Sábado
Ali estava eu sentado junto à parede do terraço a ver os telhados da cidade. Évora é mais bonita vista da parte de cima. Na minha cabeça revia a semana que passou: mil e uma cruzinhas na minha lista de coisas para fazer. Obras em casa: em curso. Mosaicos da casa de banho: sim. Janelas: sim. Carpinteiro: em stand-by. Portas e puxadores: escolhidos. A infiltração do andar de baixo: controlada. Pladures: hão-de vir. Pinturas: depois. Canalizador: sim. Sim. SIM!!!
Uf...
Suspirei.
Olhei em frente e a cidade ainda lá estava. Vi então que em redor voavam dezenas de andorinhas umas em torno das outras. Rodopiavam, circulavam, subiam e desciam ao sabor do vento. Depois reparei que batem as asas muito depressa várias vezes para, em pequenos intervalos, deixar-se planar simplesmente.
Deve ser interessante a vida de uma andorinha. E no entanto, à sua maneira, uma vida dura também. Como deve ser uma aventura inesquecível viajar dos confins de África para chegarem aqui, ao meu terraço de Évora. Gostava de as poder receber melhor, ou o melhor talvez seja afinal partilhar aquele fim de tarde com elas sentado a observar.
E ali estavam elas, e ali estava eu, quando percebi como tudo isto é passageiro. A vida não acaba aqui. Para mim como para estas andorinhas hão-de haver muitas mais viagens para fazer.
Partimos amanhã...
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Entre partidas e partilhas, bom regresso:)
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