[editorial]

Quinta-feira

Na semana passada este blogue alcançou a barreira das 50.000 page views e dos 35.000 visitantes. Agradeço a todos os que aqui vão passando e encontram motivos para regressar. Aos que se interessam e comentam, escrevem, linkam e vão enriquecendo a experiência de conviver aqui na blogosfera.

De um acto pessoal ao momento em que se tem consciência de não estarmos sós, escrever um blogue é uma caminhada de longo curso. Para os que resistem, o percurso emocional parece-me exactamente o inverso: começa-se a escrever para que nos leiam mas vamos permanecendo pela vontade simples de escrever, cada vez mais pessoal, mais porque nos interessa fazê-lo. Hoje alegra-me mais não o número de visitas mas descobrir na consulta ao contador de página que tenho visitantes do Brasil e mais além das Américas, do centro da Europa, da Austrália e de Timor. Não são muitos, mas fico a descortinar as razões que aqui os trazem, um a um, e nesse sonhar encontro um sentimento de reencontro com o que torna esta experiência especial.

Notícias recentes apontaram para mais de 70 blogues criados todos os dias em Portugal e mais de 35.000 em actividade. Tem-se escrito sobre a sua importância, o seu significado no contexto dos media, se são ou não jornalismo, se são uma moda ou uma revolução. Acho que são as duas coisas. Goste ou não, o Tchernignobyl escreveu uma coisa que resume bem aquilo que sinto: Por um lado são feitos a custos irrisórios e na sua maioria com paixão, muitos deles para “nada” que não sejam motivos que uma certa caretice travestizada de “racionalidade” descreve como “fúteis”.
E neste debate, a vontade que tenho é colocar-me exactamente nessa posição de escrever para “nada”, não para integrar um movimento ou navegar a onda da contemporaneidade, apenas para abrir páginas de um bloco de notas perdido na areia que outros podem ter gosto em abrir e talvez escrever também. Porque nesse “nada” encontro o mundo de razões que me fazem desejar estar aqui.

3 comentários:

  1. Queria só dizer que sou um dos leitores regulares deste blog. Não leio assim tantos, por isso este é, no meu caso, um eleito.
    Parabéns e obrigado por existires e me ajudares a estimular os neurónios num contexto actualmente tão estupidificante.
    ZM

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  2. "tenho visitantes do Brasil e mais além das Américas, do centro(E NORTE!!!) da Europa, da Austrália e de Timor."

    directamente da Finlândia, uma visitante regular da barriga do arquitecto deseja-lhe os parabéns e votos de uma longa vida "bloguística".

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  3. Sempre que tenho tempo gosto de visitar o teu blog e apesar de ser uma novata neste mundo dos blogs considero que é importante ás vezes podermos falar sobre "nada", porque o nosso "nada" pode ser alguma coisa para alguém...
    Continua!

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