O regresso de James Cameron
Naquele tempo ia com regularidade ao cinema. Adorava ver filmes em data de estreia. Era às sextas-feiras, lembram-se? E assim foi que me encontrei no lobby olhando o cartaz do dia, sem saber ainda o que ia ver. Em estreia: Titanic.
Não sabia nada sobre o filme – garanto que isto é a mais pura das verdades. O fim-de-semana seguinte seria invadido por publicidade, na televisão e nos jornais, à grande super-produção da época. Mas ali, naquela sexta-feira, ignorante a tudo, ocorria-me apenas que não me apetecia ver a muito batida história da maior tragédia náutica de todos os tempos. Apenas a falta de opções me conduziu à cadeira daquela sala de cinema onde se projectaram, passados os primeiros planos, as grandes letras do nome do realizador: James Cameron.
James Cameron? O homem do Exterminador Implacável (título bem mais sugestivo em Português) e de Aliens? A que propósito estaria o seu nome aqui. E assim foi que pude ver Titanic com os olhos limpos de qualquer preconceito, distraído até à ribombante música de Celine Dion que haveria de encher os ouvidos dos tops durante os meses que se seguiriam.
De Titanic – sei que não devia escrever estas coisas - guardo um sentimento de fascínio e surpresa. Pois que muito estafadas produções televisivas sempre caracterizaram a história, desde os créditos iniciais, de grande carga de tragédia iminente, como querendo dizer aos espectadores que “toda esta gente vai morrer”. No Titanic de James Cameron nada disto existe, antes o mesmo maravilhamento de embarcar numa viagem na mais gloriosa invenção humana que nem Deus haveria de afundar.
Mais de dez anos passaram e, desde então, Cameron nunca mais realizou uma longa-metragem. Regressa agora com Avatar, um antigo projecto em tempos considerado como um dos melhores filmes nunca feitos. Uma produção impossível, dizia-se.
As primeiras imagens revelam a razão para tal. Esta viagem a um mundo distante, um planeta fervilhante de vida, é uma odisseia às nossas próprias origens numa Terra longínqua. Um lugar onde os humanos são, afinal, alienígenas. Estranhos vindos do céu, um povo de sangue saqueando o que não é seu em nome do progresso, um caminho construído sobre a doença e a morte. Desta fábula resta-nos, por agora, o deslumbramento das primeiras imagens na página oficial de Avatar, bem como a recente entrevista de James Cameron na CNN com revelações sobre a produção desta fábula fantástica. Enquanto esperamos por mais um mágico dia de estreia.
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Após ter lido este post, fiquei cheia de vontade de rever o Titanic ahahahaha não, não fiquei, estou a brincar, mas este Avatar é com certeza algo a ver, assim que sair.
ResponderEliminarBom post.
Ah, ficamos a aguardar pela versão Final Cut remixada de Titanic, sem a canção da Celine Dion...
ResponderEliminar:)
The funny thing, é que me aconteceu o mesmo quando vi o Titanic, lá ia saber que o filme se iria tornar monstruosamente comercial.
ResponderEliminarFui ver o filme sozinho e voilá Celin Dion, etc e tal... ahah,,,
Bem e eu que na mesma semana tinha comprado o Tilt do mestre Scott Walker!
Alien, talvez o meu filme de ficção cientifica preferido.