Wladimir Kaminer em Portugal



Wladimir Kaminer vem a Portugal para o lançamento da edição portuguesa do livro Viagem a Tralalá. Nascido na antiga União Soviética em 1967, emigrou para Berlim no início da década de 90 tornando-se num dos mais populares escritores da Alemanha da última década. Kaminer vive com a mulher e os dois filhos no bairro berlinense de Prenzlauer Berg.

Com mais de uma dezena de livros publicados, autor de um popular programa de rádio, colunista regular em jornais e revistas, Wladimir Kaminer dedica-se ainda à actividade de DJ, celebrizando-se pela sua «Russendisko» – uma festa de música e dança que anima regularmente a cidade de Berlim e onde se mistura música pop russa e música underground.

O escritor estará em Lisboa no próximo dia 5 de Maio, às 19 horas, na Feira do Livro (Praça Laranja), para a apresentação de «Viagem a Tralalá». Quem estiver em Lisboa nesse Sábado não pode perder, pelas 22h00, a espectacular «Russendisko» – a discoteca russa – na Pensão Amor, onde poderão ver e conviver com o escritor em ambiente de grande festa.

Destaque ainda para a conversa com Kaminer no dia anterior, na Sexta-feira, 4 de Maio, pelas 18h30, na Livraria Fonte de Letras, em Montemor-o-Novo.

Não deixem de acompanhar todos os detalhes da viagem de Kaminer a Portugal no blogue 2 Dedos de Conversa, em primeira mão, pela Helena Araújo.


Viagem a Tralalá de Wladimir Kaminer é o mais recente título da Colecção de Literatura de Viagens dirigida por Carlos Vaz Marques.

O ponto de partida para esta «Viagem a Tralalá» reside num anseio tornado impossibilidade ao longo de gerações. É um livro que nasce atrás da Cortina de Ferro. A proibição de visitar Paris acabaria por mitificar Paris. E sabemos como a realidade, em geral, é implacável em relação aos mitos. Poucos lhe sobrevivem. Talvez por isso mesmo, Kaminer não chega a levar- nos à cidade- luz (a não ser por interposta pessoa): «Em vez de ir a Paris, fomos ao cinema.» É deste choque entre o mito (alimentado pela impossibilidade) e a realidade (tornada possível pela queda do Muro de Berlim) que nasce o efeito cómico mais poderoso de «Viagem a Tralalá». Onde raio é Tralalá?, há- de perguntar- se o leitor incauto ao passar os olhos pelo título deste livro. A resposta acabará por chegar a páginas tantas, embora não haja mapa que a confirme.
Carlos Vaz Marques, do Prefácio.

ARX: BRICK IS RED


BRICK IS RED é um livro dedicado à obra do atelier ARX.

BRICK IS RED é um novo livro que dá a conhecer o processo criativo da ARX. A publicação, que será editada esta semana, revela a metodologia de trabalho da equipa liderada pelos arquitectos José Mateus e Nuno Mateus. Através de imagens, fragmentos de textos e esquemas gráficos, expõe-se o trajecto complexo que se estende desde os primeiros esquissos até à obra concluída.

São processos tantas vezes externos a qualquer convenção, marcados pela incerteza e pela coragem de arriscar a tentativa e o erro. BRICK IS RED fala do projecto como espaço de interacção do arquitecto com terceiros e o modo como os diversos intervenientes – promotor, utilizador, mas também os arquitectos, fotógrafos, designers – se apropriam da obra e a transformam.
Simbolicamente, este é um livro construído com a crueza de uma maquete, negando a encenação para se assumir “em bruto” como um processo inacabado, em permanente “construção”.

BRICK IS RED tem lançamento marcado para o dia 3 de Maio pelas 18h30 no MUDE – Museu do Design e da Moda, em Lisboa. Esta é uma edição de autor e estará disponível no sítio web da ARX e em livrarias especializadas.

Subúrbio

Quando éramos ricos



O laxismo que conduziu a política expansionista de obras públicas não é um exclusivo português. O humorista espanhol Jordi Évole fez um retrato brutal da realidade de Espanha no seu programa Salvados, num extraordinário episódio intitulado Cuando éramos ricos.

O que se dá a conhecer é o cenário trágico de uma política justificada por motivos ideológicos, isentos de qualquer fundamentação técnica real, a reboque do lobbying de grupos da construção, da banca e de áreas sectoriais directamente envolvidas. Sem meias palavras, trata-se de um crime inter-geracional cometido por agentes políticos e económicos que fomentaram uma economia de superavits de curto prazo através de um endividamento massivo de longo prazo.

O exemplo de Espanha difere de Portugal apenas em escala. Em tudo o mais prosseguimos um modelo de desenvolvimento semelhante, repetidamente experimentado e comprovadamente ineficaz. Uma política movida por grupos de influência que se habituaram a viver do orçamento de Estado e cuja agenda comprometeu a sustentabilidade da restante economia, votando-nos a um doloroso processo de empobrecimento sem fim à vista.

O programa pode ser visto na página oficial do canal laSexta, aqui. Nota: o episódio completo passa depois de uma breve introdução inicial e de um pequeno intervalo de publicidade.

Mais milhão, menos milhão…

O director-geral do Património Cultural fez saber que o novo Museu dos Coches estará concluído e pronto a inaugurar se tudo correr bem, e dentro dos prazos, sem derrapagens financeiras, em finais de 2013. A obra, inicialmente orçamentada em 32 milhões de euros, será sustentada por uma verba oriunda dos lucros da contrapartida dos Casinos de Lisboa, canalizada para o Turismo de Portugal.

Disse 32 milhões de euros? Era esse o valor estimado desde 2009, tal como indicado nesta notícia de Setembro do ano passado. Curiosamente, nos últimos meses, subsequentes notícias passaram a referir o custo de construção como sendo agora da ordem dos 40 milhões – um acréscimo de 25 por cento à projecção inicial.

Claro que nada disto interessa. Trata-se afinal de uma verba oriunda dos lucros da contrapartida dos Casinos de Lisboa, fraseologia que aparece sempre que se enuncia o custo desta obra. É dinheiro do Casino, é para gastar...
Sabemos então que o Museu custará trinta ou quarenta milhões, mais milhão menos milhão, mas com a garantia do director-geral do Património Cultural de que tudo se espera realizar sem derrapagens financeiras. Se tudo correr bem…

STRATEGY AND TACTICS IN PUBLIC SPACE


STRATEGY AND TACTICS IN PUBLIC SPACE is a new publication from a+t architecture publishers. This post is available in English (please scroll down to read).

STRATEGY AND TACTICS IN PUBLIC SPACE é o mais recente título da a+t magazine, dando continuidade à série dedicada a estratégias de intervenção urbana de que fazem parte os volumes anteriores STRATEGY SPACE e STRATEGY PUBLIC – apresentado aqui.

As intervenções no espaço urbano tendem a enquadrar-se no contexto do Planeamento – um processo controlado onde a visão e a execução se encontram.
Estratégia e Táctica, no entanto, são termos que se referem a noções diversas de acção, poucas vezes enunciados no contexto do ambiente construído. Referem-se à relação integrada entre o espaço materializado – o produto da concepção técnica e do saber profissional – e a sua ocupação ao longo do tempo – as múltiplas formas como os cidadãos se apropriam e usam a cidade.

O Espaço Público é assim um território frágil de interacção e consequência. Na condição económica em que vivemos é mais do que o lugar para a representação – de uma ideia de sociedade ou ordem. É um processo complexo, já não dominado pela esfera política, em que a Administração Pública se vê confrontada com custos crescentes no acesso ao crédito e comprometida com agendas para o controlo de dívida.
A primeira vítima deste novo paradigma é uma cultura de projecto que sobrepopulou as ruas e praças de “objectos” – mobiliário urbano, detalhe excessivo e soluções de desenho generalizadamente dispendiosas. Uma nova cultura de austeridade está a emergir por uma razão simples: não existe dinheiro para sustentar os excessos que cometemos e celebrámos no passado.

As intervenções apresentadas em STRATEGY AND TACTICS contêm abordagens diferentes em contextos diversificados, mas que partilham esta mesma condição contemporânea. Tratam-se de singularidades, manifestações de inovação e espontaneidade criativa, geralmente pequenas em escala mas ambiciosas na sua natureza – são micro-utópicas. Projectos altruístas que não têm medo de quebrar as regras, desafiar o pré-concebido e ir além das expectativas.



Interboro Partners, Lent Space, New York, United States, 2009. Image credits: Dean Kaufman.



Fugman Janota, Nordbanhof Park, Berlin, Germany, 2009. Image credits: Philip JSF Winkelmeier.




Rural Studio, Lions Park, Greensboro, United States, 2010.

STRATEGY AND TACTICS IN PUBLIC SPACE is the third title in a+t’s Strategy series, following the publication of STRATEGY SPACE and STRATEGY PUBLIC – previously reviewed here.

Urban space interventions are usually integrated under a notion of Planning – a controlled process where vision and power both come into place. Strategy and Tactics, however, are terms that address different notions of urban action. They refer to the intertwined relationship between materialized space – the product of professional intent – and its occupation through time – the multiple ways in which citizens ultimately maneuver and use the city.

Public space is a fragile place of engagement and consequence. In the new economic framework we live in, it is more than a place for mere representation – of socialization and order. It is a complex process, no longer dominated by the political sphere, currently under an increasing financial pressure – the Public Administration, overwhelmed with growing credit costs and an agenda towards deficit-control.
The first casualty of this new paradigm is a design culture that has overpopulated streets and squares with objects – urban furniture, excessive detail and overall expensive design solutions. A new culture of austerity is emerging for a simple reason: there is no money to pay the kind of excesses we have committed and even celebrated in the past.

The interventions featured on STRATEGY AND TACTICS contain different approaches and take place in a wide array of built and social realities. They are singularities, manifestations of creative innovation and spontaneity, usually small in scale but ambitious in nature – micro-utopian. They are altruistic and rule-breaking – not afraid of going beyond the expected and challenge the preconceived.