento a minha carreira profissional no idolatrar de arquitectos ou fotógrafos, seja nos meios impressos, online ou eventos.
Diversidade é diferente de qualidade. Já me equivoquei várias vezes com projectos que publiquei e não tenho pudor em o reconhecer em público, mas esses erros são mais fáceis de acontecer quando estamos a apostar em gente jovem, onde acima de tudo tentamos dar-lhes uma primeira oportunidade de divulgação.
Discordo contigo do teu pressuposto de projectos mamarrachos reconhecidos como obras de qualidade e referência. Acho que acontece mais vezes o contrário. Muitas coisas que se vendem como de "qualidade" e na realidade são umas autênticas bostas. Não vou entrar na discussão deste projecto. Já emiti a minha opinião —porventura insultuosa para alguns— e nem a possibilidade do "manto diáfano das paredes brancas contemporâneas" o poderia salvar, porventura apenas piorar. Gosto do azulejo e do seu padrão, e é o que apenas torna o projecto menos sofrível, num retorno a um pós-moderno contemporizado a que o Graça Dias já nos habituou.
Não parto para ataques pessoais e te peço que não te armes em blogueiro ofendido. Publicas coisas com bastante qualidade mas também muitas vezes te enganas.
Não te reconheço nenhuma culpa no equivoco de publicar determinadas "coisas". Neste caso — e um par de outros que publicaste recentemente (se quiseres te digo quais foram por email)— o verdadeiro responsável da sua existência são os próprios autores de arquitectura e a Agência de Comunicação Guerra. Como se o simples facto de serem fotografados pelo Fernando lhes conferisse algum tipo de selo de qualidade quando todos sabemos que as regras de mercado são outras.
Quanto à maldade, devias ponderar e olhar os teus telhados de vidro antes de jogares pedras aos outros. O teu blog é referência nacional — sim, reconheço-o em público como o faço em privado— e volta e meia, desapareces da blogosfera por tempos indeterminados, deixando os teus "fieis seguidores" desesperados a salivar pela tua sabedoria.
O projecto online que arranquei — e que ainda está em fase de definição— tem altos e baixos pois as pessoas envolvidas não tem nenhuma pretensão de atingir o céu digital, apenas desfrutar da partilha de projectos e arquitectos menos conhecidos que nos interessam. Temos vidas paralelas, reais, que são a nossa prioridade. Eu estive ocupado com um convite de uma Fundação Polaca para apresentar Ideias para o futuro de Varsóvia, com a direcção de um Pósgrado aqui em Barcelona e com o YEARBOOK do Jornal Construir; o Ivo mudou-se para Londres para trabalhar no Foster e a Nádia apresentou esta semana o Projecto Fim de Curso aqui em Barcelona, onde a exigência de trabalho é bastante superior à portuguesa. Talvez por isso tenhamos "estacionado" um pouco o projecto online, mas estaremos de volta em breve.
Não olhamos para o nosso umbigo nem procuramos fazer um mero blog. Como bem dizes, o que não faltam por ai são verborreias arquitectónicas e pseudo BLDGBLOGs e afins, mas uma revista digital, com linha editorial. Não tenho dúvida que existam mais blogs que falam a tua linguagem do que o projecto que nos propomos desenvolver. Talvez o consiga levar a bom porto, talvez não. O tempo o dirá...
Uma última coisa. Se não gostas que te questionem, posso desde já adiantar-te uma possível solução: podes encerrar os comentários do teu blog, mas assim também perderás os elogios que dão sentido à tua existência…
Carlos Sant'Ana,
ResponderEliminara resposta segue depois por email.
Vocês pensam mesmo que tudo se resume ao que vocês - arquitectos - pensam não é? Quem são vocês? O que fazem vocês para pensarem que tem o condão de dizer isto sim, isto não!?
ResponderEliminarOpiniões claro que sim. Toda a gente as tem e toda a gente as pode divulgar. Mas sabem mesmo do que falam? Ou é só mesmo por terem concluido um curso de arquitectura que se arrogam a usar palavras desonrosas como porcaria... sobr uma coisa que desconhecem? Sim, porque não acredito que conheçam o projecto e a obra que já está concluída. Vejam, sintam e depois falem. Ou são seguidores daquele subsecretário de estado português (Sousa Lara) que disse certa vez que um determinado livro de um escritor portugues (evangelho segundo jesus cristo) era uma porcaria e vetou-o mesmo para representar Portugal num Prémio de Literatura Europeu? Mas vejam bem no que deu a ignorância: Sousa Lara (que reconheceu mais tarde qu nem sequer tinha lido o livro sobre o qual opinou negativamente) caiu do Governo e mais tarde esteve ligado ao escandalo da Universidade Moderna. Saramago mudou-se para Espanha e ganhou o Prémio Nóbel da Literatura.
E vocês? Vão continuar a opiniar à distância e a largar comentários pobres cheios de palavras bonitas, ou vão tentar conhecer (ler o livro, percebem?) o edifício para depois comentar?
Não sou arquitecto, o meu nome não é pseudonimo de ninguém e não mes escondo de vocês.
Filipe Vale (fvale@aiminho.pt)
Caros amigos. Sou mais um dos que não percebe nada de arquitectura, mas que tem opiniões e neste caso:eu gosto.
ResponderEliminarClaro que falo em causa propria por ser o Coordenador Operacional deste projecto desde a primeira hora em que foi lançado, e aproveito a oportunidade para mais uma vez, dar os parabéns e agradecer a toda a equipa de MGD e EJV pela competencia, profissionalismo e dedicação, que ditou o relacionamento entre todos os intervenientes neste processo, que permitiu lançar e concluir esta obra em 365 dias.Posto isto, fico muito contente com o desenvolvimento deste Blog, porque apesar de todas as justificações tecnicas e arquitectonicas, que acredito e aceito, sobre este projecto, o nosso principal objectivo estratégico está aqui a ser cumprido "falem de nós".Mas a razão principal deste meu comentario é tão somente convida-los a todos a visitarem este edificio e compreenderem a sua função e missão. Não queremos aqui só aqueles que nos aplaudem, mas também aqueles que nos criticam, pois da critica nasce o conhecimento.Está feito o convite, agora aguardo (é pá mas não apareçam nas proximas semanas pois vou de férias...). Rui Fernandes rf@ieminho.pt
Parece-me que aqui gerou-se uma grande confusão entre criticar, opinar e vomitar insultos (sem aparente justificação).
ResponderEliminarSe não queremos um feed-back de agressão pessoal deveriamos reflectir e justificar as nossas opiniões, criticas, ou o que lhe quizerem chamar.
Resta-me também opinar que algumas afirmações parecem vir na linhagem do dito "nunca me engano e raramente tenho dúvidas..." e que tais opiniões vieram atiçar a minha curiosidade em conhecer o edifício e marcar Vila Verde no meu mapa de visita.
Boa sorte à ieminho. Depois das férias dou aí um pulinho para então poder voltar aqui e tecer uma opinião contextualizada.
Bárbara
Subscrevo absolutamente a opinião da Bárbara, acrescentando apenas que me impressiona ver que a arquitectura por vezes, só por ser polémica, já é boa "e eu gosto"! Escusado será dizer que as coisas desinteressantes nem se notam e muito menos se comentam e que nem todas as coisas boas são polémicas. O contrário também é válido: nem tudo o que é polémico é bom ou sequer a própria polémica será relevante para coisa alguma...
ResponderEliminarConfirmo também a incrível qualidade pedagógica do prof Graça Dias, que continua a dar aulas fora de horas, a alunos que não conhece. Como qualquer aluno da UAL diria, o verdadeiro "boss". Ainda um grande mestre da arquitectura que faz pensar, bem como do pensamento que a precede e define.
Porque sou aluna não me identifico, não me ficava bem, espero que compreendam.
Já não sei como vim dar ao blog mas deparei-me com este post sobre a obra do arq graça dias no minho. Posso ser suspeito porque foi meu professor no ano passado,tal como o/a aluno/a que escreveu anterioremente, embora eu seja aluno da faup onde o prof lecciona uma disciplina teórica (TGOE).Posso (e não sou só eu) dizer que disfrutei de um ano de enriquecimento enorme no conhecimento arquitectónico com o Professor graça dias, que acaba por se tornar para nós inesquecível também pelo seu sentido humano inesgotável. Posso até dizer que é bom vê-lo continuar a passar nos corredores de Sexta em Sexta, já que sabemos que mais e mais gente se vê abrangida a cada ano que passa pelo professor e pessoa que ele acaba por desvendar. Em suma, o prof mgd marca qualquer aluno, pela sua genialidade e sobretudo simplicidade na comunicação de ideias e conceitos à partida complexos. Pude constatar a densa discussão sobre o projecto aqui referenciado em concreto e a obra de mgd. Num exercício momentâneo mas difícil de distanciamento do contacto com o prof e arquitecto (pois mgd ao falar de cidades e arquitectura também dava a sua posição de arquitecto), penso numa característica transversal à sua obra que conheço, a unidade que lhe reconheço, na diversidade, originalidade, adaptabilidade que consegue em cada projecto que realiza. Por alguns comentários aqui publicados vejo uma falta de abertura enorme ao que pode ser novo e ter ainda assim qualidade, ser arquitectura muito qualificada. Parecem preferir aquele modelo banal de subversão das prioridades projectuais, integrado no sistema de marketing da arquitectura (posta lado a lado da moda e design no furor da sociedade), e incorrendo numa prática desqualificada, pobre e que apenas serve para alimentar este fugaz momento na mediatização generalista. A competitividade no sector será uma das causas, a falta de qualidade de alguns cursos de arquitectura outra, o catalisador é certamente este sistema de marketing em que a ideia de moderno e prático e fashion torna a aquitectura quase num serviço. Para além de não exigirem ao aos arquitectos a sua função inventiva, tornam seco o espaço de reflexividade e debate destinado a perceber os reflexos sociais do próprio projecto por exemplo. O que é interessante nisto é o desafio que representa o contacto com a sociedade e público especializado, tentando divulgar ideias novas, bem feitas originais, diversas, e que por isso (pela ideia de projecto) possam ser difundidas. Mas desde o manifesto modernista, até ao marketing mais actual , o que se vê o contacto com o público mais generalizado é uma série de conceitos fabricados e sustentados por um saloio estado de coisas já levemente retratado. A fragmentação da arquitectura (e mesmo arquitectura não o serviço!)desde os manifestos modernistas que tentam uma só arquitectura poderia permitir essa consequente abertura, discussão, interesse na divulgação e difusão,chegando à qualificação da arquitectura dos nossos dias. Não nos iludamos, o movimento moderno na arquitectura está ainda muito fresco em nós, mas é inevitável também esta individualização das ideias, fragmentação que a própria condição urbana pode trazer até. Mas ao mesmo tempo temos que adequiri uma boa dose de massa critica, tolerante e aberta, e não embarcar facilmente na não arquitectura que hoje se tenta vender (e vende-se)aos montes em Portugal. Se temos tantos arquitectos, não queremos certamente que ele se colem todos a este sistema economicista de fazer arquitectura, mas antes preferimos que eles ganhem consciência da importância das questões económicas sociais históricas, mas também de expressão pessoal e descoberta pessoal (enriquecida pelo conhecimento de tantos autores hoje divulgados nos meios especializados)no projecto que fizerem. E o que Mgd propoe na sua obra é exactamente isso tudo, pois ninguém me poderá dizer (mesmo sem falando da beleza do edifício)que este edíficio não terá um impacto económico positivo em termos de imagem da empresa em questão (neste caso é mais :uma incubadora).Indago que muitos críticos quase cegos e intolerantes na critica,esperariam ver ali nascer mais um banal edificio de projecto pensado em três dias, e logo anunciado como incubadora de empresas, consensual e serôdio, e qui é que arquitectura entra na valorização do estar, do lugar onde algo vai funcionar, a arte como algo de necessário e intrinseco à condição humana.Isto num território em profunda transformação e que precisa que uma atitude forte, uma atitude urbana no caminho imprevisível a desbravar da sua identificação para as populações, no mundo de hoje tendencialmente global. E isto assustará muitos que prefeririam ver um carimbo sem grande impacto do que se diz ser arquitectura hoje em Portugal. E o respeito que Mgd nutre por todas as referências da arquitectura de qualidade no país e no Mundo é algo que acaba por se refectir em obra. Mas mais tarde certamente reconhecerão o valor das referências que vão sendo construídas, em atraso como sempre foi ao longo da História. Não querendo que esta seja uma indagação que só sirva de estúpida consolação (depois de já não poder saber o que cá se passa) perante a nublina que sempre se abate sobre o futuro, faço votos também para atentarmos num aspecto que apreendi do arquitecto mgd. (E isto voltando à minha condição de aluno de Mgd) A alegria de viver nas cidades foi uma das mais fortes características do seu ser como arquitecto e pessoa( e já repararam nas variadas formas de nomear mgd, o que representa o largo espectro que consegue abrir sendo à partida só nosso professor), e daí precisamos de tirar muito e em cada obra que ele faz é bom que nos lembremos dessa atitude. Todos nós temos um pouco a aprender com isso num momento em que o apetite do retorno melancólico à terra também domina a generalidade da população das cidades e que por isso integra o sistema de marketing da arquitectura. isto significa muita coisa no território, mas mais do que isso interessa às pessoas perceber como pode mediar esse apetite, e como pode tirar partido das duas situações, não se deixando embarcar nas modas proliferadas diariamente e em que reina a desqualificação arquitectónica, algo que já vimos ter muito impacto na vida das pessoas, doutra forma nunca estaríamos a ter discussões sobre arquitectura.Desculpem a falta de contenção e o facto de extravazar em muito o tema mgd e edificio referenciado, e também a falta de correcção ortográfica e de sintaxe certamente patente.
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