Pulse Park






There’s nothing more exciting than the perfect blend of imagination, architecture and landscape design. The Pulse Park, a public playground located in the Danish town of Ry, is one of those magical places where everything seems to come together perfectly. The project was created by multidisciplinary architecture office CEBRA. Now, I'm sure there are things the mighty nordic peoples of Denmark can't do very well, I just can't seem to figure out what those are...

Elvas, illustrations by André Letria






A beautiful set of illustrations by André Letria, dedicated to the Portuguese city of Elvas. The Garrison Border Town of Elvas and its Fortifications is a Unesco World Heritage Site since 2012, and you can find more about it here.

Castelo Branco Cultural Center



I was fortunate to witness several key-moments in the construction of this beautiful cultural center, designed by Josep Lluís Mateo, and it’s wonderful to see it complete. Visit Mateo Arquitectura to access a gallery of images captured by Spanish-based photographer Adrià Goula and additional info on this project.

Uma década de A Barriga de um Arquitecto

Comecei a escrever este blogue, há dez anos, com uma citação de Richard Feynman: Podemos saber o nome de um pássaro em todas as línguas do mundo, mas no fim, não sabermos nada sobre esse pássaro... Por isso, vamos olhar para o pássaro e ver o que ele está a fazer – é isso que interessa. Eu aprendi bem cedo a diferença entre saber o nome de algo e saber algo.

Sempre me intrigou a forma como construímos as nossas ideias. Aquele lugar por defeito de onde todos partimos com as nossas certezas, tudo aquilo que pensamos saber, tudo aquilo que lemos algures, e de como todas essas certezas nos afastam do mundo. Recordo outra das citações favoritas deste blogue, uma passagem de Terre des Hommes de Exupéry, que mais depressa nos ensina a terra do que todos os livros. Porque nos resiste.

Não sei se escrevo bem, tantas são as vezes em que tropeço nos meus próprios erros, mas sei que escrevo muito melhor do que há dez anos. Hoje não publicaria mais de metade dos textos de então. Hoje não pensaria sequer as mesmas coisas. O blogue mudou-me, e a vida com ele, e com o passar dos anos tornei-me blogger.

Em tempos pensei na vergonha que seria estar ainda a fazer isto a anos de distância. Hoje imagino que se me deixarem um tablet nas mãos estarei, daqui a umas quantas décadas, a blogar, ou talvez já a youtubar, do lar. Com ou sem retorno, com mais ou menos leitores. Se os blogues existem para estabelecer ligações, aprendi também que não existem para chegar a toda a gente. O público que importa é uma pessoa apenas.

Por fim, se existiu um fio condutor nestes dez anos de escrita foi a vontade de traduzir pelas palavras um olhar lúcido sobre as coisas. Falhei redondamente, tantas vezes. Mas o blogue ensinou-me a desconstruir todo um modo de falar, escrever e, acima de tudo, pensar, que se cola a nós como uma segunda pele na passagem pelos corredores da academia. Por vezes, não há maior inimigo da arquitectura do que as palavras.

Christmas Gifs galore


Man With Sparrows, by Thoka Maer.

Here’s everything you need to decorate your blog or website during this holiday season, a collection of highly irreverent Christmas Gifs curated by London-based artist/designer Ryan Todd. The project is now on its second year so make sure not to miss last year’s entries, they’re just as wacky. Via Fast Company.

Eis tudo aquilo que precisam para decorar o vosso blogue durante esta época festiva, uma colecção de Gifs Natalícios promovida pelo artista londrino Ryan Todd. O projecto está agora no seu segundo ano, por isso não percam as imagens igualmente loucas do ano anterior. Via Fast Company.

Parcerias público-privadas à portuguesa



A Brisa Auto-Estradas é visada no relatório Out of Control: The Coast-to-Coast Failures of Outsourcing Public Services to For-Profit Corporations, publicado pela ONG americana In The Public Interest. O documento dá a conhecer um conjunto de más-práticas em matéria de parcerias público-privadas, de cujos contratos resultaram perdas para as entidades estatais e prejuízos para os cidadãos.
A empresa portuguesa detém a concessão da Northwest Parkway, uma auto-estrada circular da cidade de Denver, no Colorado. Segundo o relatório, em 2008, o consórcio interpôs uma acção judicial contra a municipalidade de Denver impedindo o governo local de proceder a melhoramentos numa estrada próxima daquela via rápida.
O contrato, que prevê um período de exploração da infraestrutura por 99 anos, inclui cláusulas que obrigam a entidade estatal a compensar financeiramente a concessionária caso venha a intervir na rede viária próxima ou construir novas estradas que possam afectar a sua rentabilidade.
A cidade vê-se assim impedida de actuar na rede rodoviária envolvente da Northwest Parkway durante quase um século, mesmo que as necessidades dos residentes e os seus padrões de mobilidade se alterem, a não ser que aceite indemnizar o grupo privado. Via Gawker, ZAP.

Eleições à Ordem dos Arquitectos – reestruturação financeira, o tema ausente



As eleições para o mandato 2014-2016 dos órgãos sociais da OA têm lugar num momento particularmente importante da sua história. O orçamento anual da Ordem, resultante do contributo dos seus associados, encontra-se no início de uma curva descendente. Esta circunstância de declínio é particularmente dramática porque resulta de conjunto de alterações estruturais na sua orgânica financeira. No entanto, pese embora a gravidade da situação, o tema parece de todo ausente dos programas das (poucas) listas candidatas.

Verificam-se actualmente diversos fenómenos relevantes na vida da associação. O número de admissões de novos membros começou a decair, situação que tenderá a agravar-se com a diminuição de vagas preenchidas no curso de arquitectura. Por outro lado, o número de pedidos de suspensão de inscrição tem vindo a aumentar significativamente. Segundo os dados divulgados recentemente pela Ordem esta situação exprime uma diminuição real da classe activa, tendo em conta que o número de suspensões é já superior ao número de admissões. O mesmo facto é corroborado pelo decréscimo de certidões requeridas pelos membros.

Estamos assim à beira de um novo ciclo da história da Ordem dos Arquitectos, um tempo que assinala o fim de um paradigma de crescimento orçamental continuado. A isto corresponde também uma transformação profunda da sociologia da profissão. Em uma década, os arquitectos passaram da geração 1000 euros para a geração 700 euros, abeirando-se agora para rendimentos pouco acima do salário mínimo. Assistimos afinal ao deflagrar de um conjunto de factores dramáticos, entre a saturação do mercado de trabalho e o colapso da economia da construção.

Significa isto que o horizonte futuro, independentemente do panache social da profissão de arquitecto, confronta a Ordem com um cenário de representação de uma classe profissional rapidamente a caminho da classe média-baixa. Perante isto, num tempo de “aguenta-aguenta”, a mal fadada actualização de quotas mais não fará do que sublinhar o derradeiro incentivo à suspensão de muitos associados que suportam, já com dificuldade, o actual valor de quotização, alavancando negativamente o rácio entre suspensos e novos inscritos.

O novo mandato que agora se incia é, forçosamente e por todas estas razões, o mandato da reestruturação financeira. O atrofiamento inevitável dos recursos financeiros da Ordem irá ditar essa necessidade e obrigará a tomar decisões difíceis. Este é o tema mais importante que envolve o presente acto eleitoral. A questão, no entanto, não é sequer abordada nos programas das listas candidatas.

Entre o enunciar de lugares comuns, ideias tantas vezes repetidas e chavões despidos de significado ou consequência, o silêncio em torno deste problema revela inconsciência, falta de vontade e determinação para enfrentar uma conjuntura tão difícil. Certo é que não haverá forma de o evitar. Ou as futuras direcções lideram este processo, tomando medidas inéditas, por ninguém desejadas, mas fundamentais, ou seguirá a reboque das circunstâncias.

Está em causa um debate profundo e urgente em torno da defesa da missão essencial da Ordem dos Arquitectos, que reflectisse seriamente sobre muitas das suas actividades secundárias, sobre a sua orgânica regional, sobre a estrutura patrimonial e outras áreas com relevante impacto financeiro. É esse debate que teima em não existir.

Quotas – mais do que uma questão jurídica, uma questão política

O recente comunicado do Conselho Directivo Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos sobre os processos de cobrança coerciva levantados a um número expressivo de associados permite conhecer em detalhe o enquadramento jurídico da questão mas falha naquilo que deveria ser uma leitura política do problema.

A Ordem dos Arquitectos é uma associação profissional. Representa pessoas. Tem, aliás, o dever de representar, em primeiro lugar, aqueles que na nossa profissão se encontram em situação de maior vulnerabilidade em consequência de crise que estamos a viver.

De uma empresa de seguros, de telecomunicações, de energia, não esperaremos outra coisa que não seja o trato escrupulosamente jurídico junto dos seus clientes, na defesa do seu interesse próprio – e, mesmo nesse contexto, trata-se de uma actuação tantas vezes criticável. Mas de uma associação representativa de uma classe profissional temos o direito de esperar e exigir mais.

Poderemos defender que a ausência de uma cláusula no regulamento de quotas contemplando a suspensão automática dos associados, em caso de falta de pagamento muito prolongada, constitui uma falha desse documento. Uma falha pela qual os associados não devem ser penalizados, em particular quando estão em causa situações de acumulação de dois, três e mais anos de dívidas.

Mas, acima de tudo, a questão é eminentemente política. Não basta dizer que a OA é sensível à actual conjuntura socioeconómica dos seus membros, é preciso traduzir essa sensibilidade em factos tomando decisões que atestem a excepcionalidade desta conjuntura.

A decisão de processar colectivamente associados nesta situação revela insensibilidade e falta de vontade política para encontrar, em tempo útil, soluções alternativas. É chocante ver a Ordem utilizar a força dos seus recursos institucionais para confrontar aqueles que se encontram numa situação mais vulnerável. Esta actuação é um erro que nada mais faz do que contribuir para a sensação de distanciamento que muitos arquitectos têm já para com a sua instituição – um facto que a Ordem não deve de todo ignorar e de que poderão vir a resultar consequências ainda mais graves no futuro.

Por todas estas razões, deve a Ordem dos Arquitectos promover uma resposta rápida à situação entretanto criada, desistindo destes processos judiciais, declarando a suspensão da inscrição destes associados e amnistiando estas dívidas acumuladas. Porque os fins não justificam todos os meios.

Quotas – Comunicado da Ordem dos Arquitectos

O Conselho Directivo Regional Sul da Ordem dos Arquitectos publicou o seguinte comunicado sobre a questão das quotas. Segue-se a redacção, que pode ser igualmente lida e descarregada aqui.

QUOTAS – COMUNICADO AOS MEMBROS

Na sequência de um conjunto de notícias recentemente publicadas nos media e do consequente impacto destas nas redes sociais, referente à metodologia de cobrança de quotas aplicada pela Ordem dos Arquitectos - Secção Regional do Sul (OA-SRS) cumpre-nos, a título de esclarecimento, informar, por este meio, os nossos membros do seguinte:

A OA-SRS contacta trimestralmente com os arquitectos que têm a sua situação de quotização por regularizar através de todos os meios que tem ao ser dispor (carta, telefone e e-mail), que são fornecidos pelos próprios e da sua responsabilidade manter actualizados. Quando a dívida é superior a uma quota anual, o processo é remetido para o Conselho Regional de Disciplina do Sul para que este órgão actue em conformidade com o Estatuto da Ordem dos Arquitectos (EOA) e demais regulamentos.

De acordo com o Regulamento de Quotas em vigor, no seu artº 5º | Consequência do Não Pagamento de Quotas, lê-se:

1. O Membro Efectivo que não proceda ao pagamento atempado do valor da quota fica obrigado à liquidação dos respectivos juros de mora, calculados à taxa supletiva legal.

2. O Membro Efectivo que tiver em falta o pagamento de uma prestação trimestral não tem direito a:

1. a) Receber as publicações da Ordem;

2. b) Beneficiar dos serviços prestados aos Membros Efectivos da Ordem que se mostrem condicionados ao pagamento pontual da quota.

3. Sem prejuízo do processo de cobrança coerciva, o respectivo Conselho Directivo Regional deve participar disciplinarmente junto Conselho Regional de Disciplina competente do Membro Efectivo que tiver em falta o pagamento de quatro prestações trimestrais da quota.

Esgotadas todas as tentativas de celebração de acordo de pagamento faseado para regularização da dívida, e atingidas pelo menos 3 quotas anuais por regularizar, não existe outro recurso legal para a OA-SRS actuar que não seja a resolução por via contenciosa.

No ano de 2013, dos cerca de 3.500 processos de dívida em curso na OA-SRS, 380 avançaram para contencioso e 97 terminaram, inevitavelmente, em execução. O processo contencioso inicia-se com um contacto por parte do advogado, numa tentativa última de acordo entre as partes. A todo e qualquer momento do processo, caso não esteja a exercer os actos próprios da profissão, o arquitecto pode solicitar a suspensão da sua inscrição na Ordem dos Arquitectos (OA), evitando a acumulação de dívida.

O EOA e demais regulamentos em vigor não permitem a suspensão de inscrição de um arquitecto por decisão unilateral da OA, por motivos de não pagamento de quotas. A aceitação do pedido de suspensão é deferido pela OA a pedido do próprio arquitecto, caso não esteja a exercer os actos próprios da profissão.

A quota anual da OA é de 190,00€. Este valor não é alterado desde 2004. A referida quota pode ser liquidada anual ou trimestralmente e mediante a modalidade de pagamento que optem, os arquitectos podem beneficiar de diversos descontos (10% no pagamento em tranche única - 171,00€/ano, ou 5% no pagamento por débito directo -180,50€/ano)). Além disso, de acordo com o actual Regulamento de Quotas, durante os primeiros cinco anos de inscrição na OA, os arquitectos beneficiam automaticamente de um desconto de 20% na quota anual (152,00€/ano).

Anualmente, em Assembleia Geral, é apresentado o Orçamento geral para o ano seguinte, bem como o relatório de contas do ano anterior desta instituição. Nestes actos públicos, os arquitectos presentes apreciam e votam os documentos nos quais se espelha a actividade da OA no âmbito nacional e regional. Posteriormente, estes documentos são disponibilizados em todos os websites da OA para que os membros os possam consultar.

Analisando os últimos anos de actividade, no que se refere à OA-SRS, verifica-se a seguinte evolução:

- o número membros efectivos com inscrição activa aumentou de 9.352 em 2010 para 10.386 em 2013;

- o número de admissões de novos membros reduziu de 430 em 2010 para 306 em 2013;

- o número de Arquitectos Estagiários reduziu de 463 em 2010 para 414 em 2013;

- o número de pedidos de suspensão de inscrição em 2010 foi de 304 e em 2013, até dia 1 de Dezembro de 2013, foi de 617. Actualmente, existem um total de 2.558 arquitectos com a inscrição suspensa na OA-SRS, dos quais 294 têm a situação de quotização por regularizar;

- dos actuais 10.386 membros efectivos com a inscrição activa, 3.233 encontram-se com a situação de quotização por regularizar;

- a soma dos custos estruturais teve uma redução de 20% de 2010 para 2013.

Verifica-se o aumento do número de membros, a par com a diminuição do número de admissões e arquitectos estagiários. Assiste-se hoje em dia a uma diminuição da classe activa, dado que o número de suspensões é superior ao número de admissões. Com base neste cenário, e considerando que servir um elevado número de arquitectos implica um reforço dos meios humanos e tecnológicos disponíveis, as direcções da OA-SRS, ao longo destes últimos anos, têm desenvolvido todos os esforços ao seu alcance na procura constante de uma maior eficiência e menor despesa no seu funcionamento, regulando a profissão, defendendo a arquitectura e servindo os arquitectos.

Interessa-nos estimular o debate de ideias e a discussão em torno de todos os temas que afectam os arquitectos e arquitectura. Como é do conhecimento de todos os Arquitectos, encontra-se em curso o processo de revisão do EOA e, consequentemente, a revisão dos demais regulamentos, incluindo o de quotas.

A OA-SRS, sensível à actual conjuntura socioeconómica dos seus membros, da crise que o sector da construção atravessa e que afecta directamente os arquitectos e a arquitectura, tem defendido a urgente revisão do EOA e demais regulamentos. Acreditamos que, num futuro próximo, este objectivo será alcançado, salvaguardando a integridade económica dos seus membros, na certeza que continuaremos a contribuir com a nossa posição junto do Conselho Directivo Nacional, órgão responsável pela revisão e aprovação deste tipo de documentos.

No imediato, e no enquadramento hoje possível, a OA-SRS tem tentado encontrar, dentro das obrigações a que está legalmente sujeita, soluções no sentido de minimizar o impacto que a situação de incumprimento acarreta, seja para o arquitecto, seja para a sustentabilidade económica e financeira da instituição.

O Conselho Directivo Regional do Sul

Ordem dos Arquitectos penhora por quotas – uma opinião


Segundo a Ordem dos Arquitectos Portugueses “dos cerca de 3800 processos de dívida, 97 terminaram, inevitavelmente, em execução”.

A Ordem dos Arquitectos tem em curso 259 acções judiciais por falta de pagamento de quotas, das quais 97 terminaram em execução de penhoras de salários e bens. No total, o número de processos de dívida dos associados ascende aos 3800 casos. A notícia, publicada pelo Correio da Manhã no passado dia 7 de Novembro, foi partilhada e comentada nas redes sociais por vários arquitectos, motivando a emissão de um esclarecimento formal da parte do Conselho Directivo Regional Sul da OA (disponível na íntegra aqui). No essencial, a declaração expõe o seguinte:

A OA-SRS contacta trimestralmente com os arquitectos que têm a sua situação de quotização por regularizar através de todos os meios que tem ao ser dispor (carta, telefone e e-mail), que são fornecidos pelos próprios e da sua responsabilidade manter actualizados. Quando a dívida é superior a uma quota anual, o processo é remetido para o Conselho Regional de Disciplina do Sul para que este órgão actue em conformidade com o Estatuto da Ordem dos Arquitectos (EOA) e demais regulamentos. Esgotadas todas as tentativas de celebração de acordo de pagamento faseado para regularização da dívida, atingidas 3 quotas anuais por regularizar, não existe outro recurso legal para a OA-SRS actuar que não seja a resolução por via contenciosa. No entanto, o processo contencioso inicia-se com um contacto por parte do advogado, numa tentativa última de acordo entre as partes. Dos cerca de 3800 processos de dívida, 97 terminaram, inevitavelmente, em execução. A todo e qualquer momento do processo, caso não esteja a exercer os actos próprios da profissão, o arquitecto pode solicitar a suspensão da sua inscrição na OA, evitando a acumulação de dívida.

O EOA e demais regulamentos em vigor não permitem a suspensão de inscrição de um arquitecto por decisão unilateral da OA, por motivos de não pagamento de quotas. A aceitação do pedido de suspensão é deferido pela OA a pedido do próprio arquitecto, caso não esteja a exercer os actos próprios da profissão. A quota anual da Ordem dos Arquitectos é de 190,00€. Este valor não é alterado desde 2004. A referida quota pode ser liquidada anual ou trimestralmente e mediante a modalidade de pagamento que optem, os arquitectos podem beneficiar de diversos descontos.

Como é do conhecimento de todos os Arquitectos, está curso o processo de revisão do EOA e, consequentemente, a revisão dos demais regulamentos, incluindo o de quotas. A OA-SRS, sensível à actual conjuntura sócio-económica dos nossos membros, da crise que o sector da construção atravessa e que afecta directamente os arquitectos e a arquitectura, tem defendido a urgente revisão deste regulamento e a possibilidade de inclusão da figura da "suspensão por incumprimento". Acreditamos que, num futuro próximo, este objectivo será alcançado, salvaguardando a integridade económica dos seus membros. No imediato, e no enquadramento hoje possível, a OA-SRS tem tentado encontrar, dentro das obrigações a que está legalmente obrigada, soluções no sentido de minimizar o impacto que a situação de incumprimento acarreta.

O Conselho Directivo Regional Sul da Ordem dos Arquitectos

Estas declarações merecem reflexão e motivam um conjunto de questões. O CDRS afirma que “o EOA [estatuto da ordem] e demais regulamentos em vigor não permitem a suspensão de inscrição de um arquitecto por decisão unilateral da OA, por motivo de não pagamento de quotas”, sendo a solução remetida para um “futuro próximo”. Importa interrogar qual a dificuldade em introduzir uma nova norma ao regulamento de quotas da ordem, efectivando que a falta de pagamento por um período alargado de tempo (12 ou 18 meses) signifique a suspensão automática da inscrição – acrescida da eventual necessidade de pagamento de uma taxa adicional aquando da sua reactivação. O modo indefinido com que se aborda a solução do problema parece evidenciar pouca vontade e insensibilidade perante a situação dos associados, mais do que uma verdadeira dificuldade formal em proceder ao aditamento do actual regulamento.

Por outro lado, parece questionável – e até duvidoso no plano jurídico – que a OA considere válidas (ou seja, em efeito pleno) as inscrições de pessoas com falta de pagamentos acumulados em mais de dois ou três anos, mesmo não existindo uma cláusula específica no regulamento para esse fim.

Importa considerar que a falta de pagamento de uma prestação faz com que a OA deixe de emitir a declaração semestral comprovativa de inscrição na ordem, impedindo os arquitectos de submeter projectos nas entidades licenciadoras. Para efeitos práticos, o membro da ordem com as suas quotas em atraso tem igualmente os seus direitos (compreensivelmente) diminuídos, ou seja, parcialmente suspensos. No entanto, para efeitos de cobrança e acumulação de dívidas ad aeternum, a OA já parece considerar a sua inscrição plenamente válida.

É certo que os associados podem requerer a suspensão da sua inscrição em qualquer momento. E que muitas destas situações decorrem da falta de informação e desatenção continuada dos respectivos membros. Mas isso não deixa de confrontar a OA perante o significado, real, simbólico e político, das suas deliberações.

Temos assim que, por um lado, a OA se declara impotente para declarar a suspensão unilateral da inscrição dos associados, por falta de pagamento continuado, devido à ausência de enquadramento regulamentar. No entanto, para proceder judicialmente contra estes com processos de execução e penhora de bens, a OA já se considera legitimada no plano legal.

Não estando em causa a eventual legitimidade jurídica desta actuação, ainda assim discutível, não deixa de ser questionável a sua legitimidade ética.

Todo este debate se prende, também e inevitavelmente, com o valor da quota anual, fixada em 190,00€. A OA afirma que as quotas não são alteradas desde 2004, argumento a que recorre com alguma regularidade. No entanto, também é verdade que o número de membros inscritos nunca deixou de aumentar de forma crescente, devido ao número de novos licenciados em arquitectura, pelo que a base de quotização nunca deixou também de aumentar.

O que está efectivamente em causa é a necessidade de baixar o valor da quota, tendo em conta o seu valor expressivo e considerando que os próprios arquitectos têm vindo a assistir a uma redução de rendimentos pesada nos últimos anos.

Deixo o meu exemplo pessoal enquanto técnico superior da função pública, condição que partilho com grande número de arquitectos, testemunhando que a nossa redução de rendimentos nos últimos anos se fixa entre os 15% e os 20%. O rendimento líquido mensal deste conjunto de profissionais é hoje igual ao dos vencimentos de 2006, com a agravante que em 2013 o salário inclui a diluição de 1/12 de um subsídio de férias. Explicado de forma simples, os técnicos superiores recebiam em 2006 o mesmo que recebem hoje, com mais dois subsídios de férias, recebendo agora esse valor e apenas um subsídio de férias adicional – e este último por força da decisão do Tribunal Constitucional.
Temos assim que a redução do valor de um subsídio de férias corresponde a uma perda de 7% do vencimento, acrescendo a incidência da inflacção por um período de 7 anos.

Quanto aos nossos colegas do sector privado podemos apenas supor que, na generalidade, pior será a sua redução de rendimentos, para além de todos aqueles que hoje se encontram sem actividade.

É também por esta conjuntura que a postura formal da OA em relação a estes incumpridores se afigura tão desproporcionada e eticamente questionável.

Exprimindo a minha opinião pessoal, que sujeito a todas as críticas, entendo que a OA devia alterar com absoluta urgência esta situação, declarando a suspensão imediata destes associados e amnistiando estas dívidas acumuladas.

Enviei por correio electrónico estas interrogações ao Conselho Directivo Regional Sul da Ordem dos Arquitectos no passado dia 22 de Novembro, não tendo ainda sido possível a este órgão efectuar o seu esclarecimento ou apresentar o seu ponto de vista. Fica, no entanto, aberto o debate, aqui no blogue, a todos os que quiserem participar.

Certificar é preciso


O processo de certificação energética de um pequeno apartamento, que custa no Reino Unido cerca de 72 euros, custa 250 euros em Portugal.

É verdade que a Directiva Europeia de Desempenho Energético de Edifícios (EPBD), redigida em 2002 e revista em 2010, exige aos estados membros a introdução de legislação no sentido de assegurar que a venda ou aluguer de edifícios seja acompanhada da emissão prévia de um certificado energético. No entanto, nada nessas normas obriga à instituição dos pesados valores de multa – que vão dos 250 aos 45 mil euros – que o Estado Português agora decidiu deliberar contra os proprietários que publicitem os seus imóveis e não tenham a respectiva certificação.

Pelo contrário, as recomendações da Comissão Europeia nesta matéria vão no sentido de promover o esclarecimento dos cidadãos, através de campanhas de sensibilização, com vista a melhorar a sua confiança nas vantagens da certificação e do apuramento da classe energética das suas casas – ver o estudo Energy performance certificates in buildings in their impact on transaction prices and rents in selected EU countries, de 20 de Junho de 2013.

Neste documento a Comissão sublinha que a eficácia das políticas nacionais depende de factores diferentes de país para país, relevando a importância de estabelecer incentivos, fiscais ou outros, à certificação energética. A título de exemplo, o Reino Unido estabeleceu desde 2011 um programa de estímulo que permite aos cidadãos financiarem os trabalhos de melhoramento energético das suas habitações, recebendo um apoio do Estado que é posteriormente reembolsado em prestações através da conta da electricidade ou do gás, a um custo nunca superior ao valor estimado das poupanças obtidas.

Contrariamente a outros países europeus Portugal escolhe reforçar a via punitiva, colocando sobre os proprietários de casa para venda ou arrendamento a ameaça de aplicação de multas pesadas em caso de incumprimento. É mais um exemplo do modo como o Estado se relaciona com os agentes privados, alheio à necessidade de estabelecer a confiança e a mobilização do público, antes optando pela atitude persecutória e castigadora.

Mas o caso é, infelizmente, bem mais grave. O sistema de certificação energética, benévolo nos seus princípios, tornou-se em Portugal um caso de oportunismo e exploração dos cidadãos. É injustificável que os processos de certificação energética custem, no nosso país, cerca de 250 euros (para um T0 ou um T1), quando o mesmo procedimento custa, no Reino Unido, 60 libras (72 euros) – não ultrapassando o valor de 120 libras no caso de uma residência de maiores dimensões.

Igualmente grave é o modo como o Estado Português faz ainda incidir sobre estes processos taxas elevadas como forma de subsidiar a entidade certificadora. As multas agora legisladas pelo Estado são, aliás, uma forma de abrir um novo filão de financiamento estatal, perseguindo os cidadãos e evitando-se a uma necessária reforma da sua infraestrutura burocrática.

Os preços desproporcionados e as taxas que incidem sobre estes procedimentos são custos intermédios pesados e inúteis que se fazem incidir sobre o mercado da construção, venda e arrendamento de habitação, dos quais não se extrai qualquer valor ou vantagem. Pelo contrário, constituem mais factor de agravamento na recuperação da nossa economia. Como sempre, o país acaba por fazer, em nome dos melhores princípios, as piores práticas.

The steps of Punta Pite









Punta Pite, landscape architecture by Teresa Moller. Don’t miss the beautiful video of this project directed by Pablo Casals-Aguirre, available here.

Space. Again…



It turns out you don’t have to wait for Elysium to indulge yourself with the ultimate space experience, right here on Earth. Yes, ladies and gentlemen, there is a Space-themed hotel, with robots and everything. I’m not going to lie… I would definitely spend a night in one of those individual capsules, although I'd rather stay in the captain’s quarters. Via Kotaku.

Parece que já não é preciso esperar pela estação orbital Elysium para nos aventurarmos na derradeira experiência intergaláctica, aqui na Terra. Sim, senhoras e senhores, existe um Hotel espacial, com robôs e tudo. Fica na China. Via Kotaku.

Space Stations galore…



A follow-up to yesterday’s post, here’s the link to an outstanding image gallery I used for reference featuring many examples of fictional space stations, a Pinterest collection kept by sci-fi enthusiast John Day. He has other albums on the subject of science-fiction so make sure to visit his main page for more. The gallery dedicated to Future Cities is an absolute must-watch.

Na continuidade do post de ontem deixo a ligação para uma galeria de imagens que usei como referência, incluindo muitos exemplos de estações espaciais imaginárias, uma colecção mantida no Pinterest por um entusiasta da ficção científica chamado John Day. Não percam os seus outros álbuns dedicados a este tema, em especial uma galeria sobre cidades do futuro, absolutamente a não perder.

The Architect’s Guide to Life in Outer Space



The Architect’s Guide to Life in Outer Space is my first article for Architizer. A tongue-in-cheek essay about some of the best science fiction space stations you can choose from, to live long and prosper…

The Architect’s Guide to Life in Outer Space é o meu primeiro artigo para o Architizer. Um ensaio ligeiro sobre algumas das melhores estações espaciais da ficção científica, para viver longamente e prosperar…

Light the pepperoni



Your week won’t be complete before watching this light installation entirely made of… pepperoni! It’s pretty low cost, and… eatable? Proposed by Luzinterruptus for A di Città, a local festival in Rosarno, Italy.

A vossa semana não estará completa sem verem esta instalação luminosa inteiramente feita de… pimentos! É muito low-cost e… comestível? Uma proposta do grupo de artistas anónimos Luzinterruptus para o festival local de Rosarno A di Città, em Itália.

Fit for architects: your portable ego container



Okay, I know these two are completely unrelated but I just couldn’t help it. The image above is a picture of two creative designers wearing a Diving Bell, a cardboard headpiece used to explore the outside world in search of new ideas (via Designboom). It just occurred to me that something similar should be used as a portable ego container, and that it should be mandatory for architects to wear it when communicating with clients and the general population. And on that topic, I’ve just spotted an older post by Bob Borson on The Architect’s Ego that I recommend to everyone.

Eu sei que não existe aqui relação mas não consegui resistir. A imagem acima é um retrato de dois designers a usar um capacete de cartão chamado Diving Bell, recomendado para a exploração do mundo exterior em busca de novas ideias (via Designboom). Ocorreu-me apenas que algo semelhante devia ser utilizado como contentor portátil do ego, e que devia ser de utilização obrigatória para arquitectos em momentos de comunicação com clientes e com o público em geral. Nesse mesmo tópico, passei por um texto mais antigo do Bob Borson sobre isto mesmo; a ler, The Architect’s Ego.

100,000 Stars



100,000 Stars is an interactive map of the Milky Way galaxy, and guess what, it’s full of stars. No starship required, your browser will do. And if you’re looking for your daily dose of astronomical inspiration, make sure to watch the latest version of Carl Sagan’s The Pale Blue Dot. Spoiler: Mariah Carey is in it. Via io9.

100,000 Stars é um mapa interactivo da Via Láctea e, como podem imaginar, está cheio de estrelas. Não é necessária nave espacial, o vosso browser da internet é suficiente. Caso estejam à procura da vossa dose diária de inspiração astronómica, não percam também a última versão do famoso discurso The Pale Blue Dot de Carl Sagan. Via io9.

Momento geek



Eis o tipo de aborrecimentos que pode acontecer quando se tenta deslocalizar um meteorito luzidio caído na obra com o auxílio de um bulldozer. É o horror no estaleiro. Operários da construção, engenheiros, arquitectos, temam pelas vossas vidas. Este é o… Killdozer! Via Through the Shattered Lens (onde podem ver na íntegra o telefilme original com data de 1974).

Here’s the kind of trouble you may get into while trying to relocate a glowing meteorite from your construction site with a bulldozer. Construction workers, engineers, architects, run for your lives! It’s… Killdozer. Via Through the Shattered Lens.

Iwan Baan no TED



Na continuidade do post anterior, eis uma conferência de Iwan Baan publicada ontem na plataforma TED, dando a conhecer o trabalho documental que tem acompanhado o seu percurso enquanto fotógrafo profissional de arquitectura.

In the center of Caracas, Venezuela, stands the 45-story "Tower of David," an unfinished, abandoned skyscraper. But about eight years ago, people started moving in. Photographer Iwan Baan shows how people build homes in unlikely places, touring us through the family apartments of Torre David, a city on the water in Nigeria, and an underground village in China. Glorious images celebrate humanity's ability to survive and make a home -- anywhere.

Arquitectura sem arquitectos



A história da ocupação espontânea da Torre David, um edifício inacabado de 45 pisos que se ergue no centro de Caracas transformado em comunidade vertical anárquica, contada e registada pelo fotógrafo de arquitectura Iwan Baan. Via Mirage Studio 7, Dezeen.

Favela painting project



Os artistas Jeroen Koolhaas e Dre Urhahn, naturais dos Países Baixos, tem vindo a promover diversas intervenções artísticas nas favelas do Rio de Janeiro desde 2005. Agora resolveram lançar um grande projecto de cariz comunitário com vista a rebocar a pintar uma grande extensão de encosta construída, fazendo da arte um ponto de partida para estimular o diálogo e a reflexão sobre as dinâmicas sociais que ali habitam. Chama-se Favela Painting e está a recolher apoios no Kickstarter. Via Designboom.



It is our dream to paint an entire hillside favela and create a social artwork of epic size. Spreading pride and optimism, creating jobs and attracting attention in a positive way. Local people will be hired and trained, hundreds of houses plastered and painted, an entire neighborhood mobilized to transform their own community into an artwork that will become a monument for the people in the favelas of Brazil. The Favela Painting organization is independent, works with a local base and hopes to finance this amazing project through crowdfunding, making it a true community project! Please help to realize this dream!

Vias de desenvolvimento



A ler o artigo Qualidade Quantidade, por João Athayde e Melo, sobre o processo de desenvolvimento urbano de Maputo. Um retrato das carências e das potencialidades em presença na capital de Moçambique e, acima de tudo, um alerta para os perigos que enfrentam os países emergentes ao seguirem estratégias de sobreaquecimento económico assente em megaprojectos de prioridade duvidosa, repetindo modelos testados e fracassados em alguns dos países mais desenvolvidos. No Jornal Arquitectos.

Other places…



Other Places celebrates the captivating beauty of video game worlds. The latest episode features the imaginary state of San Andreas, the virtual territory of Grand Theft Auto V, taking you on a tour of Los Santos and its surrounding countryside areas. Created by YouTube user Ultrabrilliant this series presents a striking observation of these conceptual landscapes, capturing their complexity of detail and their beauty as a whole. Don’t miss some of the other fictional landmarks featured in previous entries such as City 17 (Half Life 2), Columbia (BioShock Infinite), Dunwall (Dishonored) and Empire Bay (from Mafia II), among many others. Via Fast Company.

On budget

Coffee With An Architect tells you everything you need to know to circumvent that budget crisis.

Are you not entertained?

O episódio menor da gaffe do programa Quem Quer Ser Milionário, para lá do frisson instantâneo no Facebook, não deixa de conter uma mensagem curiosa sobre a natureza da televisão. A defesa débil avançada pelos responsáveis do concurso, considerando uma gralha repassada na internet como justificação para validar um provérbio que não existe, dá-nos conta da distância que separa os produtores do sentido ético que deveria actuar em defesa da concorrente, em primeiro lugar, no que mais não seria do que o reconhecimento de um erro irrelevante e ocasional. Desta forma acabam por revelar como a lógica operacional da televisão se sobrepõe não apenas ao interesse individual dos participantes mas também ao seu interesse próprio, comprometendo de forma fútil o nome (a marca) de um programa com vários anos de existência em apenas alguns dias.

Vale a pena recuperar a referência cinéfila de Quizz Show, dirigido por Robert Redford, que fazia um retrato das lógicas que orientam a produção de um concurso que é, afinal de contas, nada mais do que uma peça de entretenimento televisivo. Não se trata de estabelecer uma correlação directa entre a manipulação que nos conta o filme e o erro casual que se pôde verificar no programa. Trata-se apenas de constatar que estão em causa entendimentos semelhantes de programa de televisão enquanto produto motivado pela busca de audiências.
É o público que presume, por estar perante um concurso sobre “cultura geral” feito com concorrentes e com regras, estar a assistir a um evento de interesse público regido pelo rigor ético e pela justiça de “leis” que protegem aquelas pessoas. Em boa verdade os concorrentes são apenas a matéria-prima passageira de um jogo onde o público se entretém a ver passar o dinheiro. Na sua lógica, até a polémica é tida como desejável. Afinal de contas, não estão a sentir-se entretidos?

Ross Langdon, um testemunho



Ross Langdon dedicava-se a desenvolver projectos de potencial turístico em locais ambientalmente sensíveis, integrando a participação comunitária e o respeito pelo enquadramento social. Este jovem arquitecto nascido na Tasmânia estava actualmente a participar em diversos projectos culturais de pequena escala em países como o Uganda, o Ruanda e a Tanzânia. Foi uma das vítimas mortais do ataque a um centro comercial em Nairóbi, no Quénia, no passado dia 21, conjuntamente com a sua companheira Elif Yafuz. Este é um testemunho do seu trabalho, registado numa conferência TEDx em 21 de Setembro de 2012. Via TED Blog.

Bitte Lebn


Álvaro Siza, Bonjour Tristesse, Berlin, Germany, 1984.

A graffiti painted on the top of Álvaro Siza’s iconic residential project known as Bonjour Tristesse. The building was part of the Internationale Bauausstellung that took place in 1984, promoting the construction of several new housing projects in the city of Berlin by architects from different parts of the world. Bitte Lebn means Please live. Via 2 Dedos de Conversa.

10 STORIES OF COLLECTIVE HOUSING


10 STORIES OF COLLECTIVE HOUSING is a new book from a+t architecture publishers. Scroll down to read this text in English.

Uma parte importante da história do modernismo reflecte-se sobre os edifícios de habitação social e colectiva. A popularidade crescente desta corrente de pensamento durante a primeira metade do século vinte e os problemas urbanos prementes que se seguiram à Segunda Guerra Mundial tornaram a arquitectura e o planeamento moderno uma resposta predominante sobre as carências enfrentadas por muitas cidades, particularmente na Europa.

Ainda que a desornamentação, a estandardização e a introdução de processos de construção industrial se tenham revelado aspectos marcantes deste período, verificaram-se muitas abordagens diferentes ao desenho de tipologias comunitárias de habitação. Ideias divergentes de sociedade, de vida moderna e progresso geraram manifestações muito diversas sobre o ambiente construído. Algumas destas construções resistiram ao teste do tempo, algumas mudaram profundamente no decurso de décadas e outras ainda viriam a ser demolidas.


Michiel Brinkman, Justus Van Effen Complex, Rotterdam, The Netherlands, 1919-1922.


Ralph Erskine, Byker Regeneration, Newcastle-upon-Tyne, United Kingdom, 1969-1982.

10 STORIES OF COLLECTIVE HOUSING conta a história de alguns destes importantes edifícios através da análise das suas características conceptuais e dos traços mais marcantes da vida dos seus autores. O livro apresenta trabalhos de figuras influentes tais como Jean Renaudie, Ralph Erskine, Ignazio Gardella, Fumihiko Maki, Fernand Pouillon, entre outros. Os seus projectos são apresentados e detalhados através de imagens e esquemas gráficos, sendo igualmente relacionados com outros projectos que se lhes seguiram. Esta abordagem original permite ao leitor compreender melhor o impacto destas obras de arquitectura através do tempo e a sua influência sobre projectos contemporâneos.

A ascensão e a queda de alguns destes exemplos de arquitectura habitacional colectiva do modernismo contam-nos a história dos sonhos e das esperanças de uma era motivada pelo optimismo e a ambição, com um sentido de responsabilidade social e o desejo de mudar o mundo. De igual modo, revela-nos o quanto mudámos enquanto sociedade, levantando questões sobre o futuro do ambiente construído e a nossa perda de confiança colectiva no planeamento e no domínio efectivo dos múltiplos processos que conduzem a sua transformação. De uma forma ou de outra, a arquitectura do nosso tempo e o futuro das nossas cidades estará para sempre ligado a estas obras marcantes do passado e à herança de cultura e conhecimento que encontramos nas suas muitas histórias.
Visitem o sítio web da a+t para mais informação sobre este livro e outras publicações .

A significant part of the history of modernism is reflected in collective and social housing buildings. The growing popularity of the architectural movement during the first half of the twentieth century and the pressing urban needs that followed the Second World War made modern architecture and planning a prevalent answer to the urgent problems faced by many cities, particularly in Europe.

Although purity of form, standardization and the introduction of industrialized construction processes were defining aspects of the architectural production of this period, there were many different approaches to the design of communitarian typologies of housing. Diverging ideas about society, modern living and progress generated a distinctive range of manifestations in the built environment. Some of these constructions survived the tests of time, some changed profoundly in the course of decades and others were simply pulled down.



Fumihiko Maki, Hillside Terrace, Tokyo, Japan, 1967-1998.


Fernand Pouillon, Résidence du Point du Jour, Paris, France, 1957-1963.

10 STORIES OF COLLECTIVE HOUSING tells the story of some of these important buildings through the elaborate analysis of its conceptual features and the depiction of its authors. The book presents the works of influential figures such as Jean Renaudie, Ralph Erskine, Ignazio Gardella, Fumihiko Maki, Fernand Pouillon, among others. Their projects are not only portrayed through extensive schematic designs but they’re also associated with other works that preceded them. This original approach allows the reader to better comprehend the impact of these architectural masterpieces through time, including in recent 21st century designs.

The ascension and demise of modernist housing buildings tells us the story of the hopes and dreams of an era fueled by optimism and ambition, conducted by a strong sense of social responsibility and the will to change the world for the better. It also tells us how much we have changed as a society, raising questions about the future of our built environment and our collective loss of faith in planning and controlling the multiple processes that guide its transformation. In one way or another, the architecture of our times and the future of our cities is forever linked with the masterpieces of the past and the heritage of culture and knowledge that we can find in their stories.
Visit a+t architecture publishers for additional information on this book and other publications.

What if Peter Zumthor was one of us?


Peter Zumthor is not one of us. Conrad Newel is about to find that out the hard way.

The following post was originally written as a comment on Dear Architecture Journalists: Stop Worshipping Peter Zumthor, published on Architizer by opinions contributor Conrad Newel.

Well, you sir, are just begging for trouble!

This is actually a profoundly relevant topic. As for trying to assertively discuss it on the internet... well... good luck with that!

There is, of course, a problem with the use of the word "architect". Peter Zumthor is an architect. I am an architect. Therefore I could conclude that "I am like Peter Zumthor".
I would be wrong. Just because we use the same words doesn't mean we are talking about the same things. Peter Zumthor openly claims that he is not a service provider. He doesn't work to comply with the promoter's needs or wishes and he is proud of his uncompromising nature.
No, Peter Zumthor is not one of us.

Of course, I'm not going to say that being uncompromising is a virtue or an evil. I will say that it is questionable. I would recommend the documentary "Peter Zumthor - Der Eigensinn des Schonnen" (although it is very difficult to find it nowadays) to witness some of the implications, both good and bad, of that approach to the field of architecture, and how it impacts other people.

The problem with the deification of an architect - or anyone for that matter - is that it narrows down and eventually shuts the possibility of debate. The pernicious aspect of having this cult status being promoted by architectural institutions and media - and when I say media I'm talking about critics that often have ties to official associations and academies - is that it becomes an obstacle to an open and healthy debate about architecture.

The corresponding symptom to that ill environment can be witnessed on these comments already. A possible debate gets shattered, not because the arguments raised are questioned, but because they were replaced by a lawyer type approach where (1) the author's credibility is questioned and, once that is done, (2) any argument presented is deemed irrelevant. A known way of sidestepping any discussion.

Keep in mind that Peter Zumthor's quality as an architect is not being questioned here - although it could, why not? But this is true all around the world. Every nation has its set of highly reverenced architects. If, for watever reason, one of their works becomes controversial, architectural institutions and critics will often close ranks in defense of "the architect", whose personal qualities or overall body of work are not being questioned, to minimize the debate around "the building".

That is why you will have great difficulty finding architects openly questioning buildings such as Calatrava's City of Arts and Sciences, Peter Eisenman's City of Culture of Galicia, Zaha Hadid's Zaragoza Bridge Pavilion, and so on, and so on. And if you are an architect and you question these buildings, trust me, doors will shut on you, and you will be on your way to become an outcast.

The real issue here, therefore, is that the glorification of architects is detrimental to a democratic environment where ideas, including architecture, can be questioned through rational considerations from which we can all learn and evolve.

And if we deny that, if we deny the possibility of that to happen because whoever is pointing the finger doesn't hold the seal of some ubber-institution, then we all run the risk of becoming a silent witness among the crowd, paying tribute to naked kings.

The problem with architects

If you like fantasy and you want to be the next Tolkien, don’t read big Tolkienesque fantasies – Tolkien didn’t read big Tolkienesque fantasies, he read books on Finnish philology. Go and read outside of your comfort zone, go and learn stuff.

— Neil Gaiman, Nerdist podcast, 2011. Via Brain Pickings.

The problem with architects is that they care too much about architecture. We spend way too much time and energy talking about architecture, reading architecture books and magazines, visiting architecture blogs and websites, nurturing a monocultural viewpoint on the world that surrounds us.

Architecture is a field of knowledge that spreads into many different areas of life. It’s not just about material buildings, it’s not just about light or about the art of drawing or whatever fantasy you’ve been told in college. It’s about the interaction of things in the inhabited world.

The most difficult thing in creating good architecture or urban design is that there’s a lot of complexity going on, there are too many layers. Everytime you look at things from a different point of view you see different things. If you’re considering structure, for example, thinking about the right balance between material resources and the needs of the building, you will assess a number of interrogations. But if you’re thinking about daylight or rain, about the air flow, about electricity and a myriad infrastructures, about garbage disposal or sewage draining, you will see other things.

And if you widen that thought process to areas like, say, energy consumption or sociology, or economy, or history, you will see even more things you didn’t consider in the first place.

So when some architect says that projects are “born” on a napkin drawing, what can you say? Can you put that amount of thought in a sketch made over a cup of coffee? Do you think a good work of architecture is born from a moment of inspiration? Well, I don’t.

These thoughts came to me as I was watching S G Collins, director of Postwar Media, talking in his latest video, Return to Civilization.



Now, here’s the thing. I’m not saying I agree with everything he’s saying – although I can’t help identifying with his tongue-in-cheek sense of humour. But that’s not really the point. No, the most interesting thing is that here is a non-architect talking about architectural issues, and doing so by presenting different questions. By addressing the multi-layered complexity of architecture and urbanism that is often missing in the monocultural discourse architects tend to surround their profession with.

The problem with architects is that we need to change the way we question, think and execute our work. We need to go outside of our comfort zone. Monocultural thinking is our greatest enemy.

Facebook as a formative aesthetic experience


Over one billion people stare at the same screen everyday, but what does it mean? Scroll down to read this text in English.

Mais de mil milhões de utilizadores passam tempo no Facebook, todos os dias. Isto significa que todas estas pessoas contemplam e interagem com o mesmo interface gráfico, repetidamente, por todo o mundo. Esta realidade esmagadora – o facto de um tão vasto e diverso universo de pessoas partilhar a mesma plataforma – traz consigo diversas consequências.

Gostem ou não, o “template” do Facebook é uma parte da vossa vida. É um ecossistema cultural que condiciona a vossa experiência “social” na internet através do design gráfico e do seu conjunto de funcionalidades. Tal como um condutor experiente não precisa de “pensar” sobre o acto de conduzir um automóvel, também já não perdemos tempo a pensar em como se fazem as coisas no Facebook. Simplesmente “fazemo-lo”. Para o Facebook, isto implica que quaisquer modificações têm de ser introduzidas de forma prudente.

Em todas as vezes que o Facebook sofreu alterações, os utilizadores queixaram-se. Quando se trata de grandes plataformas online, a mudança é sempre indesejada. Os utilizadores odeiam o inesperado e fazem ouvir a sua voz quando ele acontece: Para onde foi aquele botão?
Para grandes corporações como o Facebook, esta sociologia complexa impõe restrições à sua evolução. As mudanças têm de encaixar no mais largo denominador comum. Elas têm de ser acessíveis e compreensíveis por todos, dos adolescentes aos idosos, daqueles que cresceram com os computadores a pessoas que só utilizaram a internet para estar no… Facebook. E é por isso que coisas assim não podem acontecer.

No que respeita ao avanço da cultura web contemporânea, este é um problema com implicações sérias. As massas da internet tornaram-se conservadoras. Elas não gostam e não desejam o “novo”. Em oposição ao que aconteceu na era dourada dos blogs, quando estes eram desenhados e celebrados em todos os formatos e cores, esta nova paisagem da internet é estática e constrangida. Tende para a não evolução, não devido a limitações técnicas, mas porque estas plataformas têm medo de alienar a sua vasta base de utilizadores.

Over one billion active users spend time on Facebook, every single day. If you think about it, that means that all these people are persistently staring and interacting with the same graphic user interface, all over the world. This overwhelming reality – the fact that such a wide and diverse population shares the same platform – has many implications.

Wether you like it or not, the Facebook template is a part of your life. It’s a cultural environment that conditions your social experience through its design and its particular set of functionalities. Just as an experienced driver doesn’t need to “think” about driving, you don’t need to worry about how to do things on Facebook anymore. You just “do it”. For Facebook, it means that it can’t change its features lightly.

Every single time Facebook introduced changes to its user interface, people complained. When it comes to popular internet platforms, change is always unwelcome. Users hate the unexpected and they will become vocal about it: Where did this button go?
For huge companies like Facebook, this complex sociology imposes severe restrictions to evolution. Changes must fit the highest common denominator. They must be accessible and understandable by all, from teenagers to senior citizens, from people who grew up interacting with computers to people who have only used the internet to be on… Facebook. That’s why things like this can’t happen.

When it comes to the advancement of contemporary web design culture this presents a problem with serious implications. The internet masses have become fiercely conservative. They don’t like and they don’t desire the “new”. In opposition to what happened in the golden age of blogging, when blogs where being designed and celebrated in all shapes and colors, this new internet landscape is static and constricted. It’s not evolving, not for technical limitations, but because these platforms are afraid of alienating their wide user base. Fear is in the lead and all the big players are treading lightly.

Last House Standing





Last House Standing is a photographic essay by Ben Marcin.

As casas também resistem. Ben Marcin, fotógrafo americano de origem germânica, registou imagens de casas “em banda” que hoje permanecem isoladas. O autor faz notar que, em muitos casos, estas últimas habitações se encontram ocupadas. Falam-nos, mais do que sobre elas mesmas, de como a vida pode persistir à disfunção da cidade que as rodeia. Via Sound + Vision, Feature Shoot.

Bilhete postal







A história dos incêndios também se conta nas casas devolutas, nas hortas abandonadas, nos abrigos fechados do pasto e dos animais, nas ruínas dos moinhos de água. A culpa, votaram na televisão, é dos donos dos terrenos que não limpam as florestas. Onde estão eles? Não passaram tantas décadas assim. Por aí andavam percorrendo esses montes, por trilhos hoje invadidos de silvas, recolhendo os restos da mata a que hoje, lá longe da cidade, chamamos de resíduos. Para aquecer as habitações nas noites frias, cozinhar os alimentos, fazer as camas dos animais que depois serviriam de adubo aos solos de cultivo. O que mudou, então, foi todo um modo de nos relacionarmos com o território. Esta gente não existe mais e aqueles gestos não teriam hoje qualquer sentido. O problema dos incêndios é assim, em grande medida, o problema da nossa relação com o mundo.

Histomapa

Tudo aquilo que precisa de saber sobre História numa única imagem? Eis o que um megalómano chamado John B. Sparks tentou fazer em 1931 compilando 4 mil anos de marcha civilizacional num genial Histomapa.
É o tipo de coisa que deixa os cromos da interwebz em estado de ebulição. Nós aqui (plural majestático) também somos fãs de toda a espécie de diagramas. Na verdade, se eu mandasse, toda a comunicação humana seria convertida em esquemas e gráficos. Se partilham esta mesma obsessão não hesitem em mergulhar nesta intrincada representação dos mais relevantes momentos da história mundial. Não resisto, como não podia deixar de ser, a publicar o Histomapa na íntegra. Este post ainda não acabou mas para ler o resto terão de percorrer a imagem até lá abaixo…



O Histomapa tem aspectos naturalmente controversos. É tido como eurocêntrico e, se a variável vertical do tempo é objectiva, a largura afigura-se uma representação subjectiva do grau de dominância das nações. Ainda assim, com todas as suas particularidades, é um trabalho notável que permite estabelecer a correlação entre diferentes civilizações ao longo dos séculos; observando-se, como exemplo, as bolhas a que corresponde a ascensão e o declínio dos principais impérios da humanidade. Como curiosidade, Portugal inicia a sua ascensão por meados de 1400 para se esvaziar à entrada do século XVIII.
Toda a história e uma imagem descarregável em formato integral no Slate. O Histomapa original pode ser visto em David Rumsey Historical Map Collection. Via io9.

Empena



Clouds, um projecto de arte urbana de Benjamin Lozninger. Via Flores en el Ático.

Tiled



A Tiled está a desenvolver uma linha de roupa inspirada na azulejaria portuguesa. Um projecto de design bastante promissor, ainda em lançamento mas que começa a despertar curiosidade um pouco por todo o lado. Está no Facebook, tem blogue e ainda, para os mais nerds, um tumblelog que vale a pena visitar.

Um post que também é sobre liberdade




O 100Ideias é um excelente blogue, cheio de bons conselhos e com uma atitude muito mãos-na-massa. Recentemente, a propósito de um trabalho de recuperação, a Sofia Pinheiro publicou estas fotografias de caixas de correio antigas, obsoletizadas por não serem conformes com as medidas actualmente exigidas pela lei.
Talvez o caso não tenha muita importância. São apenas objectos caducos, caixas de correio mortas que se perderão no tempo e depois na memória. Mas talvez nos contem uma história sobre nós próprios, de como descartamos aqui e ali parte do nosso património com a ligeireza com que se publicam regulamentos e decretos-lei. O passado é proibido.
Para desanuviar, no outro lado do mundo parece que é assim.