[até os gatos]

Quinta-feira



As obras em casa estão a chegar ao fim. A estimativa inicial era de dois ou três meses. Passaram-se oito. Agora, até os gatos já começam olhar para nós com um ar interrogador. Será que isto acaba?

Com um monte de tralha encaixotada, livros que nem saíram do saco de compra, um sofá do IKEA por desempacotar estacionado na sala há três meses, enfim, a vida corre com a sensação de ter sido posta em suspenso. Para a semana tiramos cinco dias para pôr tudo finalmente em ordem.

Uma casa velha é uma casa velha. Com cem anos, as velhas paredes de tijolo maciço vão sustentando a respiração dos invernos que passam. Aqui e ali algum salitre voltará a aparecer para justificar uma pintura de tempos a tempos. As caixilharias de madeira do andar de baixo estão a pedir ajuda e serão a próxima intervenção, quando o verão chegar.
Uma casa velha é um projecto em permanente execução. Não vale a pena pensar que se faz e está feito. Como na vida, é um corpo vivo a pedir por atenção, que tratem deste revestimento, reforcem esta estrutura, cuidem deste telhado. Uma casa velha não pode ser deixada ao esquecimento, porque a intempérie é uma carga pesada nos ossos de uma estrutura e as casas são frágeis como os nossos corpos.

Entretanto os dias vão passando e transformam-se em semanas; e estas em meses. Uma tremenda falta de tempo continua a impedir-me de rabiscar no blogue. Fica aqui esta anotação breve, com a promessa de dar a devida resposta a vários emails e sugestões que gentilmente me foram enviados. E já agora, estão todos convidados a passar lá por casa. Tenho uns caixotes para carregar...
Abraço e até breve!

Nota: na fotografia, a nossa querida Matilde.

2 comentários:

  1. Genial este blog. Também habitamos em casas antigas recuperadas e estamos solidários contigo.

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  2. Genial este blog. Também moramos em casas recuperadas e estamos solidários contigo.

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