Crítica literária à trigésima edição de O Código Da Vinci

A pedido de um estimado leitor aqui vai a minha “review” ao Código Da Vinci. “Be careful what you ask for. You just might get it.” Era mesmo a desculpa de que precisava. Não se diga que aqui não se faz crítica literária... Uma nota para dizer que este texto já foi publicado, noutro local e sobre outra identidade. Pudores do tempo em que ainda levava a minha reputação a sério.



Incitado por familiares e amigos, eis que dei por mim mergulhado nas portentosas páginas da trigésima edição de O Código Da Vinci, o famoso livro escrito pelo engomado Dan Brown.
O Código Da Vinci é a história fascinante de Robert Langdon, um professor americano de simbologia religiosa na Universidade de Harvard com a cara do Tom Hanks, e da sua química sexual reprimida com a sensual criptologista criminal francesa Sophie Neveu. Nas suas desventuras, Langdon e Neveu descobrem misteriosas pistas deixadas por um cadáver encontrado completamente morto no museu Louvre em Paris. Essas pistas conduzem-nos a alucinante fuga da polícia no Smart vermelho da sexy francesa pelas ruas da cidade-luz, levando-os a imergir nos profundos segredos de uma ordem também ela secreta intitulada Priorado de Sião, da qual Da Vinci terá sido membro sem dizer a ninguém e deixando as cotas em atraso. Esse facto irrita solenemente uns indivíduos maus da Opus Dei que tentam assassinar o par maravilha a todo custo, mas os leitores portugueses terão a desilusão em saber que o padre Vítor Melicias não protagoniza sequer como papel secundário em todo este emocionante thriller.
O livro é muito bom, um verdadeiro page turner. Está para a literatura como um Big-Mac está para a nouvelle cuisine, mas ao fim de 36 milhões de cópias vendidas não me parece que Brown sofra de problemas existenciais ao nível criativo. O Código Da Vinci é, basicamente, um bom filme. Claro que nunca chegamos a saber verdadeiramente quem é Robert Langdon para além de que conduz mal com mudanças e tem medo de andar de elevador. Mas isso também é devidamente compensado pelas tiradas sensuais de Sophie. Infelizmente, desenganem-se, porque as suas pernas não estão representadas na versão ilustrada do best-seller. Merde. Conclusão a respeito deste livro, recomendo que vejam antes o filme lá para Maio de 2006.

7 comentários:

  1. ... a propósito, sugestão:
    "O Pêndulo de Foucault", Umberto Eco
    ... bem melhor!!

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  2. opinião ambigua
    o livro é uma merda, levei-o numa viagem e tive vergonha de o ler em tantos e tão longes lugares publicos

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  3. completamente de acordo com "sinapse"... o pêndulo de foucault é, realmente, uma grande obra.
    o código teve apenas o condão de me fazer perder 4 horas e meia de leitura e de originar não sei quantos "iniciados" nos sacros e obscuros mistérios da organização do universo conheciso...
    enfim.

    bom... estás listado no meu belogue, és o primeiro e talvez o único arquitecto que lá anda (eu não gosto muito de arquitectos, não perguntes porquê, olha apenas para as câmaras municipais...)

    abraços,
    ct

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  4. Livro meramente comercial...
    A paixão, onde está?

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  5. Só para dizer que aqui nas terras de sua majestade ele é um Deus quase, mas nunca tive curiosidade de ler o livro... Tenho montes de livros para ler diáriamente e não são nada pera doce...

    Ele foi ilibado das acusões de plágio, by the way.

    Felicidades com o Blog, está o máximo - interessante e de fácil entendimento para os menos expert no assunto ( como eu) mas que até gostam do tema (como eu)... :)

    Bem, vou bater asinhas e voar para outras instâncias.

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  6. O livro é muito bom para espairecer. Eu de vez em quando gosto de algo que nao me puxe pela cabeça. Achei o máximo ir ver os quadros na internet 'a procura dos "sinais". É o máximo! O filme já nao sei... Será que sao capazes de virar o livro e surpreender-nos? O Daniel vai-me fazer um favor: vai ver depressinha o filme quando sair e fazer aqui a crítica. :-)

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