Quarta-feira
É difícil não falar de política nos tempos que correm. Não vale a pena fingir, vivemos um tempo político. Seja, pois então...
Alguns dos mais emblemáticos casos políticos a que vamos assistindo só são justificáveis pela profunda mediocridade dos seus intervenientes. O recente caso Morais Sarmento e o seu mergulho de fim-de-semana é mais um bom exemplo. Não deve existir manual de gestão que não tenha a máxima escarrapachada: don’t be apologizer. Uma pessoa com cargos de liderança, como um membro do governo, não pode funcionar ao nível do registo dos media. Não é por presunção nem por falta de humildade, mas a estas figuras exige-se uma pose de estado e isso significa que estes (enquanto figuras institucionais, representantes de cargos de elevada responsabilidade) têm de estar acima das quesílias próprias da luta partidária.
Os políticos sabem (melhor do que ninguém) que lhes é exigido que alimentem uma imagem pública, uma existência mediática. Mas este grupo político que formou o triste governo de Santana Lopes parece ter-se esquecido que essa existência não pode ser alimentada ao mesmo nível (horizontal). Por isso, a cada ataque, a cada ruído da oposição ou de um qualquer comentador, vêm os membros deste governo dar troca imediata, a resposta em cima da hora, colocando-se ao nível de quem os ataca. É um triste exemplo merecedor de estudo. Chegamos assim a isto, ao medíocre Morais Sarmento a fazer a figura de apologizer, justificando-se pelo que não merece justificação, indignado e esfaqueado, ele sim comportando-se de forma indigna ao exercício do cargo que ocupa. E vão assim repetindo-se estes erros de palmatória, há muito conhecidos e estudados nos mais básicos manuais de gestão. São, afinal, sintomas de falta de lucidez. E a falta de lucidez, em política, é quase sempre sintoma de fim de ciclo.
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