Algumas horas a experimentar o Celestia dão para perceber que o programa é realmente fenomenal. É difícil imaginar o trabalho envolvido na construção de um modelo do universo com tanta informação. Selecionando um corpo qualquer, um cometa, uma estrela ou um planeta, é possível aceder a um pequeno menu clicando com o botão direito do rato, onde vão encontrar documentação completa do objecto que estão a ver através de uma base de dados por ligação internet. Também vale a pena percorrer as opções de visualização para activar o desenho de órbitas, constelações e outros elementos disponíveis. Quem tiver um computador potente ainda pode activar o efeito Auto Magnitude para aumentar a distância de observação e encher o céu de estrelas, com a vantagem de poder seleccioná-las e viajar até elas em poucos segundos.
Como tantas coisas da vida, o Celestia é muito bom mas não é perfeito. Na minha experiência deparei-me várias vezes com o encerramento abrupto do programa, provavelmente devido a um bug relacionado com o processamento do motor gráfico OpenGL. No entanto, falei com várias pessoas que o utilizaram sem qualquer problema, mesmo com todos os elementos visuais activados em simultâneo.
A parte pior do Celestia é a instalação de conteúdos adicionais. Como referi, no Celestia Motherlode podem encontrar centenas de add-ons como novos objectos e texturas com uma definição muito maior do que as do programa base. Só que a instalação desses componentes tem de ser introduzida manualmente nas pastas do programa, nos locais certos, e por vezes obriga a manipular alguns ficheiros de configuração. Isso significa que quem deseje obter um maior detalhe seja obrigado a construir o programa com todos os componentes adicionais, de uma forma que acaba resultar pouco amiga do utilizador. Infelizmente, não existe nenhuma versão já carregada com essa biblioteca de extras que estão disponíveis na internet.
Numa outra frente, a NASA lançou uma actualização do potente World Wind, agora na versão 1.3.2, que está disponível na sua página de download.
O World Wind oferece uma versão alternativa ao Google Earth. O programa é bastante pesado e exige um bom computador e uma ligação à internet em banda larga. Quem cumpra com esses requisitos não deve deixar de experimentar. Apesar de não oferecer o nível de detalhe presente no globo terrestre da Google, tem um sistema gráfico espectacular e inclui alguns conteúdos muito interessantes como a ligação directa ao motor do MODIS Rapid Response System que permite introduzir imagens satélite geo-referenciadas de acontecimentos naturais como tempestades, cheias, incêndios e vulcões, em qualquer local do planeta.
Uma nota: para além da instalação base (45MB) também recomendo a instalação da Blue Marble Data (124MB).
O jardim da Celestia
Celestia
Por estes dias já todos conhecem o Google Earth. Os que já não sabem viver sem ele não devem deixar de visitar regularmente a Google Earth Community onde podem encontrar muitos conteúdos para instalar, data layers, novos mapeamentos e muita informação adicional.
O que possivelmente ainda não conhecem é o simulador espacial Celestia, um planetário virtual que permite navegar para qualquer ponto do universo conhecido. Viajar pelo sistema solar, visitar uma estrela distante ou aventurar-se para lá da galáxia, o Celestia oferece uma das experiencias mais incríveis que se podem viver através do computador. O download é gratuito e acessível no site principal, existindo muitos add-ons disponíveis para instalar posteriormente no Celestia Motherlode.
Sobre arquitectura e jogos de computador
Para desanuviar tenho estado a escrever um texto sobre a arquitectura nos jogos de computador. O tema não é propriamente novo. Quem se interesse pode começar por este The Role of Architecture in Video Games, por Ernest Adams, publicado no Gamasutra em 2002. Curioso, mas não tão interessante, este Videogames and Architecture, de Pierre Gaultier, 2001. Ainda, sobre outros aspectos da evolução dos jogos e uma perspectiva particular sobre o Sim City, Making Sense of Software: Computer Games and Interactive Textuality, de Ted Friedman, 1995.
Finalmente, sobre a evolução dos modelos narrativos, The Road not Taken - The How's and Why's of Interactive Fiction, por Jonas Heide Smith, 2000.
Quem só queira mesmo brincar, pode divertir-se com a deliciosa colecção de jogos no Orisinal, ou então fazer de Mister Miyagi a apanhar moscas com pauzinhos no Flysui.
Ideologia urbana
O postHABITAT tem vindo a produzir algumas reflexões sobre o tema do urbanismo no contexto das eleições autárquicas e dos debates de campanha. O urbanismo é de facto uma das montras de obra-feita dos nossos autarcas e revejo-me nas principais críticas produzidas por Bruno Graça Lobo, na forma como no planeamento municipal tantas vezes se confunde desenvolvimento com crescimento. Mas o tema tem tantas particularidades complexas que é difícil destrinçar soluções viáveis para sair da lógica em que assenta todo este sistema público, criado como se não existisse vida para além do Estado.
A verdade é que, em muitos sítios, as câmaras municipais são a maior empresa do concelho. São a entidade com mais trabalhadores, que gere um orçamento maior, que tem mais competências e cargos dirigentes. Infelizmente, nas autarquias como em outros órgãos estatais, não existe nestas instituições uma verdadeira cultura de serviço público e uma consciência da missão que lhe devia estar associada. Reina a demagogia e a apologia de chavões superficiais, que em Portugal se despem de todo o conteúdo que noutros locais desta nossa Europa produzem algumas das melhores práticas mundiais: sustentabilidade, participação, cidadania, equilíbrio.
Foi e é neste panorama intelectualmente raso, em que pessoas que não são minimamente capazes e experientes na área do planeamento, urbanismo, arquitectura, paisagismo, engenharia, economia, são chamadas a tomar decisões e elaborar os grandes desígnios urbanísticos do país, que nasceram e são produzidos os PDMs e demais planos de ordenamento do território que nos tutelam. Planos que foram produzidos sem correspondência com um real sentido ou ambição estratégica, indiferentes à complexa relação da sociedade com o território, ignorantes quanto ao mercado imobiliário e as realidades económicas, tornando-se em miseráveis conjuntos de condicionantes meramente indicadores da acção de licenciamento municipal.
Ignorantes a tudo isto, os portugueses continuam a aceitar viver em cidades que crescem indiferentes aos custos que produzem, de tempos de deslocação, em consumos energéticos, em abandono e exclusão social. Um país onde o mercado da recuperação de habitação corresponde a 6% do investimento no sector da construção, longe de uma média europeia de 33%. Um país onde os municípios se comportam como consumidores de recursos, meros aplicadores dos fundos estatais para construir este ou aquele equipamento, realizar esta ou aquela obra com fins eleitorais, sem estarem obrigados a servir de actores de investimento e a prestar contas da sustentabilidade económica dos investimentos que realizaram.
Com falta de meios técnicos, sujeitando os cidadãos a burocracias irracionais, os municípios acabam por não conseguir promover uma visão estruturante do território urbano. Aplicam-se indicadores urbanísticos quantitativos mas não se produzem orientações morfológicas, e quando se produzem são em geral cegamente redutoras. Pensa-se na quantidade, não se pensa na qualidade. Não existe, afinal, uma cultura de planeamento.
BGL fala da desregulamentação dos instrumentos de planeamento urbano. Discordo. Acredito que a diminuição do investimento público e do peso da Administração não é sinónimo de desregulamentação, antes exigiria uma regulamentação mais eficaz. Mas é hoje quase impossível sustentar alguma legitimidade ao Estado como actor credível dessa transformação quando ele próprio cauciona a especulação fundiária nas suas práticas de gestão local. Essa especulação, note-se, também não é um fenómeno simples ou unívoco. Em muitos casos, trata-se de promover o sobre-dimensionamento das áreas urbanizáveis. Mas em outros, é pela contenção cega do crescimento urbano que se criam situações de monopólio ou oligopólio que resultam num crescendo inflacionista. O Estado acaba assim, num como noutro caso, por tornar-se não um planeador, mas um desestabilizador de qualquer capacidade de auto-regulação do mercado criando perversões no sistema económico que lhe é dependente.
O urbanismo é demasiado importante para ser alvo de lógicas tão rasteiras. Mas, em Portugal, tem sido repetidamente. As cidades não podem ser conduzidas casuisticamente, através da mera gestão licenciadora ou à mercê de interesses particulares. Mas a Administração não pode comportar-se como um inimigo dos cidadãos e terá de saber readquirir a sua confiança no processo urbano. Infelizmente, essa confiança não será ganha à boca cheia de políticos clamando pelos chavões do costume. Se o Estado não se souber habilitar de recursos, saber e competência técnica, e assumir um planeamento consequente da urbanização, toda a sua capacidade de intervenção será constantemente posta em causa até que se perca de vez. E isto já está a acontecer.
Cannatà & Fernandes
Formada pela portuguesa Fátima Fernandes e o italiano Michele Cannatà, a Cannatà & Fernandes arquitectos apresenta um site de interface extremamente simples e projectos de qualidade superior com acompanhamento escrito e excelentes imagens. Destaque para o projecto do Centro de Interpretação Ambiental e Museu do Parque Natural do Douro Internacional, actualmente em construção. Um exemplo de intervenção contemporânea fortíssima num núcleo urbano consolidado e de integração complexa, caso notável de uma arquitectura que se conjuga ao mesmo tempo como peça autónoma, abstracta, e elemento de coesão de um conjunto anteriormente sem referências.
Um agradecimento ao Alziro Neto pela divulgação.
Nota: actualizado o Directório de Arquitectos Portugueses na Net com as entradas de Cannatà & Fernandes e de Marco Ligeiro.
Blogocídio
Ocasionalmente o bloguista sentir-se-há tentado a cometer o suicídio bloguístico, ou seja, a acabar com o seu blogue. Nessa altura, deverá ponderar a melhor forma de perpetrar o acto estando à sua disposição um manancial de possibilidades, nomeadamente:
a) À bruta: assim de repente, num post só, anunciar a toda a gente que se vai acabar com isto de forma sonora, e prontos!
b) Adeus mundo cruel: a despedida lamechas é adequada a quem tem uma comunidade de leitores sensíveis, naqueles blogues em que toda a gente conversa nos comentários, o autor responde e combinam sair para jantar.
c) Desaparecimento ou morte silenciosa: deixar de escrever sem mais justificações pode ser interpretado de várias maneiras. Por um lado é pouco satisfatório, um underacting, mas também pode ser visto como um traço de carácter. Já não estou para isto e mais nada.
d) Vou ali e já venho: a modalidade “vou tomar um café” da blogosfera é uma boa estratégia para aumentar as visitas. Anunciar que se vai acabar, mas depois voltar passadas duas semanas. Tem a vantagem de que há sempre uns tipos a falar do nosso desaparecimento, o que gera mais links, e depois a voltarem a falar que estamos de volta. O coffee-break é sem dúvida o golpe publicitário ideal.
e) Ia sendo mas não foi ou estou a pensar nisso mas não sei se vá: isto então é que não é nada. Crises existencias, pedidos de solidariedade é que não. Ou sim ou sopas!
f) Zanga de grupo: os blogues colectivos têm ainda a opção da zaragata generalizada. Ideal para intelectuais.
g) Publicar um livro: também muito na moda, publicar um livro e acabar com o blogue é chique e bem aceite socialmente. Eu cá acho mal, mas já se sabe, isto é só inveja!
9rules network
O 9rules network é uma comunidade web formada por um grupo de designers, bloggers e outras pessoas com páginas na net. A ideia é servir de portal para um conjunto de sítios web pré-seleccionados segundo um sentido de qualidade dos conteúdos e da apresentação. Vale a pena percorrer as muitas páginas que ali se fazem representar, entre as quais alguns dos melhores blogs que se podem ler no momento... em inglês, claro!
Da poética arquitectónica em Nova Orleães
The new assumption will be that when shit happens you are on your own. Jim Kunstler
Descubro no Clusterfuck Nation que, à boa maneira americana, Daniel Libeskind já se montou na sela para cavalgar nos lucros da reconstrução de Nova Orleães. Em declarações ao New York Times o autor do projecto para a reconstrução do local do World Trade Center falou da sua perspectiva visionária de que a cidade possa renascer do mesmo modo como Berlim o fez depois da segunda guerra mundial.
Afirmou Libeskind: Trabalhar com a história não significa imitá-la, fazer uma reprodução kitsch ou simplesmente simulá-la, mas antes pegar nas raízes de uma grande cultura e construir a partir delas. E o que poderia ser mais criativo que o jazz? É o tema certo. Pode-se construir de uma forma rica com uma variedade de vozes e no entanto criar uma estrutura conjunta de harmonia. Que bonito.
O que incomoda não é a sensibilidade estética titilante de Libeskind mas a forma como se consegue discorrer sobre um drama de dimensões colossais despojando-o do conteúdo humano e ambiental que se está a desenrolar. Falar-se de Nova Orleães como se se estivesse a falar de compor uma sinfonia com grande deleite estético é no mínimo insultuoso para com os desalojados e os que ali morreram.
A cidade é hoje um aglomerado de problemas sem precedentes. Reconstruí-la não é apenas uma questão de enfrentar a destruição de propriedades e infraestruturas ou os efeitos directos das inundações. Para lá da gestão do realojamento de centenas de milhar de ex-residentes, da avaliação de danos por parte das seguradoras e do financiamento da reconstrução, são os efeitos ambientais provocados pela contaminação em larga escala da região que põem em causa a viabilidade do que ali se poderá vir a realizar no futuro próximo. Contaminantes industriais, metais pesados e hidrocarbunetos, resíduos humanos e uma proliferação de bactérias mortais fazem hoje parte do cenário que envolve o tecido ambiental da cidade. Perante problemas desta complexidade falar de reconstrução não pode deixar de ser uma abordagem técnica, social e humana; não de devaneios líricos de autor.
Da perda de coesão em Nova Orleães
No ensaio intitulado As Novas Tecnologias, o Futuro dos Impérios e os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, Fernando Carvalho Rodrigues escreve sobre o conceito de perda de coesão. A sua teoria é a seguinte: quando uma determinada estrutura organizacional é alvo de um processo de destruição, seja em perdas humanas, sociais, económicas ou outras que funcionem como factor relevante de coesão, existe um ponto nesse processo em que o declínio é inevitável e já não é possível evitar a desagregação da estrutura.
A partir desse ponto de não retorno, que ali se define como uma variável 1/e ou cerca de 36%, é a própria estrutura que cai por si; porque a percepção do fenómeno sofre um efeito de desproporção em relação à realidade.
Esta ideia é ilustrada com o exemplo da desagregação de um exército durante uma guerra. Quando o nível de baixas atinge entre 10 a 15 por cento, a quantidade de informação produzida pela desorganização (em necessidades logísticas) começa a tornar-se um factor de depredação relevante. O aumento de informação gera o aumento da desordem. Quando o nível de baixas atinge um terço a percepção da destruição torna-se então generalizada (a percepção clara de que se está a perder) e o que era até então um exército passa a ser apenas um bando de homens carente de estrutura.
Esta ideia é depois desenvolvida com um interesse ainda maior a respeito do problema do declínio das cidades enquanto estruturas sociais complexas e centros de poder. São apresentados diversos exemplos entre os quais os casos do surto de peste em Lisboa de 1569, em Veneza de 1631 e de Verona no mesmo ano. Nestes dois últimos casos a perda de vidas humanas superou o referido valor 1/e, grosseiramente um terço da população. E em ambos os casos, apesar de ainda hoje as cidades existirem enquanto referências urbanas e de grande interesse cultural nunca mais recuperaram o estatuto político e a importância geo-estratégica que antes haviam possuído.
A tese de Carvalho Rodrigues é teórica e discutível. Em casos como o de Veneza o declínio da cidade enquanto pólo económico e político relaciona-se igualmente com a perda do monopólio comercial com o Oriente que resultou da abertura das rotas comerciais marítimas; em particular da descoberta do trajecto marítimo para a Índia. Mas o conceito de perda de coesão não deixa de exprimir um fenómeno importante, em especial no papel da pessoa humana como factor de equilíbrio no tecido colectivo e que não pode ser destruído, sob ameaça do colapso generalizado. O professor adianta que basta que uma catástrofe dizime “algo como 10% da população para que a quantidade de informação da estrutura seja tal que a ignorância gerada dentro da organização a destrua”.
Estes números estão, felizmente, muito longe da realidade provocada pela passagem do furacão Katrina. Na cidade de Nova Orleães com uma população de 484.674 (US Census 2000) estão confirmadas 118 vítimas (num total de 659, 13 Setembro) e estima-se um valor máximo de perdas humanas da ordem dos 10.000. No entanto, sabe-se que o número de propriedades e habitações atingidas ou destruídas rondará as 150.000, valor que dá certamente uma noção da disrupção social que ali está a ocorrer. O Army Corps of Engineers prevê que o processo de drenagem da cidade demorará por mais de 40 dias e vários alertas estão já a ser lançados para as consequências imprevisíveis que a poluição das águas por diversos contaminantes biológicos e químicos poderão ter nas áreas naturais circundantes.
Parece razoável supor que a cidade de Nova Orleães será reconstruída e virá a tornar-se um autêntico case-study no domínio da engenharia e da arquitectura. Numa perspectiva optimista, pode até prever-se que venha a retomar um interesse turístico particular e que dinâmicas económicas se venham a desenvolver posteriormente. Mas perante os números e a realidade da catástrofe, a grande incógnita penso prender-se com algo próximo desse fenómeno de perda de coesão; neste caso pela desagregação de um tecido social complexo que se formava não apenas pelas riquezas culturais da cidade mas também pelas suas contradições sociais. Exactamente no tecido humano mais frágil aos efeitos do desastre que agora ocorreu. Poderá Nova Orleães renascer como a Jóia do Sul retomando a magia cultural e o seu valor histórico, ou tornar-se-à apenas uma espécie de disneylândia do jazz, uma cidade cenográfica como uma mera miragem de uma vivência social entretanto desaparecida.
Refs:
As Novas Tecnologias, o Futuro dos Impérios e os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, Fernando Carvalho Rodrigues, 1994;
The Lost City of New Orleans?, Lori Widmer, Risk & Insurance, 2000;
Drowning New Orleans, Mark Fischetti, Scientific American, 2001;
Gone With The Water, Joel K. Bourne, Jr., National Geographic, 2004;
Hurricane Katrina, Wikipedia, 2005;
Effect of Hurricane Katrina on New Orleans, Wikipedia, 2005;
Imagem de satélite de Nova Orleães após o Furacão Katrina, Google Maps.
Boas notícias
Regresso com boas notícias. A gatinha cega já tem casa nova. Foi adoptada por uma simpática jovem de Lisboa e começou assim uma nova vida que desejamos seja muito feliz. A todos os que ajudaram a divulgar o seu caso e em especial à sua nova dona, o nosso grande grande agradecimento.