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Promovido no âmbito do Anyang Public Art Project, o pavilhão de exposições construído na envolvente dos jardins públicos de Anyang é uma das mais recentes obras de Álvaro Siza. Trata-se de um projecto que envolveu a colaboração de Carlos Castanheira e do sul-coreano Jun Sung Kim, e que apenas agora começa a ser conhecido através do notável trabalho fotográfico de Fernando Guerra.
As felizes circunstâncias que rodeiam a concepção deste novo edifício, uma peça arquitectónica de linhas suaves e contorno solene, fazem revelar em todos os seus detalhes uma enorme maturidade. Maturidade na forma, de um corpo que parece sair directamente do traço manual do seu autor. Maturidade no processo, no modo como se estabelece materialmente revelando enorme sentido experimental, um sentido de procura do lugar, mergulhando na sua cultura e nas suas especificidades, aceitando as suas tensões próprias. Acima de tudo, o mais fascinante no processo criativo que ali se expressa revê-se na capacidade de transcender a mera intenção de dar forma a uma ideia, tentando abarcar todo o universo físico que a rodeia.
Numa era em que a realidade da prática da arquitectura concede um tempo cada vez mais curto ao acto criativo, em que os processos técnicos da profissão favorecem o sentido da ideologia da eficiência, Siza vem assumindo a postura de quem não evita o penoso labor dos avanços e recuos, das aproximações à realidade do território e à complexidade da vida quotidiana. Os seus projectos revelam-no com enorme consistência, na capacidade de abarcar no acto de desenho todos os fragmentos dessa realidade e com eles dar corpo a construções únicas e de presença crescentemente universal.
O Pavilhão de Anyang revela assim, em toda a sua solenidade, o sentido de permanência que caracteriza a sua obra. Distante de processos mediáticos, da busca da imagem hiper-tecnológica tão efémera quanto inconsistente, Siza constrói um traço reflectido de enorme presença espiritual. Estabilidade, serenidade e presença são os paradigmas da sua arquitectura, estabelecendo as suas sólidas fundações no lugar para nele se inscreverem como se sempre lhe tivessem pertencido.
Tudo é integro, nada é arbitrário.
(1) Para conhecer alguns projectos da autoria de Carlos Castanheira recomenda-se a consulta ao website Últimas Reportagens
(2) Jun Sung Kim é um dos mais notáveis arquitectos sul-coreanos, sendo director da firma Architecture Studio Himma. O seu trabalho pode ser consultado na respectiva página web.
(3) O vídeo-montagem que acompanha o texto, da autoria da FG+SG Fotografia de Arquitectura, encontra-se disponível em Google Vídeo. Ver Álvaro Siza: Anyang Pavilion.
Fotografias e vídeo gentilmente cedidos por Fernando Guerra / Últimas Reportagens. Para ele um agradecimento muito especial.
A destreza deste Mestre só é equiparável à sua capacidade de trazer alguma coisa nova à Arquitectura. Uma nova linha, uma nova forma, um novo desenho. A criatividade levada ao seu próprio expoente. As obras de Siza surpreendem mesmo até depois de as termos visitado antes.
ResponderEliminarA video/fotomontagem está muito boa, as fotos são do melhor que o FG nos habituou. Deixou-me curioso para saber que música será aquela...
NE
Fascinante.
ResponderEliminarThis is the end.
ResponderEliminarhttp://mofomag.blogspot.com
O mestre virou sensei!
ResponderEliminarO video está excelente! Pf digam o nome das músicas do video.