A Architecture For Humanity está a promover o concurso para a concepção de um novo logotipo. O melhor design ganha um prémio de 1000 dólares e toda a gente está convidada a participar.
O envio de propostas pode ser feito até 15 de Dezembro para o email logo@architectureforhumanity.org.
Wiki-people
TED são as iniciais para Technology Entertainment Design, um evento que reune anualmente na Califórnia 1000 personalidades de referência, pensadores de topo nas suas diversas áreas, inovadores e provocadores. O estilo é aberto e assertivo; o conteúdo é quase sempre muito bom. O resultado é um brilhante melting-pot intelectual, uma conjugação de ideias nos temas da tecnologia, entertenimento, design, mas também economia, ciência e artes. De facto, qualquer área que tenha algo de fresco e importante para dar à comunidade do conhecimento. TED é afinal a ilustração do melhor espírito de rede, uma conexão de indivíduos díspares mas extraordinários, colaborando com as suas visões e o seu saber para ajudar a construir um mundo melhor.
Todas as semanas estão disponíveis no TEDTalks novos vídeos de algumas dessas palestras. Uma delas foi a apresentação do Joshua Prince-Ramus que aqui publiquei recentemente, falando do seu trabalho recente e em particular da concepção da biblioteca pública de Seattle. Mas existem muitas outras que recomendo vivamente.
Um depoimento essencial é este de Jimmy Wales, fundador da Wikipedia. Na sua apresentação ele explica como funciona o sistema colaborativo de construção daquela que é considerada a enciclopédia do futuro e o seu alcance enquanto estrutura auto-organizada, auto-corrigida e em contínua expansão.
Outra palestra muito interessante é a de Richard Baraniuk, um professor universitário com uma visão gigantesca: criar um sistema global gratuito de educação online. Baraniuk apresenta o seu projecto Connexions, um sistema de publicação de material universitário, online de acesso aberto, que está a revolucionar a paisagem do ensino providenciando cursos gratuitos e material educativo para qualquer pessoa em qualquer parte do mundo.
Finalmente, destaque ainda para o autor do célebre Freakonomics Steven Levitt, partilhando as suas teses sobre a aplicação da economia para compreender as dinâmicas sociais e humanas no mundo real.
Tudo isto e muito mais, via TED Conference.
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Adenda: destaque ainda para a participação de Cameron Sinclair, fundador da Architecture For Humanity e autor do livro Design Like You Give A Damn: Architectural Responses To Humanitarian Crises. Na sua apresentação, Cameron reflecte o seu desejo de criar uma comunidade que se envolva activamente na criação de respostas técnicas, inovadoras e sustentáveis de design como forma de acorrer a problemas humanitários.
Um agradecimento ao Alziro Neto pela divulgação.
Todas as semanas estão disponíveis no TEDTalks novos vídeos de algumas dessas palestras. Uma delas foi a apresentação do Joshua Prince-Ramus que aqui publiquei recentemente, falando do seu trabalho recente e em particular da concepção da biblioteca pública de Seattle. Mas existem muitas outras que recomendo vivamente.
Um depoimento essencial é este de Jimmy Wales, fundador da Wikipedia. Na sua apresentação ele explica como funciona o sistema colaborativo de construção daquela que é considerada a enciclopédia do futuro e o seu alcance enquanto estrutura auto-organizada, auto-corrigida e em contínua expansão.
Outra palestra muito interessante é a de Richard Baraniuk, um professor universitário com uma visão gigantesca: criar um sistema global gratuito de educação online. Baraniuk apresenta o seu projecto Connexions, um sistema de publicação de material universitário, online de acesso aberto, que está a revolucionar a paisagem do ensino providenciando cursos gratuitos e material educativo para qualquer pessoa em qualquer parte do mundo.
Finalmente, destaque ainda para o autor do célebre Freakonomics Steven Levitt, partilhando as suas teses sobre a aplicação da economia para compreender as dinâmicas sociais e humanas no mundo real.
Tudo isto e muito mais, via TED Conference.
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Adenda: destaque ainda para a participação de Cameron Sinclair, fundador da Architecture For Humanity e autor do livro Design Like You Give A Damn: Architectural Responses To Humanitarian Crises. Na sua apresentação, Cameron reflecte o seu desejo de criar uma comunidade que se envolva activamente na criação de respostas técnicas, inovadoras e sustentáveis de design como forma de acorrer a problemas humanitários.
Um agradecimento ao Alziro Neto pela divulgação.
Gonçalo Byrne
É um prazer anunciar em primeira mão o novo sítio web de Gonçalo Byrne. Uma página de excelente navegação e imenso conteúdo, nela poderão encontrar a obra completa daquele que é um dos mais importantes arquitectos portugueses, com projectos que remontam a 1972. Uma boa oportunidade para rever algumas das referências da história da arquitectura contemporânea nacional, desde o conjunto residencial de Chelas (a célebre Pantera Cor-de-Rosa) passando pela agência bancária de Arraiolos, até aos seus trabalhos mais recentes. O conjunto de fichas de projecto contém uma breve selecção de imagens bem como enquadramento escrito que torna a visita muito mais rica.
Fica a recomendação para uma página essencial que valerá sempre a pena revisitar.
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O meu agradecimento à arquitecta Cátia Santana pela divulgação.
O Geografismos tem casa nova
Luís Palma de Jesus, professor de geografia pioneiro na apropriação do suporte-blog para apoio ao ensino, apresenta a página renovada em Geografismos. Não perder também o seu portal Geografismos.com, uma mão cheia de recursos da disciplina, divulgação de projectos, ligação a blogs de estudantes e ainda jogos para preencher os tempos livres. Uma visita sempre recomendada.
Vila Utopia, Lote 13
Empreendimentos como a Vila Utopia e o Bom Sucesso marcam uma lenta viragem de mentalidades no que respeita ao empreendedorismo no sector da construção civil em Portugal. Trata-se, afinal, de assumir uma linguagem arquitectónica mais pura e (passe a expressão) contemporânea como elemento central na projecção de marketing; a arquitectura de autor como moeda de troca também na sua dimensão mediática e, acima de tudo, financeira.
É no mínimo curioso observar algum debate subterrâneo que acompanha este tipo de empreendimentos de luxo. Persiste ainda um certo desconforto com a ideia de concessão da profissão à sua vertente assumidamente económica, como se existisse aqui um qualquer litígio entre uma melancolia artística da arquitectura e a procura de rentabilidade do agente promotor.
Parece evidente que este tipo de empreendimento abrange um espectro muito estrito de cliente/comprador. Assim sendo talvez não resulte dele um efeito mobilizador em larga escala, fazendo aderir um maior número de cidadãos à mais valia resultante da aposta numa arquitectura de qualidade. Mas não deve por isso ser menosprezada a sua importância na divulgação de linguagens eruditas, ainda para mais quando se assume, no caso da Vila Utopia, como evento aberto à participação de jovens arquitectos. Foi essa a ideia que esteve na base do concurso para a moradia do Lote 13 em que puderam participar jovens arquitectos finalistas das escolas portuguesas de arquitectura. Trata-se de uma iniciativa que merece ser destacada como de exemplar alcance de serviço público, de especial relevância por se inscrever num empreendimento de cariz inteiramente privado.
O primeiro prémio foi entregue ao projecto da autoria de Olga Cristina Carvalho e Marcelo Sousa Dantas, que acima se ilustra. A equipa terá a oportunidade de ver edificada a sua proposta cuja construção será supervisionada pelo arquitecto Manuel Aires Mateus, também membro do júri.
Num lote de resolução aparentemente difícil, sem referências bem definidas, os vários projectos apresentaram uma tendência para a introversão. A habitação unifamiliar torna-se assim tema para um ensaio compacto centrado na peça arquitectónica enquanto objecto, o bloco onde se ensaiam vazios e relações internas. No caso da proposta vencedora exprime-se alguma maturidade na gestão de tensões entre o convencional e uma expressão mais inovadora. A solução dá corpo a uma forma de grande presença, mas a que ao mesmo tempo se alia uma certa familiaridade própria da função habitar. Muito interessante o traço dinâmico obtido pela silhueta levemente recortada da construção.
Para além da proposta vencedora foram ainda classificados os seguintes trabalhos:
Menção Honrosa Especial:
Miguel Filipe Carvalho Pinto
Menções Honrosas:
Pedro Miguel Vieira Gomes
Pedro Nuno Ribeiro da Silva
Tiago Filipe Santos
Das várias propostas presentes, a de Tiago Filipe Santos pode ser consultada no seu sítio web, de que vos deixo também algumas imagens.
Os trabalhos de todos os concorrentes encontram-se em exposição na sede da Ordem dos Arquitectos, até 15 de Dezembro (Travessa do Carvalho, 21-25, dias úteis das 10h às 19h).
É no mínimo curioso observar algum debate subterrâneo que acompanha este tipo de empreendimentos de luxo. Persiste ainda um certo desconforto com a ideia de concessão da profissão à sua vertente assumidamente económica, como se existisse aqui um qualquer litígio entre uma melancolia artística da arquitectura e a procura de rentabilidade do agente promotor.
Parece evidente que este tipo de empreendimento abrange um espectro muito estrito de cliente/comprador. Assim sendo talvez não resulte dele um efeito mobilizador em larga escala, fazendo aderir um maior número de cidadãos à mais valia resultante da aposta numa arquitectura de qualidade. Mas não deve por isso ser menosprezada a sua importância na divulgação de linguagens eruditas, ainda para mais quando se assume, no caso da Vila Utopia, como evento aberto à participação de jovens arquitectos. Foi essa a ideia que esteve na base do concurso para a moradia do Lote 13 em que puderam participar jovens arquitectos finalistas das escolas portuguesas de arquitectura. Trata-se de uma iniciativa que merece ser destacada como de exemplar alcance de serviço público, de especial relevância por se inscrever num empreendimento de cariz inteiramente privado.
O primeiro prémio foi entregue ao projecto da autoria de Olga Cristina Carvalho e Marcelo Sousa Dantas, que acima se ilustra. A equipa terá a oportunidade de ver edificada a sua proposta cuja construção será supervisionada pelo arquitecto Manuel Aires Mateus, também membro do júri.
Num lote de resolução aparentemente difícil, sem referências bem definidas, os vários projectos apresentaram uma tendência para a introversão. A habitação unifamiliar torna-se assim tema para um ensaio compacto centrado na peça arquitectónica enquanto objecto, o bloco onde se ensaiam vazios e relações internas. No caso da proposta vencedora exprime-se alguma maturidade na gestão de tensões entre o convencional e uma expressão mais inovadora. A solução dá corpo a uma forma de grande presença, mas a que ao mesmo tempo se alia uma certa familiaridade própria da função habitar. Muito interessante o traço dinâmico obtido pela silhueta levemente recortada da construção.
Para além da proposta vencedora foram ainda classificados os seguintes trabalhos:
Menção Honrosa Especial:
Miguel Filipe Carvalho Pinto
Menções Honrosas:
Pedro Miguel Vieira Gomes
Pedro Nuno Ribeiro da Silva
Tiago Filipe Santos
Das várias propostas presentes, a de Tiago Filipe Santos pode ser consultada no seu sítio web, de que vos deixo também algumas imagens.
Os trabalhos de todos os concorrentes encontram-se em exposição na sede da Ordem dos Arquitectos, até 15 de Dezembro (Travessa do Carvalho, 21-25, dias úteis das 10h às 19h).
Arrendamento: o odioso da questão
O Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU) entrou em vigor em Junho deste ano. Esta lei introduziu novas regras para os contratos de arrendamento, tendo como um dos seus aspectos mais importantes a criação de um mecanismo de actualização das rendas. Esta semana uma notícia do Diário Económico veio dar conta da paralisação desse procedimento, do qual depende a subida dos valores de renda do aluguer de imóveis que estão, em muitos casos, desfasados da realidade económica e impedem os seus proprietários de realizar as obras de conservação a que estão legalmente obrigados.
A nova lei estipula que os senhorios poderão aumentar as rendas, gradualmente e dentro de limites definidos. O seu valor de actualização resultará da avaliação fiscal do imóvel pelas Finanças (realizada há menos de três anos) e do seu nível de conservação. A classificação do nível de conservação é determinada mediante vistoria a cargo das Comissões Arbitrais Municipais (CAM), que deverão ser compostas por:
a) um representante da câmara municipal, que preside;
b) um representante do serviço de Finanças;
c) um representante dos senhorios, nomeado pelas associação de senhorios;
d) um representante dos arrendatários habitacionais, nomeado pelas associações de arrendatários;
e) um representante dos arrendatários não habitacionais, podendo este ser nomeado por associações representativas de interesses económicos;
f) um representante da Ordem dos Engenheiros;
g) um representante da Ordem dos Arquitectos;
h) um representante da Ordem dos Advogados.
Vale a pena ler o emaranhado burocrático que envolve a criação e funcionamento destas Comissões Arbitrais Municipais. Sendo a actualização das rendas um dos aspectos cruciais da nova lei, qual a justificação para este procedimento específico depender de um organismo com estas características?
De acordo com o Diário Económico, uma fonte da secretaria de Estado da Administração Local vem agora afirmar que “cabe à autarquia ponderar se se justifica a criação de uma CAM tendo em conta o número de arrendamentos antigos no município”. Alguém diga na lei onde é que isto está escrito.
Não será a classificação do nível de conservação de imóveis uma questão de ordem meramente técnica? Se sim, quem tem competências para a realizar? Um arquitecto? Sim! Um engenheiro? Também! Um membro das Finanças? Eventualmente, talvez.
Nesse caso, três pessoas chegam. Para quê fazer depender essa avaliação das pesadas CAM se as Câmaras (em colaboração com as Finanças) as podem realizar mediante uma vistoria relativamente simples? A menos que não se considerem estas entidades como idóneas para esse fim, o que é inaceitável. E ridículo, mediante o reduzido grau de complexidade do problema em causa.
Sinceramente, não consigo imaginar as Ordens dos Engenheiros, Arquitectos e Advogados delegar representantes - porque membros não são representantes, ou são? - para deliberar sobre vistorias feitas amíude para lá de Bragança ou nos confins do Alentejo? Não estando definido na lei quem vai pagar os custos destas comissões, é natural que todos se encolham. Mas será isto o que está verdadeiramente em causa? Será credível que numa lei que foi tão vista, revista e escrutinada, tudo isto não passe de um erro do legislador?
O que se passa, parece-me, é que ninguém está disposto a pagar os custos políticos da aplicação da nova lei. Porque há no meio de tudo isto o odioso da questão: existe um parque habitacional de arrendamento afecto a rendas baixas que providencia habitação a um vasto grupo de pessoas, maioritariamente idosas, que de outra forma talvez não tivesse onde habitar. Não querendo assumir os custos sociais de uma reforma necessária, o Estado prefere fazer previdência à custa dos senhorios. Com uma deliciosa nuance: incentiva estes últimos a proceder à parte da lei que já funciona: a avaliação das Finanças. Para começar, desde já, a pagar o IMI revisto à tabela. A bem da nação.
A nova lei estipula que os senhorios poderão aumentar as rendas, gradualmente e dentro de limites definidos. O seu valor de actualização resultará da avaliação fiscal do imóvel pelas Finanças (realizada há menos de três anos) e do seu nível de conservação. A classificação do nível de conservação é determinada mediante vistoria a cargo das Comissões Arbitrais Municipais (CAM), que deverão ser compostas por:
a) um representante da câmara municipal, que preside;
b) um representante do serviço de Finanças;
c) um representante dos senhorios, nomeado pelas associação de senhorios;
d) um representante dos arrendatários habitacionais, nomeado pelas associações de arrendatários;
e) um representante dos arrendatários não habitacionais, podendo este ser nomeado por associações representativas de interesses económicos;
f) um representante da Ordem dos Engenheiros;
g) um representante da Ordem dos Arquitectos;
h) um representante da Ordem dos Advogados.
Vale a pena ler o emaranhado burocrático que envolve a criação e funcionamento destas Comissões Arbitrais Municipais. Sendo a actualização das rendas um dos aspectos cruciais da nova lei, qual a justificação para este procedimento específico depender de um organismo com estas características?
De acordo com o Diário Económico, uma fonte da secretaria de Estado da Administração Local vem agora afirmar que “cabe à autarquia ponderar se se justifica a criação de uma CAM tendo em conta o número de arrendamentos antigos no município”. Alguém diga na lei onde é que isto está escrito.
Não será a classificação do nível de conservação de imóveis uma questão de ordem meramente técnica? Se sim, quem tem competências para a realizar? Um arquitecto? Sim! Um engenheiro? Também! Um membro das Finanças? Eventualmente, talvez.
Nesse caso, três pessoas chegam. Para quê fazer depender essa avaliação das pesadas CAM se as Câmaras (em colaboração com as Finanças) as podem realizar mediante uma vistoria relativamente simples? A menos que não se considerem estas entidades como idóneas para esse fim, o que é inaceitável. E ridículo, mediante o reduzido grau de complexidade do problema em causa.
Sinceramente, não consigo imaginar as Ordens dos Engenheiros, Arquitectos e Advogados delegar representantes - porque membros não são representantes, ou são? - para deliberar sobre vistorias feitas amíude para lá de Bragança ou nos confins do Alentejo? Não estando definido na lei quem vai pagar os custos destas comissões, é natural que todos se encolham. Mas será isto o que está verdadeiramente em causa? Será credível que numa lei que foi tão vista, revista e escrutinada, tudo isto não passe de um erro do legislador?
O que se passa, parece-me, é que ninguém está disposto a pagar os custos políticos da aplicação da nova lei. Porque há no meio de tudo isto o odioso da questão: existe um parque habitacional de arrendamento afecto a rendas baixas que providencia habitação a um vasto grupo de pessoas, maioritariamente idosas, que de outra forma talvez não tivesse onde habitar. Não querendo assumir os custos sociais de uma reforma necessária, o Estado prefere fazer previdência à custa dos senhorios. Com uma deliciosa nuance: incentiva estes últimos a proceder à parte da lei que já funciona: a avaliação das Finanças. Para começar, desde já, a pagar o IMI revisto à tabela. A bem da nação.
Momento geek
Ainda bem que não tenho computador para correr isto senão a minha vida acabava aqui. Deliciem-se com este vôo sensacional no Flight Simulator X. Se gostarem vejam outros filmes do mesmo autor no YouTube.
Uma ponte é mais que uma passagem
Procurando exemplos de pontes pedonais encontrei esta interessante proposta, três braços com 44 metros de extensão cada, implantados no ponto de confluência de dois rios. O design é da firma inglesa Flint & Neill Partnership que apresenta no seu sítio web muitos outros exemplos de pontes e estruturas.
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Adenda: dos mesmos autores deixo ainda a imagem desta bela ponte de ligação entre a Royal Opera House e a Royal Ballet School, em Londres.
Playscapes
The Politics Of Play é um artigo do Metropolismag que aborda novas correntes de desenho para áreas de recreio infantil. Abandonando as tipologias de parque de recreio convencional, de pavimento plano com um ou dois equipamentos estandardizados, pensa-se agora nas novas paisagens do brincar: playscapes.
Movidos pela criatividade, os autores destes novos espaços promovem soluções que não especificam o tipo de brincadeira. A ideia é estimular a imaginação em espaços integrados em zonas mais vastas e encorajar um sentido diferente de descoberta. No projecto que serve de base ao artigo encontramos uma paisagem ondulante, um anfiteatro embutido no terreno, espaços de brincar mais abertos e sem fronteiras rígidas.
Reflete-se assim sobre um problema mais vasto: que ao eliminar a espontaneidade e o risco dos espaços de brincar em favor de tipologias pré-formatadas se tem desencorajado a actividade física dos mais novos e as experiências de que precisam para crescer.
Os novos designers destes parques criativos defendem antes a aplicação de equipamento devidamente integrado nas características existentes do sítio, fazendo uso dos cursos de água, dos declives e ondulações, das vistas e construções envolventes – tornando-as em oportunidades para brincar e aprender.
No país dos rodinhas
Eu devo confessar que o meu verdadeiro nome é... Cândido! Cândido da Purificação Sonsinho e Aparvalhado, também conhecido por xavier. Se não é o meu nome, é, pelo menos, como me sinto. E este blog é a minha manifestação de loucura e de revolta. Assumidamente excêntrico.
Antes que estoire!
Permitam-me que retire por momentos os óculos do design para dar a conhecer este blog muito divertido e bem escrito, puro e duro, como nós gostamos. Maluco, em bom! São as aventuras de um Excêntrico no país dos rodinhas. Confesso que a mim também me custa, tantas vezes, manter o equilíbrio.
Antes que estoire!
Permitam-me que retire por momentos os óculos do design para dar a conhecer este blog muito divertido e bem escrito, puro e duro, como nós gostamos. Maluco, em bom! São as aventuras de um Excêntrico no país dos rodinhas. Confesso que a mim também me custa, tantas vezes, manter o equilíbrio.
Virtual Earth 3D
A minha análise ao Microsoft Virtual Earth 3D para o Live Local:
Virtual Earth 3D (Beta) currently does not support your region or language. Thanks for your patience.
Está muito bem. Ficamos assim!
Olha, vejam antes um filmezito.
Livro: Rio Côa – A Arte Da Água E Da Pedra
O autor descreve a viagem que realizou, em constante diálogo com os seus colaboradores, o que permite ao leitor desde diário compreender o porquê do pormenor das construções e o sentido poético que respiram e, simultaneamente, entender que essas construções são parte integrante da grandiosa paisagem que o rio percorre e a que dá alma e de que recebe a razão de ser.
Gonçalo Ribeiro Telles in prefácio
Recentemente publicado pela Casa do Sul Editora e pelo Centro de História da Arte da Universidade de Évora, o livro Rio Côa – A Arte Da Água E Da Pedra documenta uma viagem de investigação realizada a pé, ao longo do rio, pelo professor Nuno de Mendoça e os seus alunos de Arquitectura Paisagista. Este primeiro volume que agora é dado a conhecer ao público cobre o troço da nascente ao Moinho da Ervaginha, a poente de Vale de Espinho. [Ver Google Maps]
É um livro que respira do melhor que pode existir no espírito académico, movido pelo desejo de sair para o terreno ao encontro dos sinais da presença humana de outrora, nos vales e no leito do rio. Sustentando-se numa metodologia criteriosa de observação e análise somos apresentados a uma paisagem notável onde se foram estabelecendo os sinais da acção do homem, num diálogo com uma ruralidade carregada de saber arcaico. A viagem leva-nos a descobrir antigas presas, muros, diques, registados com fotografias e um denso trabalho de desenho de grande qualidade artística e conteúdo interpretativo.
O relato da jornada é cheio de surpresas. Entre avanços e paragens descobrimos pequenos povoados e aldeias, documentando-se a sua relação com o rio; o casario na meia encosta abrigada dos ventos, o moinho mais abaixo e as áreas mais férteis junto ao leito. Por vezes laboriosos sistemas de rega desenham a paisagem; noutras somos confrontados com um cuidadoso trabalho de arte da pedra usado na consolidação das margens.
O relato da jornada faz-se acompanhar de observações e registos de diálogo com as gentes locais. Confronta-nos por vezes com reflexões sobre o território percorrido e as transformações que vem sofrendo; o fino balanço entre a natureza e a introdução abrupta de processos que lhe são hostis. É também um livro sobre a perda de uma memória e a urgência de a recuperar, em prejuízo de formas de património menos fáceis de classificar mas profundamente entranhadas no saber que conduziu a nossa acção durante séculos.
O trabalho coordenado por Nuno de Mendoça demonstra o delicado equilíbrio entre arte e ciência; entre a leitura técnica dos locais e dos processos que os constituiram, e uma visão alargada, poética, do sábio entendimento da paisagem e do lugar que nela ocupou o homem. É um daqueles livros que merece ser descoberto, fazendo regressar a um saber mais vasto outras formas de saber que devemos, a todo o custo, preservar.
(1) O livro Rio Côa – A Arte Da Água E Da Pedra é uma publicação da Casa do Sul Editora e do Centro de História da Arte da Universidade de Évora, com coordenação de Nuno de Mendoça e prefácio de Gonçalo Ribeiro Telles.
(2) Nuno de Mendoça nasceu em Lisboa em 1939. Escultor, pintor, professor universitário, doutorado em Estética da Paisagem, é investigador do Centro de História da Arte da Universidade de Évora, onde leccionou de 1976 a 1998. Repartiu a sua actividade pela arquitectura, urbanismo, artes gráficas e a docência. Actualmente dedica-se à investigação e à pintura. Como artista plástico, está representado nomeadamente nas colecções do Museu de Évora, do Governo de Macau e da Fundação Oriente.
(3) As ilustrações que acompanham este texto fazem parte da apresentação “A Vida e Arte no Rio” – Conjunto de trabalhos realizados sob a orientação do Prof. Doutor Nuno de Mendoça, em exposição online no espaço galeria do sítio web do Centro de História da Arte da Universidade de Évora.
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Nota: este livro pode ser adquirido na Livraria Casa dos Livros.
Casa dos Livros, Rua dos Caldeireiros 19-21, Évora
Tel: 266 785 265 / Tm: 937 858 501
Email: casadoslivros[arroba]sapo[ponto]pt
Joshua Prince-Ramus apresenta
Joshua Prince-Ramus, ex-director da OMA Nova-Iorque e mentor da REX (Ramus-Ella Architects) apresenta o processo de programação, concepção e construção da Seattle Public Library, fazendo ainda uma antevisão de alguns dos seus trabalhos em curso. Via TED Blog.
Micro-simulação de tráfego
Muito recomendável esta micro-simulação de tráfego automóvel, uma pequena lição em engenharia de trânsito. Existem vários cenários para analisar. Mais uma vez, boas razões para se ir de bicicleta.
Cycling Friendly
Um pequeno filme descoberto no Viver Na Alta De Lisboa, demasiado irresistível para não republicar aqui. Fica a mensagem e a referência para um blog que também contribui para uma cidade melhor.
É o design, estúpidos!
Os que naveguem para lá da charca que dá pelo nome de blogosfera portuguesa descobrem que isto por cá não é grande coisa. Nem é que seja mau, é mauzito e rima com fraquito.
Mau nos conteúdos, em especial de uma maioria que não sabe bem o que anda por aqui a fazer. Segue-se a maré de notáveis que tanto se arrastam na discussão de frivolidades – perdão, causas – para não falar do debate político ongoing entre senhores que ainda julgam que a linha divisória entre o bem e o mal é a linha entre a esquerda e a direita. E ainda há os sabujos, que são os piores de todos, saltitando em bicos de pés nas suas constantes auto-referenciações elogiosas, dizendo bem uns dos outros como quem está no sofá de um daqueles programas do Herman.
Se os conteúdos são tantas vezes sofríveis a imagem é ainda pior. A nossa blogosfera é feia, em reflexo de uma geral falta de critério e cultura visual. Sei que é perigoso e injusto generalizar, mas que se lixe. Há por certo coisas boas acessíveis aos que decidam mergulhar para lá da superfície, mas a maioria dos blogs portugueses não ostenta qualquer preocupação gráfica ou vontade de fazer um pequeno esforço por tal.
É fácil perceber as razões. Nem todos terão disponibilidade para cair para dentro das miudezas dos templates nem são barras em Photoshop. Mas arrisco a dizer que o problema é outro. Num país onde toda a gente se leva a sério e se acha muito profunda é difícil explicar porque não se trata de uma questão secundária ou superficial; a evidência de que a imagem não serve apenas como factor bling, ela é também o registo e suporte da mensagem - a extensão do discurso. McLuhan, alguém? Porque ignoramos então a importância da imagem?
Observando a elevada qualidade gráfica da melhor blogosfera internacional, é quase impensável reconhecer que um blog com a repercussão do Abrupto não se suporte num template original. Percebe-se que o design não seja uma prioridade de JPP que preza o discurso como o seu essencial. Mas a sua ausência é também reveladora de uma falta de exigência intrínseca – que é generalizada e extensível ao universo da nossa cultura académica. Como se a imagem fosse uma coisa das artes e de mais ninguém. Ainda assim o Abrupto é, apenas e no limite, um blog individual. Que dizer então do Gato Fedorento com o seu template base do Blogger e aquelas cores pastelosas? O problema, verdadeiramente, não é a imagem ser má; é que um conjunto talentoso de profissionais do meio mediático se sinta representado por uma coisa daquelas quando a sua dimensão pública justificaria uma página completamente personalizada. Veja-se, à sua escala, o bom exemplo do Há Vida Em Markl.
Na blogosfera de referência – a mais lida e citada pelo mundo da informação – encontramos também pequenos esforços de personalização de imagem. Infelizmente, a qualidade está ao nível do amadorismo. A ver: Blasfémias, Bloguítica, Arrastão, Paulo Querido, entre tantos outros.
Olhemos então um pouco mais além. Da Califórnia chega-nos o muito português Rua Da Judiaria. Para lá do template simples (o famoso opensource Kubrick) sobressai o cuidado na composição de texto e imagem. O que fica é um blog denso mas muito legível, apelativo e equilibrado. Com as mesmas qualidades, mas de base ainda mais simples, encontramos A Origem Das Espécies. A qualidade visual de um blog, afinal, não depende tanto da capacidade do seu criador em ser um talentoso web designer. É, tão só, o reflexo do seu cuidado de edição.
Se ainda precisam de evidências analisem aquele que é considerado como um dos melhores blogs de arquitectura, o famoso BLDGBLOG. O suporte: um dos templates standard do Blogger. O conteúdo: textos próprios acompanhados de uma excepcional selecção de imagens. O resultado é uma referência de topo da blogosfera internacional.
A qualidade visual de um blog sustenta-se afinal no equilíbrio da composição e edição, mais do que na habilidade de cada um em ser um feiticeiro do CSS ou do software gráfico. Mas exige, acima de tudo, uma pequena dose de exigência pessoal. Uma vontade em ir além da mediocridade de uma mediania sem exigência pessoal e autocrítica.
Para lavarem os olhos, deixo-vos com o menos conhecido La Double Vie de Veronique, exemplo perfeito de colagem e design web, e um dos mais belos blogs portugueses.
Mau nos conteúdos, em especial de uma maioria que não sabe bem o que anda por aqui a fazer. Segue-se a maré de notáveis que tanto se arrastam na discussão de frivolidades – perdão, causas – para não falar do debate político ongoing entre senhores que ainda julgam que a linha divisória entre o bem e o mal é a linha entre a esquerda e a direita. E ainda há os sabujos, que são os piores de todos, saltitando em bicos de pés nas suas constantes auto-referenciações elogiosas, dizendo bem uns dos outros como quem está no sofá de um daqueles programas do Herman.
Se os conteúdos são tantas vezes sofríveis a imagem é ainda pior. A nossa blogosfera é feia, em reflexo de uma geral falta de critério e cultura visual. Sei que é perigoso e injusto generalizar, mas que se lixe. Há por certo coisas boas acessíveis aos que decidam mergulhar para lá da superfície, mas a maioria dos blogs portugueses não ostenta qualquer preocupação gráfica ou vontade de fazer um pequeno esforço por tal.
É fácil perceber as razões. Nem todos terão disponibilidade para cair para dentro das miudezas dos templates nem são barras em Photoshop. Mas arrisco a dizer que o problema é outro. Num país onde toda a gente se leva a sério e se acha muito profunda é difícil explicar porque não se trata de uma questão secundária ou superficial; a evidência de que a imagem não serve apenas como factor bling, ela é também o registo e suporte da mensagem - a extensão do discurso. McLuhan, alguém? Porque ignoramos então a importância da imagem?
Observando a elevada qualidade gráfica da melhor blogosfera internacional, é quase impensável reconhecer que um blog com a repercussão do Abrupto não se suporte num template original. Percebe-se que o design não seja uma prioridade de JPP que preza o discurso como o seu essencial. Mas a sua ausência é também reveladora de uma falta de exigência intrínseca – que é generalizada e extensível ao universo da nossa cultura académica. Como se a imagem fosse uma coisa das artes e de mais ninguém. Ainda assim o Abrupto é, apenas e no limite, um blog individual. Que dizer então do Gato Fedorento com o seu template base do Blogger e aquelas cores pastelosas? O problema, verdadeiramente, não é a imagem ser má; é que um conjunto talentoso de profissionais do meio mediático se sinta representado por uma coisa daquelas quando a sua dimensão pública justificaria uma página completamente personalizada. Veja-se, à sua escala, o bom exemplo do Há Vida Em Markl.
Na blogosfera de referência – a mais lida e citada pelo mundo da informação – encontramos também pequenos esforços de personalização de imagem. Infelizmente, a qualidade está ao nível do amadorismo. A ver: Blasfémias, Bloguítica, Arrastão, Paulo Querido, entre tantos outros.
Olhemos então um pouco mais além. Da Califórnia chega-nos o muito português Rua Da Judiaria. Para lá do template simples (o famoso opensource Kubrick) sobressai o cuidado na composição de texto e imagem. O que fica é um blog denso mas muito legível, apelativo e equilibrado. Com as mesmas qualidades, mas de base ainda mais simples, encontramos A Origem Das Espécies. A qualidade visual de um blog, afinal, não depende tanto da capacidade do seu criador em ser um talentoso web designer. É, tão só, o reflexo do seu cuidado de edição.
Se ainda precisam de evidências analisem aquele que é considerado como um dos melhores blogs de arquitectura, o famoso BLDGBLOG. O suporte: um dos templates standard do Blogger. O conteúdo: textos próprios acompanhados de uma excepcional selecção de imagens. O resultado é uma referência de topo da blogosfera internacional.
A qualidade visual de um blog sustenta-se afinal no equilíbrio da composição e edição, mais do que na habilidade de cada um em ser um feiticeiro do CSS ou do software gráfico. Mas exige, acima de tudo, uma pequena dose de exigência pessoal. Uma vontade em ir além da mediocridade de uma mediania sem exigência pessoal e autocrítica.
Para lavarem os olhos, deixo-vos com o menos conhecido La Double Vie de Veronique, exemplo perfeito de colagem e design web, e um dos mais belos blogs portugueses.
Metamorfoses da cidade
A Fundação de Serralves promove um conjunto de mini-cursos sob o título Conversas Nocturnas, a decorrer entre Novembro e Dezembro. Destaque para o tema Metamorfoses da Cidade com direcção de Álvaro Domingues, geógrafo e professor da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, que foi igualmente coordenador do livro Cidade e Democracia. As sessões terão lugar às quartas-feiras entre as 21.30 e as 23.30, de 8 de Novembro a 6 de Dezembro, na Casa de Serralves.
As transformações da cidade contemporânea produzem em nós juízos muito distintos e, frequentemente, contraditórios. Questiona-se a crise dos centros antigos, a ilegibilidade das formas, a fragmentação dos espaços, a expansão ilimitada da urbanização, as agressões ambientais, a segregação social, a perda de identidade, ou a dificuldade em construir um mapa mental minimamente partilhável e consensual. Face a uma sociedade em permanente mudança e ao que muda na paisagem ou nas vivências que daí decorrem, questiona-se o próprio sentido do urbano e das formas de o regular. No limite, põe-se mesmo em causa a possibilidade da política criar novos consensos, novas prioridades, novas práticas e novas estratégias de por isso em prática.
Procuraremos neste curso esclarecer algumas das transformações mais evidentes na actual condição urbana - forma e sociedade -, e encontrar respostas que melhor nos situem nos registos individual e colectivo.
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