Loucos e Fãs


Há uma cena muito boa no filme Fanboys. Não, não era desta que eu queria falar…

Há uma sequência genial no filme Fanboys. Queria dizer: vocês sabem qual é! Mas depois ocorre-me que os leitores eventuais deste blogue não são geeks como eu, facto que devo confessar me entristece bastante mais do que imaginam. Viver num país com poucos cromos, gente apaixonada por coisas genialmente improváveis que nos rodeiam a todo o momento e por toda a parte. Mas voltemos ao filme, quando Linus diz, a propósito da saga Star Wars, que é necessário manter as falhas, os efeitos foleiros, as marionetas. Que é isso que torna os filmes tão especiais. Questiono-me se será um pouco de saudosismo da minha parte. Mas ocorre-me pensar que havia qualquer coisa naquele tempo, mais pura e inocente, que entretanto se perdeu. Na forma como nos relacionávamos com os filmes, com a televisão. Como parávamos para ver o concurso de melhor bronzeado no programa da tarde de sábado com o Júlio Isidro. E não se trata apenas do cerco de consumo tornado cultura com que os media barricaram as novas gerações. Falo antes do cinismo com que encaramos tudo o que nos rodeia. Afinal, no mundo dos Big Brothers e da Casa-que-não-lembra-o-diabo já ninguém pode acreditar num programa de televisão.

1 comentário:

  1. Acho que isso se deve ao facto de sermos bombardeados com coisas novas vindas de +100 canais. Quando eram só quatro canais, havia menos tempo de antena para preencher. Agora, com tanto canal, acaba por vir o bom e o mau. Teremos talvez de sermos nós a aprender a ser mais selectivos?. O mesmo se passa com o cinema, apesar de aqui da selectividade se dever ao preço a que chega um bilhete (ainda me lembro deles custarem 2,5€), há 303024 estreias por semana e 3490852038402 por mês. Não que seja mau, mais por onde escolher. O que se tem que refinar é o gosto com que se escolhe. Já diz um professor meu "os gostos não se discutem, mas incutem-se". E eu faço questão que o meu irmão mais novo veja o Star Wars pela ordem certa (4,5,6 e 1,2,3), faço questão que ele saiba quem era o verdadeiro Captain Kirk e o Spock. Passa um bocado por nós defendermos o que de bom se fazia (e ainda se faz, não seja esse Fanboys um exemplo da ode que os fãs ainda fazem à saga), e fintarmos da melhor maneira possível o lixo que resulta dos excessos. E cultivar mais “gente apaixonada por coisas genialmente improváveis”. ;)

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