Nonsense

O texto do Tiago Mota Saraiva é uma tolice. Assim mesmo. Falo com a tranquilidade de quem não tem nada a ver a trienal. Mas aquela demagogia sobre o preço dos bilhetes é, à falta de melhor expressão, uma load of bull. Façam o trabalho de casa e comparem com o custo de participação em qualquer conferência de qualquer evento semelhante, no panorama europeu, e terão algumas surpresas. O Tiago podia, já agora, ter tido o rigor de explicar que o preço de inscrição é substancialmente mais baixo no caso de estudantes e estagiários. Mas compreendo que se estivesse incluído um concerto dos U2 já ninguém se queixava.
Quanto ao architect’s belly showroom – lolada – não comento, porque aí até é capaz de ter alguma razão…

7 comentários:

  1. Assustadora, a rapidez em que te tornaste numa caricatura de ti proprio.
    :Houve uma altura em que a classe da tua escrita me fez iniciar o meu blog.
    Depois veio o envolvimento. Os Mateus (os outros) e a primeira Trienal.
    A alice perdeu-se a caminho do pais das maravilhas Daniel e a tua demagogia, de quem nao tem a capacidade de entender o quao provinciana, regionalista e sectaria e' a nossa Trienal cega-te ao ponto de a quereres colocar num qualquer roteiro internacional de arquitectura.
    A bienal de veneza so' se assumiu como verdadeiramente internacional depois de se ter firmado como uma bienal em Italia. Depois a malta comecou a abrir horizontes para quem vinha de fora.
    Falo com a propriedade de quem atravessou 2 London Architecture Festivals e nao pagou um centimo para ver o que quis ver, de quem participou em 3 London Open Houses e nao gastou mais do que o que investiu nos transportes.
    De quem vive nesse 'misterioso mundo internacional onde tudo e' caro e o povo paga para participar nos eventos da elite.

    Es uma vergonha para todos nos.

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  2. Daniel, estás no teu direito de achar que o texto é uma tolice e/ou mal fundamentado ainda que no teu post não encontre nenhum argumento que me faça pensar de outra forma. A decisão dos preço dos bilhetes é uma opção política e eu faço uma leitura dessa decisão - que excluirá muita gente da discussão. Haver ou não haver descontos parece-me absolutamente irrelevante, até porque se a intenção era que os preços fossem mais baixos, porque não decidi-lo?
    Contudo não escrevo para te rebater, mas para te pedir que retirasses o link do ateliermob do meu nome. Se é certo que dele faço parte o ateliermob é um colectivo de pessoas necessariamente com diferentes opiniões. Aliás, este texto, por opção minha, só foi publicado no meu facebook. Não me aborrece que seja republicado noutros sítios, se servir para acabar com a modorra da escrita laudatória sobre aquilo que se quer que seja a arquitectura nacional.
    Um abraço
    Tiago Mota Saraiva

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  3. ISC, não nos conhecemos e, ao contrário do que possas esperar, não fico aborrecido com a tua opinião. Digo apenas que presumes muito mais das minhas palavras do que aquilo que escrevo. Onde está essa defesa cega da nossa (nossa?) trienal? Ainda não leste uma palavra minha a esse respeito. Supões que, por ter participado lateralmente na Trienal 2007 como blogger, praticamente freelancer, achas que conheces aquilo que penso ou defendo?
    Digo-te apenas que estás enganado. Tens o direito a ter a tua opinião e a não gostares das coisas que escrevo. E a exprimir essa desilusão exacerbada a meu respeito. Mas posso garantir-te que não devo nada a ninguém. Nem à Ordem, nem à Trienal, nem à Faculdade. E, permite-me que o diga, nem a ti.

    TMS, sou sensível à questão do preço da conferência porque ouvi (repetidamente) reacções semelhantes na anterior trienal, por sinal com bilhetes de conferência consideravelmente mais caros. Ainda assim mantenho a opinião que escrevo neste post. Aliás, referindo ao que escreve o ISC, nos LFAs também ocorrem conferências com entradas pagas. Mas adiante…
    A questão do preço não é apenas uma opção política. É também uma questão de viabilidade financeira. Não estou por dentro dos números desta trienal mas quase garanto que o preço dos bilhetes não paga, nem de perto, a realização do evento. E que, independentemente das críticas que lhe possam ser dirigidas – e haverá certamente muitas – tem havido um esforço de autonomia financeira que resulta do grande empenho de quem a dirige.
    É por isso que, quando vejo queixas a respeito da conferência, penso que se é preso por ser cão e preso por não ter. No fundo ninguém quer pagar. Mas também ninguém deseja que seja a Ordem (ou o Estado) a consumir recursos para sustentar um evento desta natureza. Eu, pelo menos, não o desejo. Em que ficamos? Seja como for, não creio que €35 (para as primeiras 500 inscrições) e €80 (para as restantes) sejam impeditivos para a maioria dos estudantes. Pelo menos para aqueles que não gastaram as mesadas todas nos festivais de Verão.
    Quanto ao resto, haverá certamente tempo para debater.
    Abraço, volta sempre.

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  4. Daniel, discordo profundamente de algumas ideias subjacentes ao teu comentário. Tentarei rebatê-los, por agora, telegraficamente:

    - Num meio tão pequeno como o nosso não há opiniões independentes. Todos temos o direito a ter uma opinião e melhor ou pior conhecemos os seus principais actores - no que me diz respeito faço a declaração de interesses: tenho vários amigos nas curadorias e gabinetes da Trienal.
    Agora um dirigente da SRS começar um texto sobre a Trienal dizendo que nada tem a ver com o evento, parece-me pouco sério. Como dirigente da SRS tens todo o direito a ter a tua opinião e a expressá-la publicamente, o que não acho correcto é que invoques a tua independência como um factor de credibilização da tua opinião perante outra que procuras descredibilizar.

    - Invocando o meu passado de tesoureiro da OA e como tal conhecedor das contas de vários destes eventos informo-te que, em Portugal, acontecimentos em torno da arquitectura não se financiam através dos bilhetes cobrados, até porque, conforme constatarás, circularão inúmeros bilhetes gratuitos entre amigos que assegurarão as presenças e o quórum de amigos.

    - Não me preocupa nada que o Estado (através da OA, ou não) patrocine um grande evento em torno da arquitectura. Preocupo-me se não assegurar o seu interesse público.

    Um abraço
    tms

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  5. Tiago, parece que tenho de fazer um “disclaimer” a cada passo, a cada argumento. Relevas o facto de eu ser “dirigente da SRS” para considerar a minha declaração de independência como pouco séria.
    Em primeiro lugar, não invoco a minha independência para descredibilizar a opinião alheia, neste caso a tua. Invoco a minha independência porque ela é rigorosamente verdade. É um facto, ponto final.
    Sou “dirigente da SRS”. Sim, sou membro suplente do Conselho Directivo Regional da OASRS, título pomposo resultante da resposta afirmativa ao convite que me foi endereçado para integrar a lista em exercício, a que acedi na condição de não se tratar de um lugar “elegível”, executivo, ou seja, como suplente. Nessa condição participei em uma ou duas reuniões do CD, por aqui se ficando a minha participação nos trabalhos da Ordem – por falta de disponibilidade, porque vivo longe de Lisboa, por diversas razões pessoais que só a mim dizem respeito. E, assim sendo, posso dizer-te sem problemas que não tenho nada a ver com o evento (Trienal), ou qualquer outro evento ou actividade promovidos pela Ordem no presente mandato. Não o afirmo como uma espécie de virtude. É apenas um facto e, se te importa, quanto a ter sido “dirigente da SRS”, é algo que não virá a constar sequer do meu currículo.

    O problema destas trocas de opinião é alimentarmos sempre um erro do primeiro momento em que começamos a discutir. Uma presunção quanto ao que o outro é. Quando afirmei que o que escreveste é uma tolice posso ter sido agreste mas exprimi uma opinião quanto ao que dizes, não quanto a ti.
    Quando dizes que a minha afirmação é pouco séria fazes uma consideração a meu respeito. Presumes má-fé. Poderias questionar a minha independência sendo eu “dirigente da SRS”. Mas tu não te coíbes de extrair uma conclusão a esse respeito, mesmo não conhecendo a relação que tenho, ou deixo de ter, com a Ordem e com as pessoas que a compõem.

    Sublinho este ponto porque deveriam, todos, ter em conta que quando falam da Trienal não devem fazer uma espécie de tábua rasa moral de tudo e de todos os que organizam, participam e integram um evento desta natureza. Há ali planeamento, trabalho, esforço, profissionalismo de muita gente: direcção, gestão, organização, planificação, construção, comunicação, etc. Se acham que as iniciativas são uma nulidade, interroguem a questão a fundo. Se acham que há oportunismos, faltas de independência, protagonismos injustificados, identifiquem tudo isso e discutam-no. Mas dissertações como a tua, pairando no limbo da generalidade, estão condenadas a cometer injustiças a troco de qualquer razão de fundo que possam eventualmente deter.

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  6. Curadorias e trianais: coisas para a revista, nao digas mais...Estetica minimal, nilista e relativista. Branca e aparentemente certeira para ofuscar os olhos normais.

    Uma revolucao tera necessariamente que acontecer. Pagamos uma fortuna a estes tios e betos da Ordem que ainda confundem arquitectura com design; missao profissional do arquitecto/a com estrela de novela estetica.
    Vejam la a quantidade de vezes em que as palavras "pre mio", "seleccionado" ou "publicado" aparecem nos canais habituais.


    "e a comida estava optima...".

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  7. Quando as Catedrais eram Brancas5:01 da manhã, outubro 17, 2010

    Continuação por aqui

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