Gonçalo Byrne Edifícios da Horta da Porta
Projecto recente de Gonçalo Byrne construído em Évora, numa parcela situada na envolvente próxima ao contorno muralhado do seu centro histórico.
Numa cidade em que as intervenções contemporâneas nem sempre têm obtido os resultados felizes que se esperariam as obras de Byrne têm assegurado uma marca de qualidade. O conjunto edificado da Horta da Porta estabelece uma relação descomplexada com o enquadramento pré-existente, introduzindo uma sequência de espaços em tensão formal com a muralha.
O volume urbano insere-se numa lógica de integração com sentidos visuais e de acesso, estendendo o eixo viário que divide uma área de estacionamento contígua ao aqueduto. Esse eixo define a principal rua interna do novo quarteirão, a partir do qual se ordenam os edifícios e os seus vazios - um largo de topo, um pátio de serviços, ruas internas e um outro pátio/plataforma de uso colectivo ao conjunto habitacional.
A construção é marcada pelo jogo de contrastes materiais da pele edificada: entre as paredes brancas e os corpos de granito do módulo de serviços, às faces internas em placa de fibrocimento, guardas de vidro e embasamento exterior em mármore branco nos edifícios de habitação colectiva.
A hierarquia de espaços beneficia de um conjunto de soluções de desenho urbano tipologicamente qualificadas, com distinção de superfícies materiais em calçada e placas de granito, longas caldeiras rectangulares de separador aos estacionamentos e apontamentos de mobiliário exterior.
Os projectos de Gonçalo Byrne demonstram sempre uma sensibilidade que vai para além das particularidades do desenho, uma inteligência formal que faz sobrepôr os requisitos próprios da sua utência colectiva. É nesse diálogo entre o público e privado que se manifestam dois dos seus grandes momentos - o largo do topo norte que se encerra com a face granítica do bloco de serviços; e a bela plataforma elevada entre dois blocos de habitação, que infelizmente se fecha a um uso semi-privado entre logradouros internos do piso inferior.
Um novo quarteirão que fica, para lá das especificidades próprias, como exemplo de uma boa prática no diálogo com a malha mais antiga que lhe está próxima - e a necessidade de fazer estender cidade valorizando os aspectos de circulação, pedonalidade e vivência comercial que tornam a experiência da rua eminentemente urbana.
Arquitectura: Gonçalo Byrne.
Fotografia: Fernando Guerra.
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visto aqui da cadeira, o edifício parece excessivamente alto, eu por mim tirava-lhe um andar se quisesse falar em boa integração no meio mas... não fui lá, isto é o que avalio pelas fotos. não gosto da primeira fachada (primeira foto, entenda-se), parece as entranhas de um presídio e quanto à muralha... ficou reduzida a um briquedo de legos.
ResponderEliminarComecemos pelo fim e, também, pelo princípio.
ResponderEliminarÉvora, sofre - como quase todo o "território" - de especulações, PDM's, etc... A falta de lugares, essencialmente destinados ao Terciário escasseia. Concordo que a relação com o LUGAR não é mais profícua, mas face a índices, especulações e a fins...
Não estou a defender nem a caluniar esta Arquitectura.
Apenas pretendo lembrar que, e perante uma "luta" inerente à praxis da Arq., o BRIO demonstrado por todos que participaram, no supra-mencionado edifício, é no mínimo de LOUVAR.
E esta luta continua todos os dias... ainda não pereceu...
irão brotar C. Comerciais e tudo q Évora em nada precisa...ou talvez almeje!? Mas é um “fruto” com o qual teremos que lidar...
Em suma:
O TEMPO pronunciará o devido LUGAR desta obra...
Cumprimenta,
ME MY SELF AND I
(Aconselho uma visita a Évora e, ao HABITAR, dirá de sua justiça.)
Tive o prazer de acompanhar a parte da equipa de projectistas do gabinete GB Arquitectos à obra em questão, numa fase de pré-acabamentos, com o privilégio da explicação do arquitecto Gonçalo Byrne e reconheço que aqui se firmou uma das mais notáveis obras do arquitecto, sobretudo do ponto de vista da implantação, onde através de um lote desconexo e com apertos sofríveis se conseguiu construir um conjunto extraordinariamente coerente e capaz. O desenho dos pátios das lojas cosido com a construção da habitação numa ligação firme entre o vector horizontal e o vector vertical culminam com uma série de aberturas ao ar livre, que não são praças nem são resticios, são ESPAÇO, e quando essa noção se reconhece a um nível exterior, então é porque as coisas funcionam realmente. Depois o projecto de exteriores, de autoria de Marta Byrne.. notável.
ResponderEliminarRecomenda-se a visita aos velhos do restelo.....
Reirero o q o " AspirinaLight.com" afirma:
ResponderEliminarRecomenda-se a visita aos velhos do restelo....
E adiciono: LEIAM e não vejam!
(Cf. o post do " AspirinaLight.com")
Confesso que ainda não percebi qual é a polémica?
ResponderEliminarEmbora eu não perceba nada de arquitectura, gosto muito de viajar e aprecio as diferenças entre os vários locais que existem ao nível das casas, dos prédios e das construções. Assim, gosto de aqui vir passear.
ResponderEliminarNenhuma.
ResponderEliminarOu talvez uma: apenas "falamos" de Arquitectura.
Nada mais... ;-)
Tenho apenas uma critica em relação a algumas soluções apresentadas, será que os envidraçados das lojas sem qualquer protecção solar funcionam.
ResponderEliminaralguém arranja os rigorosos desta obra?
ResponderEliminarOla poderiam dizer me em que rua fica o edificio de Byrne pois gostaria de ir a visitar-lo
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