Geografia viva: o Estoril-Sol de Gonçalo Byrne











O recente projecto em curso de Gonçalo Byrne para o Estoril-Sol é possivelmente a obra mais [im]pertinente realizada em território nacional nos últimos vinte anos - ou desde que o mais odiado arquitecto português teve a ousadia de trazer o pós-modernismo americano até ao skyline da cidade de Lisboa.
Num país arquitectonicamente conservador não deixa de ser irónico que tal proposta provenha das mãos de um mestre com mais de sessenta anos e um historial de obras de reconhecido discernimento urbanístico. Um edifício que é antes de mais um gesto de coragem arquitectónica – e a que estranhamente nem mesmo alguns arquitectos têm demonstrado a superficialidade de confundir o discurso de arquitectura da elaboração promocional do Estoril-Sol Residence; cujo filme mereceria uma tese de sociologia mas que, no que à arquitectura diz respeito, é irrelevante.
O projecto de arquitectura do novo Estoril-Sol é um trabalho de interpretação de um problema territorial complexo. Da resolução da cicatriz topográfica deixada pelo anterior edifício, de presença bloqueadora na boca do vale, e da tensão de relações entre os impactes negativos da via-rápida e o potencial de vivência da frente de mar. Os pressupostos de larga escala reflectem-se numa intervenção que assume o contexto geográfico, fazendo prioridade dos aspectos de comunicação visual e interfaces de transição, plataformas paisagísticas que desenham uma nova topografia, vivida e habitada. O edifício em blocos múltiplos rompe os constrangimentos físicos para assumir essa dimensão de “geografia viva”, resultando no que o próprio Byrne não resistiu chamar provocatoriamente de escultura urbana.

Living geography: Estoril-Sol by Gonçalo Byrne
The recent project for the Estoril-Sol by Gonçalo Byrne is undeniably the most pertinent project being built in Portugal in the last two decades; or since the most hated portuguese architect (Tomás Taveira) had the quirk to bring american post-modernism to the Lisbon skyline.
In such architecturally conservative country it’s at least ironic that this particular project should be authored by an architect over sixty years of age and an extensive work of recognized urbanistic discernment. A building that stands as a gesture of architectural courage – and to which, oddly enough, not even architects seem to recognize the difference between project discourse and the promotional babble of the Estoril-Sol Residence.
The new project for the Estoril-Sol is an interpretation of a complex territorial problem. Resolving the scar left in the terrain by the previous building, whose presence blocked the edge of the valley, and the underlying tensions between negative impacts of the fast-lane and the potentials of the coastline. The intervention assumes its geographic context, prioritizing visual communications and landscape platforms that construct a new topography and become transitional interfaces. The multiple block building shatters its physical constraints to become an urban sculpture and a “living geography”.

29 comentários:

  1. posso dizer que estou surpreendida (no mínimo e pela negativa) com estas imagens. esperava menos volume para aquela linha de praia, aproveitando a demolição do antigo hotel. será que não se acerta nunca neste país?

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  2. Are you for real..? I personally consider this a monster sitting next to "marginal". No offense, but this would definitely be an eye sore along the coast. I am not a great fan of the "Miragem" hotel next to this location but at least the enourmos hotel blends better into the landscape. Pleasepleaseplease put this block (is it inspired by the "Transformer" movie?) somewhere else but NOT along a coastline.

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  3. fiquei sem palavras quando na semana passada recebi um mail em powerpoint com a apresentação deste novo hotel... não intendo este mania da grandeza, sem nexo com a envolvente.
    e mais decepcionada fiquei quando notei que o projecto era do grande arquitecto Gonçalo Byrne. sempre admirei o seu trabalho, e claramente não é isto que o põe em causa, mas pergunto-me se está a perder controlo sobre o seu proprio ateliê, se faz parte do chegar a uma certa idade???!!!!

    não discuto este edificio estéticamente, gostos são gostos, mas sem dúvida que o que assusta é a volumetria, o "enormismo" que este hotel terá.
    como fã do ex-estoril sol, esperava muito mais do novo!

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  4. Não tive e não tenho qualquer objecção à demolição do edificio que existia. Não tenho opinião sobre a linguagem escolhida, que é da responsabilidade do arquitecto.
    Sobre o "truque", o exercicio da originalidade, já tenho opinião.
    Primeiro não é assim tão original, é apenas novidade por cá, e é usado apenas para transformar um edifico que devia ser corrente em mais um caso notavel.
    Agora as três dúvidas:
    Este edificio melhora a paisagem urbana? a maioria das pessoas que conheço diz que não. Por isso parece que nao serve a comunidade como tal.
    Esta opção é a mais correcta para proporcionar satisfação a que a habita? como as fachadas sao todas iguais, ou as que estão a sul as de norte, têm de estar erradas. Já agora, você morava no apartamente debaixo do volume balançado. Veja bem aquela sombra marota no render.
    Por fim, esta solução é a melhor solução técnica? Claro que se pode fazer, quase tudo é possivel, mas a que custo. Por outras palavras, pelo mesmo investimento nao haveriam soluções que proporcionavam mais satisfação?
    E só uma curiosidade, Lisboa é uma cidade de risco sismico, e as linhas consteiras são particularmente ameaçadas. quando se faz uma coisa como esta o centro de gravidade do edificio é deslocado e isso é só a coisa mais perigosa num sismo.

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  5. O presente texto foi corrigido de alguns erros de que não me tinha apercebido na versão que enviei há momentos. Peço desculpa pelo incomódo de lhe estar a encher a caixa de mensagens mas isto de "blogar" ainda não é o meu forte
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    Mais do que a arquitectura interessa-me a politica.

    O novo edifício proposto para Cascais pelo Arqto. G.Byrne é, antes de mais, um corte radical com o percurso prepositivo e ideológico mantido por este arquitecto ao longo de toda a sua carreira. Nas intervenções de G. Byrne, mais do que grandes linhas de reflexão sobre a pertinência e adequação dos programas de intervenção ao tempo social e politico que lhes deu origem, sempre se "leu" uma doutrina formal e estética de linhagem moderna, abstracta, contida, branca, seca de meios e raras vezes iconográfica.
    Este formalismo doutrinal, suave e muito apreciado pelas elites bem pensantes, e bem colocadas no aparelho do Estado - não por acaso a maioria da obra de G.Byrne é de encomenda pública - fez escola em todo o país socialista e sobreviveu os últimos 30 anos à margem das iniciativas impuras do mercado.

    Como é costume por aqui, os que mexeram no fogo do mercado...queimaram os dedos. Lembrem-se do Conceição Silva.

    Vivemos agora num tempo de novas elites (!!) Que, ao que consta, nunca leram os manuais que ensinavam o caminho para a felicidade do mundo. Com elas veio também o discurso politico assente nas maravilhas do neoliberalismo, do mercado global, das consultoras imobiliárias, da artilharia dos fundos de investimento fechado, etc. etc..

    Com a chegada deste manancial de oportunidades dá-se o corte ideológico que antes referi.

    A arquitectura chã, delicada, que dá continuidade, que olha em volta ou se afirma na correspondência com a singularidade do lugar, já está tão gasta que ninguém lhe pega. E se houver alguém que lhe queira pegar que a façam os 14.999 arquitectos formados nos últimos anos.

    A arquitectura de hoje faz-se com assertividade.
    Coloca-se em frente ao mar, e, perante tal cenário, deve ser peremptória, iconográfica e destemida.
    Deve ainda revelar a experiência de quem a produz.

    Para o promotor e para o poder, central ou autárquico, a melhor experiência está certamente com quem nunca mexeu no lume e, por isso, nunca se queimou.

    A formulação ideológica que foi o plinto para tanto projecto, devidamente reciclada, serve de legitimação para os aspectos mais polémicos da proposta que se quer - e todos querem - concretizar.

    O resto é arquitectura.

    Voltando ao edifício do Arqtº. G. Byrne. Por mim prefiro os MVRDV. Para além da originalidade, que aqui me parece cópia, são genuínos e não estão com rodriguinhos acerca do dinheiro. Dizem logo ao que vêm.

    PS
    Pode dar-se o caso de tudo quanto se escreveu estar errado e o projecto apenas pretender queimar o empreiteiro/promotor, afirmando, assim, o regresso às virtudes de um mundo com mais Estado e menos mercado.


    JB

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  6. Daniel,

    Tirando a pífia "provocação" que este projecto supostamente representa, não lhe reconheço uma qualidade. Não estou aqui a querer ser má-língua, e nada me move contra a obra recente de Gonçalo Byrne, figura que, aliás, prezo muito. Mas a verdade é que este projecto nasceu torto: na sua génese esteve um estudo prévio que não deveria ter consequências, que não passaria de um conjunto de imagens para estimular a opinião pública. O processo correu depressa demais e fugiu-lhe ao controlo. Passemos à frente da realidade escultórica desta peça: estes novos volumes não representam uma boa notícia para a linha de Cascais. Desta vez, estou com a vox populi.

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  7. Aqui deixo o link para a video-novela de promoção ao dito imóvel:

    http://www.estorilsolresidence.com/filme.swf

    have fun!

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  8. Isto é melhor ou menos impactante do que o edificio que estava lá?

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  9. É um tema interessante, que não se ouve discutir na comunicação social, apesar do seu efeito. Os portugueses continuam alheios à arquitectura e não a discutem... mesmo quando há projectos que fomentam a discussão e constituem sem dúvida laboratórios para se perceberem algumas regras.

    Um abraço.

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  10. Parece-me que tem uma volumetria completamente inadequada para o local.

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  11. Bem...se o antigo nao se enquadrava na paisagem...este enquadra-se apenas nele proprio ...mais um para o club dos "como aprovaram isto...!?" "porque razao...aprovam algo que tem o mesmo ou pior impacto da obra que vai substituir..." Este desenho traduz um volume total enorme, os poucos intervenientes directos ganham mas todos perdemos com estas obras...devia-se "estimular a opinião pública" o povinho apenas se interessa por futebol e novelas...

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  12. O vídeo promocional justifica muita coisa. Discussões para quê? Até porque a "escultura" fica muito bem ao lado do "bolo de noiva" que já lá está.

    Mais um marco para uma reagião cada vez mais, como dizer, "demarcada"!

    Que saudades do "mono" do antigo Estoril Sol...

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  13. Não querendo fazer crítica em coro, sobretudo de arquitectura, quer-me parecer que a questão mais interessante, já levantada nalguns comentários é se a nova construção se traduz numa mais valia para a paisagem urbana?

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  14. Não querendo ser repetitivo nas críticas negativas à (muito) duvidosa forma e implantação do edifício, gostaria de comentar outra parte do projecto.
    Em primeiro lugar um aspecto que não tem a ver tanto com o Arquitecto mas antes com a natureza do empreendimento, esta nova versão do Estoril Sol não se trata de um Hotel, mas sim apartamentos privados, o que modifica radicalmente o seu carácter e a forma como é encarado por quem passa por ele. O actual edifício é grande, sim, mas é um Hotel, é um edifício com imagem pública, tem “legitimidade” para assumir dimensões fora do normal (em comparação com os mais próximos), e ser visto de todo o lado, todas aquelas janelas que espreitam a paisagem e são vistas por todos os que passam não pertencem a ninguém. O actual empreendimento é privado, são apartamentos, todas as casas que vemos lá no alto do edifício são a morada de alguém, num edifício que se apresenta acima de todos os outros e que é visível a grande distância. Não deixa de ser um pouco o “castelo de vidro” só acessível a alguns, num local onde deveria estar um edifício que desempenha-se um papel urbano mais público.

    De qualquer modo, esse é um aspecto que o Arquitecto não tem poder para alterar, apenas minimizar. Contudo o desenho do edifício é já um aspecto que tem de controlar, e quando falo de desenho não estou novamente a falar do aspecto exterior que apresenta, já anteriormente referido noutros comentários, mas sim ao interior. Através do site oficial pude observar algumas plantas das habitações, onde pude verificar que algumas chegam mesmo a ser sinistras! Corredores exageradamente longos sem qualquer caracterização, quartos (ou melhor suites) onde 1/3 da área está ocupada num miserável corredor de entrada, salas com proporções duvidosas, localização dos diversos compartimentos da habitação no mínimo estranha….

    Alguns exemplos
    http://www.estorilsolresidence.com/plantas/23.html
    http://www.estorilsolresidence.com/plantas/69.html
    http://www.estorilsolresidence.com/plantas/53.html
    http://www.estorilsolresidence.com/plantas/83.html
    http://www.estorilsolresidence.com/plantas/1.html

    Obviamente que tudo isto é possível, e quem sabe interessante de viver, mas tenho as minhas dúvidas. O que estranho mais é ser feito por um Arquitecto com o título honoris-causa, com responsabilidades, pois é um exemplo de pesquisa para todos os estudantes, talvez um mau exemplo neste caso.

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  15. Se este projecto for levado á prática, só pode ter uma leitura.

    A promoção social, económica e financeira, de uma determinada elite, e o ganho de algumas, migalhas para todos os que se mostrarem serventuários efectivos da mesma.

    É evidente que se tal projecto for aprovado, como tudo indica que sim, ele vai ser aprovado, pelos serventuários dessa elite, e não vale a pena estar-mos aqui a revelar nomes, são os mesmos e que todos nós tão bem conhecemos.

    Também não nos custa nada, compreender, duas situações.

    Primeiro, se o dito mamarracho vier a ser construído, é com as matérias-primas devidamente transformadas, e que são propriedade de todos nós, e não da citada elite.

    Segundo, vai ser construído, com a força de trabalho de trabalhadores, e operários, mais ou menos especializados, outros quadros também mais ou menos especializados e mais ou menos bem remunerados, onde se pode incluir o honoris-causa Arq. Gonçalo Byrne.

    Para bom entendedor, como diz o nosso povo meia palavra basta.

    Se este mamarracho for construído, só pode ser classificado como mais um crime e com dolo.

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  16. Até porque a sala de "http://www.estorilsolresidence.com/plantas/83.html"
    contraria o RGEU o comprimento excede o dobro da largura do compartimento

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  17. Ah ha ha!!!
    Peço desculpa mas ao ver que estamos a falar de um compartimento com mais de 65 m2 não posso deixar de soltar uma gargalhada.

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  18. It seems, that someone finally found another way to ruin Portugals coastline.
    This is not a building, at best this is a movie set for a movie about a tasteless society.

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  19. Quoting Anton Ego, the new needs friends.

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  20. Não sou arquitecto, mas acho a volumetria da obra completamente desproporcionada para o local, que aliás foi um dos motivos para a demolição do Estorl Sol
    Numa linha de costa belíssima, como é a do Estoril, acho um atentado ao património natural que o que se destaque seja este mamarracho.
    Desenvolvi este tema no meu blog

    www.dumdum.blogs.sapo.pt

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  21. Gostaria de acreditar que o Arqto. Byrne é alheio a este processo e foi envolvido de tal forma em interesses superiores que a alternativa deixou de existir.. Temos pois mais um acontecimento que espelha a cultura portuguesa pós 25 de Abril, fruto da escola da liberdade dos analfabetos .. como a liberdade de expressão é um mito neste país...não me subscrevo.

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  22. Conta se a história que Salazar passeava na marginal guiado pelo seu motorista quando de repente pede lhe para parar. Abre o vidro olha e comenta para o motorista: Ainda dizem que sou eu que mando neste país?
    A estrutura estoril sol foi imponente para época, tal como a nova é imponente para era em que estamos.

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  23. Meus queridos,
    Abram o coração e sintam a energia do Universo. Realmente, parece MVRDV. Mas digam lá que não queriam viver num destes apartamentos. Realmente este projecto bloqueia completamente a vista de quem mora por trás - mas Lisboa precisa de edifícios marcantes, como a Casa da Música no Porto. Eu, trabalhei com o Koolhaas e não pretendo nem sequer comparar um velhote ao outro, mas acredito que vontades destas sejam preciosas, que o povo portugues precise de ousar mais. Quando digo ousar mais não quero dizer colunas dóricas com cornocópias no Cacém, mas sim em levar ao limite a arquitectura do desejo - neste caso a vista, o mar, sol poente... Vá... abram lá esses coraçõeszinhos pequerruchos e aceitem a proposta. Projectos destes não acontecem todos os dias.

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  24. Caro senhor que trabalhou com o Koolhaas ("com" ele, ou "para" ele?!).



    "Mas digam lá que não queriam viver num destes apartamentos."

    Não, definitivamente não queria viver num espaço destes, onde todos os compartimentos são iguais, têm a mesma relação com o exterior, me façam sentir da mesma forma numa sala ou num quarto. Preciso mais do que isso, preciso de espaços que me acolham de formas diferentes, dispenso a ostentação do (suposto) luxo que este objecto revela, que na realidade não passa de um enorme vazio bem publicitado (suposto luxo tão do agrado das cabecinhas ocas que os vão comprar).


    "Lisboa precisa de edifícios marcantes, como a Casa da Música no Porto"

    Concordo, mas este não é nada que se compare com a casa da música. A casa da música vai marcar um tempo e uma filosofia num espaço e num tempo, será uma testemunha. Este edifício não tem essa capacidade, provavelmente irá ser demolido para dar lugar a outro como ele, adaptado aos clichés e à economia de mercado do futuro, tal como este é uma mera formalização dos clichés do presente, e da especulação imobiliária.


    Também não acho que as "colunas dóricas com cornucópias no Cacém" sejam arquitectura e tenham algum conteúdo, mas também acho que esta proposta não é mais arquitectura que essas tais colunas dóricas, é simplesmente um modo mais depurado e tecnológico (sonoramente mais alto e espalhafatoso) de dizer exactamente as mesmas coisas...


    Se o maior problema que se consegue identificar neste objecto é "bloqueia completamente a vista de quem mora por trás", então andamos a ver muito aquém da complexidade das questões que a arquitectura levanta.


    Esta leviandade com que se encara a Arquitectura é preocupante...

    Dispenso a Sedução destes espaços pornográficos, prefiro a Persuasão da verdadeira Arquitectura, à qual, sim, eu abro o meu "coraçãoszinho pequerrucho"...

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  25. Why does Portugal have such a deep inferiority complex? The Estoril Sol residence project is horrendous; something befitting an underdeveloped country throwing away money in an attempt to show that it has something.
    Who thought up and approved this inane scheme to RUIN a beautiful coastline? What about the residences in the back? What happens to their views? What about visitors sailing in? How on earth is it possible that something so ostentatious and vulgar has been approved?

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  26. Apreciei o mar da discreta piscina do H. Majestic, ao lado do novo edifício Estoril Sol e pude presenciar as suas formas descomunais. O anterior do R. Tojal era uma bisarma. Porque será que elogiam a nova bisarma? Porque apresenta uma solução improvável de estabilidade? Porque parece ser moderno? Porque o autor é (quase) sagrado? Porque dará lucro, muito?
    Haja tino.
    MJE

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  27. Tão grande no tamanho como na vulgaridade e contrastante demais ao rasgo inteligente da arquitectura que é saber colocar edifícios certos nos sítios certos dotando-os da beleza que é simplesmente terem alma para poderem perdurar, esta coisa assemelha-se demais às compridas arquitecturas banais cobertas de vidros e desenroladas ao kilómetro nos países Dubais e Chinas, sem personalidade alguma.
    É um monstruoso Godzilla simplesmente imobiliário, pronto a esmagar ainda mais, atrofiando o racional. Também não se alvitra uma grande longevidade a estas obras! Depois do rendimento rápido tirado, desfinhar-se-ão em pouco tempo para dar lugar a outras coisas parecidas tal como a moda e o mercado do momento ditar.
    O novo riquismo de viver ali tem o sabor igual ao que se sente, ao se dormir nos hoteis despersonalizados das cadeias low cost, mesmo ao lado dos aeroportos e entalados por agressivas vias rápidas. Estar no quarto, no restaurante ou no foyer de entrada, cheira tudo a igual.
    Portugal é assim, não aprende, não porque não seja inteligente, mas simplesmente porque passa as décadas a fazer gazeta.
    Se fosse um rapaz novato da arquitectura ainda carregado de teorias académicas e belas imagens gravadas na cabeça dos projectos olhados dos calhamaços cobiçados na Fnac, teria já sido crucificado? Ou obrigado mesmo a recolocar lá o Estoril-Sol à mão.

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  28. 1 Antes de prosseguir permitam que eu discorde das semelhancas com um qualquer MVRDV...nao sendo fanatico pelo colectivo holandes vejo neles um qualquer brio e sentido que nao vejo nesta obra de Byrne, apenas mais um maneirismo do [perdoem-me] senil arquitecto.

    2 O antigo edifício era um equipamento coletivo que contribuia para o turismo e economia nacional e foi substituído por um equipamento privado não trazendo qualquer mais valia ao país. Mais uma vez outros valores moveram decisoes de demolir um icone do modernismo portugues.

    3 Finalmente e' verdade que Lisboa (entenda-se a grande Lisboa), independentemente da sua excepcional paisagem natural, tem um lapso de edificios contemporaneos de excepcao mas parece-me tambem um sacrilegio comparar este edificio 'a casa da musica. Nem pelo singelo desenho, nem pelas causas que movem um e outro exemplo (2).

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