District 9


O que pensar de um herói tão detestável como este Wikus Van de Merwe, funcionário servil da corporação sem escrúpulos que gere uma colónia de refugiados extraterrestres sitiados nos arredores de Joanesburgo, em District 9? Wikus persiste, em toda a sua pequena humanidade, em nome do mais mesquinho interesse próprio. E, de certo modo, a história deste filme é exactamente sobre esse percurso de descoberta da humanidade no lugar mais cruel do mundo.
Haverá por aqui material bem reconhecível aos cinéfilos mais geeks da plateia, entre exoesqueletos robóticos e armas gravitacionais dignas do senhor Gordon Freeman. Mas D9 revela uma energia que há muito não víamos no sub-género de acção sci-fi, em tempos trilhado pelos jovens James Cameron e Ridley Scott. Esta primeira obra de Neill Blomkamp é a antítese dos encontros imediatos de Steven Spielberg. Um filme de ficção científica para uma década de desagregação total, resgatando entre os escombros um derradeiro gesto capaz de redimir o mais improvável dos heróis do cinema.

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4 comentários:

  1. há muito tempo que nao via no cinema um filme tão interessante, que vai completamente contra a tendencia mais actual de fazer filmes de ficção cientifica tipo fast-food.

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  2. Também há fast-food de qualidade bastante apreciável. Por exemplo, o Star Trek recauchutado de J. J. Abrams. Ou a feira popular que se avizinha no bombástico Avatar de James Cameron. Mas tenho para mim que este D9 concorre ao melhor sci-fi da década, a par com o muito subvalorizado The Fountain do Aronovsky.
    :)

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  3. Não concordo, estive quase a sair no primeiro quarto de hora do filme, é uma boa treta!

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  4. Eu não desgostei do filme... Vou ver o II de certeza... Sim que aquilo ainda não acabou.

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