Inês Lobo Biblioteca de Angra do Heroísmo
Projecto de Inês Lobo para a nova Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo.
Um ponto de partida interessante: desenhar um edifício não pelos seus volumes mas pelos seus vazios. Pensar os espaços gerados para lá da forma, a sua face pública e a ligação aos percursos da malha urbana exterior. Assim nasce uma arquitectura intimamente relacionada com as especificidades da sua própria situação.
O trabalho resulta na composição de dois corpos justapostos, ensaiando-se sobre eles vazamentos internos e espaços externos contíguos. Um jardim a topo e uma praça elevada que lhe é oposta definem dois momentos principais de uma mancha volumétrica coesa, orgânica, que busca o seu sentido no sítio e a ele confere igualmente a sua razão de ser.
Ficam as belas imagens de uma visualização em maquete, aguardando-se com expectativa a sua materialização futura.
Arquitectura: Inês Lobo.
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É exactamente a metodologia usada pelos Aires Mateus...
ResponderEliminarBlá blá blá...já não há pachorra para o discurso da moda. Inês Lobo, Aires Mateus e companhia limitada. Os Ministars da Arquitectura Portuguesa.
ResponderEliminarProjectar pelo vazio? O projecto é bom, mas o mesmo que dizerem que tomam as vossas refeições pelo que não comem.
O vazio existe porque temos o cheio assim como a noção de "bem" existe porque consideramos o "mal" e o "bonito" porque também há o "feio". Deve ser a beleza do discurso erudito que eu não aguento mais.
O projecto ganha porque conseguiram colocar lá todo o programa de modo funcional, e com uma embalagem atraente. Porque o CHEIO responde ás necessidades do cliente. Ponto.
Talvez quando um dia vir um projecto apenas feito de vazios talvez entenda melhor isto este conceito...
Em boa verdade não me surpreende esse tipo de comentário. Surpreende-me até a pouca quantidade de participações com este registo, neste blog que insisto em manter sem moderação de comentários.
ResponderEliminarExiste um ressabiamento da classe dos arquitectos portugueses que é tão previsível quanto irritante. Veja-se o que foi a abertura do blog da Trienal, com uma enxurrada de comentários com as acusações do costume: “sempre os mesmos”, “a ordem vai pagar isto” e as lamechices mal informadas do costume. Existe um corpo de arquitectos com mais visibilidade mediática. E então? O mesmo se passa em qualquer parte do mundo. Mas, também aqui como em qualquer parte do mundo, o espaço para a divulgação de novos valores na arquitectura nunca foi tão grande. A banda é larga e continua a alargar. Aproveitem-na, muitos o têm feito com sucesso. Agora ficar na berma a vê-los passar não dá direito a ninguém de passar atestados de estupidez alheia. Tornámo-nos nisto, a má-fé e presunção de culpa tornaram-se na ideologia da opinião. Que bom.
O que faço eu então aqui. Para alguns devo ser o arauto da subserviência aos mestres, os tais do costume. Bom, para mim levo apenas o gosto por descobrir e divulgar trabalhos interessantes, seja da excelente (sem aspas) Inês Lobo, de um Byrne ou de um Siza, de um António Belém Lima ou de um Paulo David, de Renzo Piano ou de uns AllesWirdGut que por alguma razão me motivam tanto entusiasmo. E faço esta divulgação com gosto, e registo a meia dúzia de ideias que me motivam as suas obras.
E neste trabalho secundário em que hoje encontro tanta gratificação, iludindo-me de que o faço com sentido de cidadania, tenho uma agenda: não me ficar pela enunciação de referências, de citações, mas produzir conteúdo, descobrir coisas novas, produzir alguma reflexão. Um blog, é certo, tem os seus limites de suporte. Não é uma tese, não tem a espessura de um livro, é quanto muito uma revista. Índice, curto, transitório, mas ainda assim ponto de encontro para acertar ideias e traçar ligações a coisas que nos motivem resposta.
O projecto de Inês Lobo, que dizer? Projectar pelo vazio? O conceito é expresso no próprio texto base da proposta. Muito fica por certo por aprofundar de uma peça ainda sem dimensão material legível. Mas é um belo exemplo de consequência entre a ideia e a forma, forma que resulta da compreensão do seu território. Registo. Divulgo. Sigo em frente. E quem quiser que me acompanhe.
Byrne? Sabe o que ele fez em Coimbra? Um Edificio que tem temperaturas desde 5º a 30º. Condicionalismos ao turismo. Gastos a remendar a obra. Um edifício não é só estética deve funcionar bem (e não vale perguntar apenas a quem tem o melhor gabinete).
EliminarDaniel:
ResponderEliminarAqui este ressabiado pergunta porque em Portugal só temos Lobos, Mateus, Byrnes e Sizas e não Wirdguts ou um qualquer Espanhol ou Holandês da nova geração? Porque não te fazes essa pergunta? Será por desconheceres que existe gente nova com bastante valor no nosso pais e que não têm oportunidades? Felizmente conheço bastantes arquitectos -muitos deles foram pregar em outras freguesias- que poderiam estar a construir bastante bem mas que não têm oportunidade para isso.
Pergunto ainda porque será que se assiste a uma Mateusização (dos direitinhos!!!!) no ensino da arquitectura em Portugal? No meu tempo (ainda eles eram aspirantes a Ministars) conseguiam que uma turma de 5ºano fizesse 30 projectos iguais. Das duas uma: Ou eles são muito "persuasivos" ou os alunos são muito estupidos... Ou talvez as duas opções sejam verdadeiras...
Assim só consigo ter uma resposta para ti: EM PORTUGAL AINDA SÃO SEMPRE OS MESMOS. Talvez quando haja uma bioesfera arquitectónica diversificada e transparente mude de ideia, pois é sinal que alguma coisa melhorou e finalmente passamos a ser um pais civilizado.
Quanto ao teu blog, não tenho duvida que se está a tornar a subserviência dos mestres. Mas como se diz no Brasil, "Cada Um Cada Um". Para puxares o assunto deve ser por estar a começar a pesar. É pena. É um espaço bem escrito que acompanho com regularidade diária -embora não concorde com muitas das escolhas que fazes- e continuarei a fazer-te companhia.
Talvez vá aparecendo por aqui mascarado de Grilo Falante...
Acrescente o nome ao que escreve e pode ser que comecemos a conversar. Ou a lição de frontalidade não chega para tanto? É que isto de conversar com tipos com um saco na cabeça, é como dizia o outro, "é uma coisa que me chateia, pá".
ResponderEliminarDigamos que sou um exilado cultural...
ResponderEliminarA questão aqui é muito mais complexa do que aparenta, apesar de ser certo que existe alguma repetição nas nossas publicações (que a meu ver, continuam um pouco machistas e portanto o nome de Inês Lobo nem deveria valer para esta invocação da repetição, a questão é que se diversifica pouco realtivamente aquilo que os arquitectos vão produzindo em portugal. Não me chateia nada que o Manuel Mateus seja muito publicado, parece-me é que se poderia explorar muito mais o respectivo portfolio.
ResponderEliminarSobre Gonçalo Byrne então a injustiça não poderia ser maior. Um dos mais generosos e saudáveis arquitectos portugueses, que não tem tido tanto direito à divulgação do seu trabalho, não pode ser considerado como uma figura gasta, ou conhecia o sr Grilo o projecto para o quarteirão Horta da Porta, convenientemente publicado aqui pelo Daniel? ou conhecerá alguns dos projectos em curso que o arquitecto apresenta no respectivo sitio web? poderia conhecer, mas não por estafa de publicação, pois infelizmente esse é fenomeno que se não tem verificado.
Continue com o magnifico trabalho daniel, foi através do seu esforço que me motivei a criar o aspirinalight e será sempre uma referência pelos lugares que aqui nos vai dando a conhecer.
O problema não está em quem é mais publicado ou menos publicado e muito menos se é homem ou mulher. O problema está em quem consegue construir em Portugal, Por acaso vemos alguém construir como os Wirdgut ou similares? Não vemos porque não existem. E como não existem não podem ser publicados, nem nas revistas nem na internet. E porque não são publicados não são divulgados.
ResponderEliminarPortugal tem vários ateliers jovens que não ficam nada atrás destes nomes do mundo global, e que não constroiem porque não os deixam construir, e com alguma dificuldade os deixam projectar.
Posso falar com tranquilidade pois tenho bastante conhecimento do que se passa em Portugal e na Europa, e tenho feito a minha parte na promoção destes nomes. Posso garantir que a grande diferença entre o nosso pais e os outros ditos civilizados é o respeito pela qualidade, pela transparência e a oportunidade à inovação. Não é preciso olhar para Austria. Podemos olhar aqui para o lado, para Espanha, com uma realidade cultural bastante semelhante mas com uma realidade económica e social bastante superior à Portuguesa. Porque em Espanha os jovens arquitectos têm oportunidades e em Portugal não? Porque em Espanha há lugar à inovação e em Portugal não?
Por muito respeito que tenha aos "mestres" já não há pachorra para este caracter étnico com que olham a nossa arquitectura. Não gosto de ser visto como um Etno-Freak dentro da Europa... o terceiro mundista que ainda constroi como os nossos avós, em reboco e pedra.
É fácil montar um blog e mandar uns bitaites sobre a Arquitectura contemporânea, mas não deveriamos sair da blogoesfera e ser mais pro-activos, mais eficazes?
BTW, não precisas ser educado e tratar-me por senhor. Devo ter a mesma idade que tu e ainda não tenho cabelos brancos nem estou careca. Devo conhecer mais do que se faz na arquitectura contemporânea do que a maioria dos bloguistas nacionais em virtude do meu trabalho de divulgação da arquitectura portuguesa dentro e fora do pais.
Concordo que o Daniel deve continuar o excelente trabalho...
Abraço Não virtual do Exilado Cultural…
Grilo Falante
O pressuposto de que não se é publicado porque não se consegue construir é mais uma daquelas presunções do costume. Essa do direito a construir, do direito a aparecer, é típica de um país com a mentalidade do Estado ama-seca. Há uma realidade de mercado aqui como na Áustria ou na Espanha; ou pensa que é mais fácil ser arquitecto lá fora?
ResponderEliminarVamos então retirar o mérito a arquitectura de qualidade porque “aparece”? Só o pode afirmar quem não tem qualquer cultura de mercado, ou acha que é fácil afirmar-se como o fazem os Promontório, por exemplo. E quantos “jovens arquitectos” encaram a profissão com essa postura empresarial? Estão a gerir a sua imagem? Estão a lançar press-releases das obras que fazem, para as publicações de arquitectura nacional e internacional? Então do que é que se queixam? Ou pensam que o sucesso dos AllesWirdGut cai do céu aos trambolhões.
Num ponto concordo consigo: “a grande diferença entre o nosso país e os outros ditos civilizados é o respeito pela qualidade”. Nesses termos, posso dizer que você se exprime como um verdadeiro português. Quanto a ser um “exilado cultural”, também conheço esse tipo de clandestinidade mental. Emancipe-se, é que já lá vão mais trinta anos de democracia.
E já agora:
“Devo conhecer mais do que se faz na arquitectura contemporânea do que a maioria dos bloguistas nacionais em virtude do meu trabalho de divulgação da arquitectura portuguesa dentro e fora do pais.” Assina estas palavras um indivíduo que dá pelo nome de Grilo Falante.
Sem comentários.
Daniel:
ResponderEliminarAntes de mais podes tratar-me por tu pois nos conhecemos.
Esse pressuposto de quem não é publicado é porque não conseguir construir deve ser algum tipo de anedota. Ambos sabemos que as publicações são ainda o único espaço -e infelizmente pouco se mais uma vez compararmos com o estrangeiro- onde quem não constroi consegue aparecer...em páginas secundárias ou com pouco destaque, pois sabemos que as "regras de mercado" levam a que se opte por colocar as caras mais conhecidas pois assim garantizam as vendas. E o que chega para publicar? É melhor que não mandem... 80% deveria ir directamente para o lixo. Pelos vistos, o bom senso não impera no pais, ou então os espelhos que a maioria dos arquitectos têm em casa não acompanha o tamanho do seu ego...
O capitalismo está aqui no seu melhor, e é nisso que assenta o teu discurso de Livre Mercado? Na meritocracia dos contactos e auto-promoção e não da qualidade do trabalho...
Ninguém está a retirar mérito à arquitectura de qualidade. No meu primeiro Comment afirmo que o projecto da Inês Lobo é bom. Não tenho dúvida disso. Estou apenas a perguntar porque SÓ é possivel UM TIPO DE ARQUITECTURA em Portugal. Falas em postura empresarial... num pais onde temos que fazer descontos de até 80% para conseguir projectos? Caso não tenhas dado conta, a mesma ECONOMIA de mercado existe em Portugal, na Austria ou em Espanha, mas as mesmas oportunidades? Lamento informar-te, mas não. Nem pensar. Portugal é um pais ATRASADO. E continuará assim enquanto a nossa geração não fizer a sua parte para mudar alguma coisa, e isso passará por deixar de prestar vassalagem a STARS e MINISTARS e passarmos a valorizar o nosso trabalho, a ser criativos e profissionais inovadores. Isso implica fazer diferente. Implica arriscar e enfrentar o potencial erro. Implica não copiar porque olhar para o "caderno do lado é o mais fácil" e foi assim que aprendemos a subir na vida... a ser bons malandros...
E é fácil ser arquitecto lá fora? Acho que é bastante mais dificil, mas também existe mais oportunidades e mais transparência para quem demonstra valor. Não sei qual a tua experiência no estrangeiro. Eu morei em Barcelona seis anos onde comecei o atelier. Depois de estar dois anos bastante produtivos em Lisboa decidi regressar a Espanha por motivos pessoais mas mantenho a minha actividade e contacto com a realidade portuguesa. Estou neste momento entre Barcelona e Roma a convite de uma editorial espanhola. Tenho trabalho que chegue mas sou um daqueles que quer sempre voltar a casa...
Agora que a discussão já embalou, devo dizer-te que falo de "barriga cheia" para que não insinues que sou um desses ressabiados que por ai andam. Também já conheci bastantes. Conheces bem o meu site - S'A arquitectos - e sabes que sou conhecedor e elemento activo na promoção da jovem arquitectura portuguesa tanto dentro do pais -como bem notaste em http://abarrigadeumarquitecto.blogspot.com/2006/12/novas-expresses.html- como fora do pais, onde assinei artigos em revistas como A10, Domus, Oris, etc. Organizo eventos e exposições em Portugal e em Espanha. Representei o nosso pais em eventos importtantes como Archilab, Hipercatalunya e Bienal de Veneza. Fomos agora convidados -em parceria com um atelier Argentino/Espanhol- para um Festival em Montpellier (os únicos estrangeiros!!!), um Panorama Ibero-Americano e uma Conferência em São Paulo. E as nossas primeiras obras, deves perguntar? Se tudo correr bem e os politicos deixarem -não temos contactos para ter clientes privados- começam a ser construidas este ano...Isto depois de nos terem sacaneado algumas vezes... mas isso faz parte da cultura de Contactocracia amplamente divulgada no nosso pais de brandos costumes.
Falas tu em clandestinidade mental e emancipação? Por estes lados isso já faz parte da história...estamos noutra. Faz bastante tempo que "matamos o pai" que, BTW, nunca tivemos...
Digo-te uma mais uma coisa. Aliás, é um desafio que fica no ar... Que quem manda nesse terreiro deixe a juventude ser criativa e inovadora... Já passaram 30 anos de Democracia mas ainda não aprendemos que Liberdade é sinónimo de Responsabilidade. Que temos a liberdade de escolher o que queremos ser. Que temos a responsabilidade de fazer o melhor possivel...e de deixar fazer o melhor possivel.
Abraço amigo desde terras sul-europeias.
Carlos Pedro Sant'Ana aka Grilo Falante
Carlos,
ResponderEliminarEstar aqui ocupado noite adentro e acabar o serão a dar de caras com isto! Dás cabo de mim…
Existe um problema de acesso dos jovens arquitectos ao mercado de trabalho, falta de oportunidades e um espaço restrito à divulgação? Sem dúvida. Falemos disso, então. Mas explico-te porque me tiraram do sério as tuas provocações anónimas.
Este país anda invadido pela mentalidade lamúrias. Andam todos zangados mas a maioria não quer fazer o trabalho de casa. O que não falta por aí são arquitectos de berma de estrada a ladrar aos que passam, bem se vê numa “blogosfera de arquitectura” – muito entre aspas – que mete nojo.
Sempre os mesmos?
O problema é complexo mas temos de começar por algum lado. Pois bem, falas na meritocracia dos contactos e auto-promoção versus qualidade de trabalho. Certo, vamos dissecar isso. Não sei se só é possível fazer um tipo de arquitectura em Portugal, mas sei bem do que falas. E o problema tem tantas vertentes que é difícil encontrar o fio da meada.
Cultura arquitectónica zero. O cidadão português do século 21 quer uma casa à sua imagem, a casa de sonho Raul Lino com beirado e alizar, arcos e pilaretes, azulejo e frontão. Todos diabolizam o estado novo mas é na sua arquitectura que mais se revêm.
Um país planeado por “gestores públicos” com a sensibilidade de uma bota cardada. Equipado a projectos tipo e a arte de um canivete que dá para tudo.
Licenciado por idiotas, defensores do templo de coisa nenhuma, os heróis do beirado e das cores locais. E se acham que são todos desenhadores e engenheiros, ah, não me façam rir.
Talhado por empreiteiros sem qualificação, mão-de-obra barata, fraco poder de compra.
O promotor médio, público e privado, outro modelo de sabedoria económica. O promotor tipo tem duas preocupações de gestão. (1) Reduzir os custos ao osso. (2) É para ontem.
É uma cultura muito engraçada. O cidadão que quer comprar carro ou um simples electrodoméstico compra dezenas de revistas, lê, informa-se, compara, decide. Mas para fazer a sua casa é meia bola e força.
E lá vai ele ao mercado onde se fazem “vivendas” a duzentos contos. Prossegue para o pato bravo que faz mais barato. Pelo caminho “investe” nos aquecimentos centrais, na aspiração central e no frigorífico americano que até pica gelo e faz umas boas caipirinhas. E no fim surpreende-se, “aqui del-rei” com as pontes térmicas, os fungos e as condensações.
É um país ATRASADO em maiúsculas e com as letras todas. Tens toda a razão.
E nisto tudo, onde anda a arquitectura de qualidade. Refém de uma série de coisas.
Refém de uma mentalidade de ghetto que começa nas universidades e se arrasta para o público e o privado. E a divulgação de arquitectura é refém de tudo isto também.
As revistas de arquitectura em Portugal são outra evidência das fragilidades de um mercado pequeno e da meritocracia de que falas. E sabes bem que em Portugal não existe crítica escrita de arquitectura nem espaço económico para investir em tal. As revistas são feitas a baixo custo e a maioria das vezes suportadas em material origem, textos saídos dos gabinetes sem processamento e pós-produção.
Não é fácil furar a barreira, concordo contigo que não. Mas alguns o têm feito e não é a ti que tenho de o dizer. Tens toda a razão, a nossa geração tem um trabalho a fazer e seria interessante que se motivasse para tal. Mas é a mim que te vens queixar? Que diabo, posso ter orgulho em conseguir meter um blog de arquitectura no quinquagésimo lugar do blogómetro nacional, mas ainda não perdi as estribeiras nem ganhei um pelouro na Ordem.
O repto que lanças é para toda uma geração de arquitectos que é a nossa. Pois bem, que se assuma essa geração. Sem lamúrias, com qualidade e espírito empresarial. Criem-se novas plataformas de divulgação, dêem-se a conhecer.
Outra coisa não fiz do que abrir aqui a minha pequena janela para esse fim. Mas também não tenho aspirações a salvador da pátria.
Um abraço tardio deste teu amigo.
Volta sempre.
são sempre os mesmos, pois o resto anda adormecido à sombra e à espera de SER um siza ou um byrne sem realmente fazer algo por isso. sim são sempre os mesmos, porque os mesmos têm ideias próprias. podem ter jeito para os clientes, podem ser bons arquitectos, podem ser mediáticos, podem até ser tudo e mais alguma coisa, mas pelo menos são eles. não duvido que haja por aí miúdos com 25 anos com ideias muito melhores que a arquitecta lobo ou os mateus, mas se eles são ministars como dizem, é porque trabalharam, não ficaram à espera.
ResponderEliminarquanto a isso, até que ponto corbusier, alto, siza e muitos lutaram para ser STARS? talvez o sejam, não por o desejarem mas por lutarem por aquilo que acreditam. se querem ser ministars, concorram aos Ídolos na sic, ou vão aos castings dos morangos com açucar.
Enfim...o típico discurso de derrotista..."são sempre os mesmos"...sinto no ar algum tipo de frustração?...parece que sim... na simplicidade de um finaista do curso de arquitectura "apenas" um dia ambiciono exponenciar e induzir emoção ao real através desta forma de ARTE que é o fantástico mundo da arqitectura, mas até lá olho e recebo este com a emoção que lhe é inerente, tantas vezes exponenciada pelos ditos "stars", deixando que esta absorva o meu espaço interior. Um dia acredito que irei erguer os meus sonhos, aquilo em que acredito, tentando dignificar a palavra arquitectura,acto que de certeza sempre fez parte do íntimo dos nossos "stars" e que infelizmente não faz parte de um universo de 80 a 90% dos intervenientes directos da arquitectura sejam eles do meio académico ou profissional, onde vêm a arquitectura de forma redutora como uma única forma de ostentação e projecção, atitude que de certeza não foi base de vida para muitos dos grandes nomes da arquitectura.
ResponderEliminarDaniel parabéns pelo blog, espero que continues a dignificar a palavra arquitectura!
Já mais parece um arrufo de namorados... A verdade é que apesar do poiso estável de alguns arquitectos, já diz o ditado que "dos fracos nao reza a história" os gajos sao bons, o que se pode fazer!
ResponderEliminarlobos, mateus, consagrados e aspirantes à consagração
ResponderEliminarNão percebo o rumo da conversa, tendo em conta que o tema do post é uma biblioteca nos açores.
Lendo a memória descritiva que acompanha o projecto citado não percebo a alusão do discurso, em boa verdade já gasto, dos cheios e vazios. Aquilo que apreendo do texto é à capacidade de um edifício, que é público e está inserido num contexto urbano, ter a capacidade de ultrapassar o programa proposto e ser ele próprio um elemento de articulação e gerador de espaço público. Parece-me diferente.
Não percebo a etiquetagem do autor do blog de pouco plural e de ser publicitário dos ditos mestres. Sendo verdade ou não, essa será uma opção legítima de quem escreve um blog: ter a liberdade de escolha dos temas e conteúdos.
Há um clubezinho de restritos na arquitectura portuguesa, há. Mas não me parece que isso seja um defeito exclusivo do nosso rectângulo, sobretudo num contexto de uma doentia procura de ícones e edifícios ícon. A culpa também é das revistas, é. Mas parece-me que há coisas bem mais importantes para discutir: designadamente a escassez de concursos e a ditadura dos concursos de pré-selecção por curriculum.
Também estranho esta conversa dos consagrados e do pensamento único que se reflecte naquilo que se constrói, expõe, ensina e pública. Há pelo menos 3 séculos que assim acontece, e a este pensamento instituído sucederá outro a instituir.
pois é, o presente debate levanta uma questão que há muito tempo me persegue. É verdade que o trabalho de Inês Lobo é notável. Já o do Manuel Mateus mais parece o trabalho de quem acabou de sair da faculdade, apenas preocupado com uma estética "Wallpaper" bastante imprópria para a sua idade. Edifícios para capas de revista, não para pessoas e fracos contributos para a história da arquitectura. Com o tempo tornar-se-ão irrelevantes.
ResponderEliminarAgora, o que de facto esquecemos é que apenas chega ao estrelato quem tem condições para trabalhar e, para tal, é necessário um desafogo financeiro que a maior parte não tem. Basta ver os apelidos do star system português, penso que não é necessário enunciar. Acredito que existem arquitectos com tanto ou mais valor, que também lutam mas que não têm um estofo que os lance para o mercado e depois para a capa de revista.
Depois, se pensarmos na forma como a maior parte destes arquitectos, sobretudo os da nova geração, tratam os colaboradores, a coisa agrava-se bastante. A forma como sobem na carreira à sua custa, usando e deitando fora, é gritante. O mundo é pequeno e toda a gente conhece essa realidade mas parece que ninguem fala. Enquanto se passeiam pela Ordem, pelos concursos por convite e pelas revistas, os colaboradores pelo atelier esperam pela derrocada, ou pelo fim do mês e a falta de dinheiro para pagar as contas. Vergonha. Chama-se a esta forma de trabalho, "LUTAR" como alguém já escreveu atrás?
De repente lembrei-me de uma cena de "Uma Mente Brilhante" em que o Prémio Nobel elabora uma teoria dentro do bar que explica porque nenhum dos do grupo dele conseguiria ser bem sucedido com as miúdas (nessa noite): todos se interessaram pela mais bonita que passou a ser disputada.
ResponderEliminarA solução nesse caso foi ignorar de facto a mais bonita para que todos fossem bem sucedidos. E cada um possivelmente escolheu a mais apropriada para si.
Um abraço para todos.
Parabéns pelo Blog que só agora conheço e receberá certamente a minha visita diária.
vazio na arquitectura... a música também tem as suas pausas...
ResponderEliminarEstamos no final de 2012 e continuo a aguardar com expectativa a sua materialização futura...
ResponderEliminarEsta obra tem sido um autêntico fiasco. A obra começou, mas parou a meio! Não se prevê o reinício dos trabalhos...
Como é possível projetar-se para o centro histórico de uma cidade património mundial um mamarracho destes???
Angrense
ResponderEliminarRealmente a ideia do vazio diz tudo sobre esse projecto de arquitetura que em nada diz com a traça da cidade de Angra do Heroísmo, um autentico aborto esta ideia arquitetónica contemporanica. O melhor de isto tudo e o que consta é que está para breve a sua demolição, pena é os milhões de euros do erario publico gasto até agora nesta obra.
Cá vim parar a este post 2 anos após o último comentário. Ainda não foi demolida, mas também não está para ser concluída. O problema que vejo neste projecto, e em outros de bibliotecas, é que pensam em tudo menos nos utilizadores... desde a luz natural ao próprio mobiliário.
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