Um pouco como a Alice



– Imagino que te estejas a sentir um pouco como a Alice… Caindo na toca do coelho? Vejo-o nos teus olhos. Tens o olhar do homem que aceita aquilo que vê porque está à espera de acordar. Ironicamente, isto não está longe da verdade…
Deixa-me dizer-te porque estás aqui. Estás aqui porque sabes uma coisa. O que sabes não consegues explicar. Mas sente-lo. Sentiste-o toda a tua vida. Que há algo errado com o mundo. Não sabes o que é, mas está ali. Como uma farpa na tua mente, a enlouquecer-te. É este sentimento que te trouxe até mim. Sabes do que estou a falar?
– Da Matriz?
– Queres saber o que ela é?...
A Matriz está em todo o lado. Está à nossa volta, nesta mesma sala. Podes vê-la quando olhas pela janela ou quando ligas a tua televisão. Sente-la quando vais para o trabalho, ou à igreja, ou quando pagas os teus impostos.
A Matriz é o mundo que foi colocado à frente dos teus olhos para te cegar da verdade.
– Que verdade?
– Que tu és um escravo, Neo. Como todos os outros que te rodeiam, nasceste na escravatura, nasceste numa prisão que não consegues cheirar ou sentir ou tocar. Uma prisão… para a tua mente.

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